Primeira Classe

O suposto dono do carro mais caro de todos os tempos

Ferdinand Piech é engenheiro, executivo, bon vivant e integrante da família que é dona do Grupo Volkswagen

Rafaela Borges

15 de mar, 2019 · 5 minutos de leitura.

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Ferdinand Piech
Crédito: Foto: Peter Mueller/Reuters

Ferdinand é um nome emblemático no império chamado de Volkswagen. Além do pai do Fusca, assim foi batizado um de seus mais notáveis netos, Ferdinand Piech.

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Ferdinand Porsche criou o Fusca. Ali, começava a história da Volkswagen, a maior montadora da Europa. Já Piech, em 2015, depois de desempenhar um papel importante no conglomerado alemão, foi praticamente “tocado a pontapés” da presidência do conselho do grupo.

Agora, Piech está em evidência novamente. Durante os dias de imprensa do Salão de Genebra (Suíça), que termina no domingo (17), o La Voiture Noire, da Bugatti, abalou as estruturas do evento.

Trata-se do carro mais caro de todos os tempos, uma joia em exemplar único e tabela equivalente a mais de R$ 70 milhões. Tão forte quanto o impacto do carro foi o rumor sobre a identidade de seu dono: Ferdinand Piech.


Será mesmo o todo-poderoso o proprietário daquele que pode se tornar também um dos carros mais desejados da história? É bastante provável.

Afinal, ele tem três características essenciais que o credenciam como proprietário de uma máquina desse “quilate”: é milionário, bon vivant e não apenas apaixonado, mas obcecado por carros e o universo do automóvel. Ah, é claro: sua família é dona do Grupo Volkswagen, do qual faz parte a Bugatti.

Veja os detalhes sobre o La Voiture Noire


Quem é Ferdinand Piech

Piech, de 81 anos, nasceu em berço de ouro. Ele é filho de Louise Porsche, sobrinho de Ferry e primo de Ferdinand Porsche III (morte em 2012, foi designer do primeiro 911).

 

 


A família é proprietária da Porsche. Portanto, controladora do Grupo Volkswagen, com mais de 50% das ações do conglomerado alemão do qual faz parte a fabricante de modelos esportivos e do Cayenne.

 

 


 

Piech é austríaco, e um verdadeiro bon vivant. É fã de velejar, esquiar e de vinhos. É também um talentoso engenheiro e um dos executivos mais importantes da história da indústria automobilística.

Se seu primo Ferdinand Porsche criou o desenho do 911, Piech foi o homem que promoveu a reunião da Volkswagen e da Porsche. Começou a costurar esse acordo quando se tornou CEO da VW, em 1993. Na década seguinte, esse projeto se tornou realidade.


Saída da Volkswagen

Em abril de 2015, Piech anunciou sua saída do Grupo Volkswagen. Porém, ele se retirou da empresa muito mais por ter perdido uma “queda de braço” do que por um real desejo.

Piech estava se estranhando com o então presidente da Volkswagen, Martin Winterkorn. O irônico foi que, meses depois, em setembro, Winterkorn se deu mal.

Naquele mês, estourou aquele que é um dos maiores escândalos da indústria automotiva, o “Dieselgate”. Assim ficou conhecido o caso de fraude cometida pela Volkswagen aos testes de emissões realizados em carros com motor a diesel.


A primeira medida tomada pela Volkswagen, que vem pagando essa conta até hoje, foi demitir Winterkorn.

 

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”