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Kwid finge ser de outra família e decola

Renault Kwid foi o único dos subcompactos que decolou em vendas. Motivo: fingiu que era um SUV

Diego Ortiz

03 de mai, 2019 · 4 minutos de leitura.

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Renault Kwid
Crédito: Renault/Divulgação

O Renault Kwid manteve seu ótimo desempenho no mercado em abril, com 7.319 unidades vendidas. Número que lhe deu a quarta posição no ranking dos mais vendidos, atrás apenas do Chevrolet Onix, Hyundai HB20 e Ford Ka.

O preço baixo, a partir de R$ 32.790, ajuda na questão das vendas, obviamente. Mas não é só isso. Tanto que seu principal rival, o Fiat Mobi, tem o preço bem parecido, de R$ 32.990, e vendeu e vende bem menos. O segredo de sucesso do Kwid está na sua genial a bem sucedida estratégia de marketing de se colocar como um SUV no País.

O desenho bem resolvido, mil vezes melhor que o do Mobi, ajuda na função. E suas características de ângulo de ataque e altura em relação ao solo, segundo o Inmetro, o caracterizam como um SUV. Portanto, dizer que o Kwid é um utilitário-esportivo não é um erro técnico. Mas lamento, este purista aqui não consegue fazê-lo. Tratarei o Kwid como subcompacto, pelo menos nesta minha bolha aqui.

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Alguns argumentos poderiam ser adicionados também ao Kwid para explicar seu sucesso de vendas além disso, mas sem muita eficácia. As vendas diretas é um deles. O Kwid teve 29% de vendas diretas, que podem ser para empresas e frotistas, em abril. O Mobi teve 24%. Não é uma diferença significativa que colocaria o Mobi perto do Kwid no ranking.

Carros de sucesso que não existem aqui

Estes 24% significam que 76% dos Kwid entregues são para pessoas que vão lá escolher o subcompacto/SUV por diversos motivos. Economia de combustível é um deles, manutenção barata também. Espaço interno definitivamente não. Digamos que eu não sou uma cara pequeno, mas caibo em outros modelos compactos. E eu não coube no Kwid. Foi o primeiro carro que avaliei que eu não consegui posição de dirigir.

Você deve estar se perguntando sobre o outro subcompacto do mercado, o Volkswagen Up!. Bem, ele sofre de megalomania desde o lançamento. Tem motor turbo em algumas versões, cinco estrelas em testes de colisão, espaço interno surpreendente para suas dimensões e mais algumas outras coisinhas. Que somadas fazem seu preço inicial ser de R$ 49.590. Um Kwid e dois terços. Porque só rezando mesmo para o Up! vender bem.


Os carros mais vendidos de abril de 2019

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.