Primeira Classe

Alugue um 2CV para passear por Mendoza

A partir de US$ 200, dá para alugar o carrinho da Citroën em empresa especializada para rodar pela bela região de vinícolas e montanhas localizada no noroeste da Argentina

Rafaela Borges

14 de out, 2014 · 8 minutos de leitura.

Alugue um 2CV para passear por Mendoza
Crédito: A partir de US$ 200, dá para alugar o carrinho da Citroën em empresa especializada para rodar pela bela região de vinícolas e montanhas localizada no noroeste da Argentina

Este é um dos sete exemplares do 2CV oferecidos por uma empresa de Mendoza (Fotos: Bruna Borges)

 

A minha prima Bruna e seu marido Santiago voltaram na semana passada de Mendoza e trouxeram uma surpresa para mim: estas lindas fotos do modelo 2CV, que na Argentina se chama 3CV. Eles alugaram o Citroën por dois dias para rodar pela linda região de montanhas e vinícolas da região localizada a noroeste da Argentina, bem mais próxima de Santiago, no chile, do que de Buenos Aires.


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Um dos belos trechos de estrada da região

Nem todo mundo no Brasil conhece o 2CV, mas ele é um carro muito importante na Europa, por ter sido a “arma” francesa para combater um carro amado e idolatrado pelos brasileiros, o Volkswagen Fusca. Em 2007, visitei o Conservatoire, local nos arredores de Paris que tem uma inestimável coleção de modelos Citroën. Lá, tive a oportunidade de dirigir um 2CV, além de conhecer a fascinante história deste veículo. Leia o relato mais abaixo.

O aluguel do carro parte de US$ 200

O aluguel de modelos 2CV em Mendoza é feito pela empresa Slowkar. No site da locadora, há algumas informações sobre o frota, que tem sete carros, e sugestões de roteiros, mas nada de preços – para isso, é preciso entrar em contato por meio do e-mail hello@slowkar.com). No entanto, reportagem feita pelo colega Jason Vogel, do jornal O Globo, em 2013, tira alguma dessas dúvidas (leia aqui).


Aconcágua, a montanha mais alta da América

De acordo com Vogel, o aluguel varia de US$ 200, para um período de dois dias, a US$ 555, para oito dias. E o melhor: é você mesmo que dirige essa relíquia. Na Europa, há opção de alugar o 2CV, mas sempre com um motorista da empresa locadora guiando.

Minha sugestão: alugue por apenas dois dias. Explico: em Mendoza, a atração principal é visitar as vinícolas e degustar os vinhos produzidos por elas. Ou seja, um programa bastante etílico. E beber e dirigir não está com nada, convenhamos – além de ser ilegal.

Paisagem deslumbrante nos arredores de Mendoza

Então, o aluguel vale mais para explorar as maravilhas da paisagem da região, que tem como um dos pontos altos a Aconcágua, mais alta montanha da América Latina – e segunda no mundo, atrás apenas da Himalaia.


Também de acordo com Vogel, os sete carros da frota da Slowkar foram restaurados pelo dono da empresa, Ramiro Marchesini.

ATRAÇÕES

O restaurante Siete Fuegos, do renomado chefe Francis Mallmann

Uma dica da Bruna e do Santiago foi visitar a vinícola The Vines, um verdadeiro resort dos vinhos. Lá, você pode plantar sua uva para produzir seu próprio vinho.


Além disso, há um hotel de luxo e o restaurante Siete Fuegos, do chef Francis Mallmann, talvez o mais renomado da Argentina.

Mas, a não ser que você vá se hospedar na vinícola, esqueça o 2CV, no caso deste passeio, heim. Nada de beber e dirigir.

RELATO


Guiamos um 2CV nos arredores de Paris

(reportagem publicada em 19 de janeiro de 2008)

Paris – Na fábrica da PSA, nos arredores de Paris, a Citroën mantém um espaço valioso para os apaixonados por carros clássicos. Trata-se do Conservatoire, uma espécie de acervo com 400 modelos da marca. Lá tivemos a oportunidade de dar uma volta em um dos ícones da montadora, o pequeno 2CV.


Resposta francesa ao alemão VW Fusca, o projeto do 2CV surgiu em 1935. Durante a ocupação da França pela Alemanha, na Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945), seus protótipos foram enterrados em Paris, com o objetivo de escondê-los do invasor.

O carro foi então lançado em 1949 e “sobreviveu”, com poucas modificações, até 1990. No período, foram vendidas 5.114.940 unidades. Hoje, tornou-se um ícone da indústria francesa e personagem recorrente em exposições.

Construído para ser um carro com preço acessível, o 2CV é leve e seus processos produtivos eram simplificados.


Avaliamos o 2CV na versão Charleston, dos anos 80. Chamam a atenção os faróis redondos, externos à carroceria e a tradicional pintura bicolor. Por dentro, reina a simplicidade. O plástico que reveste os painéis não tem boa qualidade, e o volante conta com um raio.

No painel de instrumentos há apenas o essencial. O velocímetro é central e marca velocidade máxima de 120 km/h. Conta ainda com marcador de combustível e hodômetro analógico.

Trocar as marchas não é tarefa fácil. A alavanca do câmbio fica presa ao painel central, paralela ao assoalho. Para fazer as mudanças, puxa-se a haste, que depois deve ser empurrada para a esquerda e em seguida para frente. Pronto! A primeira marcha está engatada. As trocas para segunda e terceira são mais simples.


Quanto ao motor, esse 2CV tinha um 0,6 litro a ar, que rende 33 cv. Não dá para esperar muito: alto ruído vindo do propulsor, pedais duros e respostas lentas.

Mas mesmo que ergonomia e desempenho não sejam o forte do 2CV, o carro está hoje para os franceses como o Fusca para os alemães – e brasileiros. Um mito.

 


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