Comum nos dias atuais, o estereótipo do machão musculoso, com jeito rústico, mas que se cuida de um jeito que não condiz com a alcunha de “raíz” pode ser transferido também para os automóveis. No mundo das quatro rodas, é aí que se encaixam Mitsubishi Pajero Sport e Toyota SW4.
Derivados de picapes, têm aquele padrão rústico feito para aguentar o batente, mas trazem acabamento de luxo e uma infinidade de tecnologias para conforto dos ocupantes. O Pajero Sport tem versão única, HPE, a R$ 265.990, enquanto que o Toyota, na versão de topo Diamond , sai a R$ 279.990.
Com um trem de força mais moderno, mais tecnologia, melhor revestimento acústico, preço mais em conta e mais confortável, no asfalto e fora dele, o Pajero Sport ficou com a vitória. Nessa geração ele ainda vem importado da Tailândia, enquanto que o SW4 é argentino.
De série, ambos têm sete air bags, controles de tração e de estabilidade com função reboque, sete lugares, central multimídia (com integração a Android Auto e Apple CarPlay no Pajero Sport), faróis de LEDs, tração 4×4 com reduzida, chave presencial com partida por botão, sensor de obstáculos na traseira, câmera de ré, assistente de partida em rampa e de descida em ladeira, entre outros.
A mais, o Pajero Sport oferece alerta de ponto cego, controle de velocidade de cruzeiro adaptativo com limitador, teto solar, alerta de colisão dianteira com frenagem de emergência, freio de estacionamento elétrico e sensor de obstáculo na dianteira. Para o Toyota, a mais o acionamento elétrico do porta-malas e o porta-luvas climatizado.
REVISÕES E SEGURO
Em termos de custos, as três primeiras revisões do SW4 com motor diesel saem por R$ 2.973,40. Enquanto que as do Pajero Sport custam R$ 3.516. Em carros que superam os R$ 250 mil, a diferença de R$ 542,70 é irrisória.
No caso do seguro, vitória para o Toyota mais uma vez. As cotações de Porto Seguro e Sul América saem por R$ 7.176 e R$ 5.813, enquanto as do Mitsubishi ficam em R$ 9.200 e R$ 6.448, respectivamente. O senão aqui é o valor das franquias. No Toyota elas ficam em R$ 11.124 e 10 mil, respectivamente. No Pajero Sport são ligeiramente menores: R$ 9.748 e R$ 9 mil.
MECÂNICA
Ambos têm um quatro-cilindros turbodiesel. No Pajero Sport é um 2.4 de 190 cv e 43,9 mkgf. No Toyota é um 2.8 de 177 cv e 45,9 mkgf. A transmissão é automática nos dois, mas de oito marchas no Mitsubishi e de seis no Toyota.
O motor da Mitsubishi tem melhor consumo: 11,7 km/l na estrada e 8,9 km/l na cidade, uma média de 10,3 km/l. O SW4 entrega 10,5 km/l e 9 km/l, em circuito rodoviário e urbano. A média é de 9,75 km/l. Os dados foram aferidos pelo Conpet, do Inmetro.
EM MOVIMENTO
Na prática, o Pajero se movimenta melhor. Além de ser ligeiramente mais leve (2.095 kg) que o Pajero (2.130 kg), seu motor dá a sensação de o levar mais facilmente para sair da imobilidade. A vibração do motor também é menor que a do 2.8 do SW4. Em retomadas e acelerações, melhor para o Pajero também.
O Toyota é mais ruidoso, além de precisar de mais capacidade cúbica para entregar menos potência e torque apenas 2 mkgf maior que o do rival. O isolamento acústico melhor do Mitsubishi fica evidente exatamente por causa do motor. O ruído interno no Pajero Sport é muito mais baixo que no SW4, que invade a cabine quando se acelera.
O câmbio do Pajero e do Toyota, apesar da diferença de marchas são bem parecidos. Ambos têm opção de trocas na alavanca ou por meio das aletas atrás do volante. Em baixa velocidade, o do Pajero é mais suave que o SW4.
Com eixo rígido atrás, o melhor estilo para esse tipo de veículo com muita aptidão off-road, e independente na dianteira para ambos, a suspensão do Pajero Sport faz o carro se comportar melhor, seja no asfalto ou na terra.
O carro não “flutua” em cima da suspensão nas frenagens, e nas curvas mostra mais estabilidade que o rival da Toyota, que deixa a carroceria balançar bem para os lados. Até os pneus começam a “cantar” antes que os do Pajero, apesar das mesmas medidas.
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TOYOTA SW4 TEM MELHOR ACABAMENTO QUE O PAJERO SPORT
Ainda que nenhum dos dois seja o suprassumo em termos de acabamento e qualidade no interior, o Toyota com essa versão “super luxo” apela para um acabamento de mais requinte. O painel é todo revestido de couro e tem até uma espécie de estofado que deixa o toque macio. A parte plástica do painel é mais bem acabada, mas nos botões e comandos, o material se equivale. A Toyota apela para um revestimento que imita madeira no volante e no console central, que poderia ser abolido.
Em termos de ergonomia, nenhum dos dois consegue entregar o melhor, mas isso ocorre assim como acontece com as suas respectivas picapes. O banco do motorista é elevado e as pernas ficam flexionadas de um jeito ruim. Leve vantagem para o Pajero Sport que tem ajuste de altura e profundidade no volante, o SW4 é só de altura.
A usabilidade também é mais fácil no Pajero Sport. Todos os comandos estão no volante, enquanto no SW4 o comando de piloto automático fica em uma aleta separada atrás do volante. Os dois usam painel analógico com uma tela para o computador de bordo.
ESPAÇO
Apesar dos sete lugares, nos dois modelos a terceira fileira acomoda apenas crianças com conforto para longos trechos. Na segunda fileira dois adultos vão muito bem e o ocupante do meio sofre por causa do túnel central alto – culpa do sistema 4×4.
Como nenhum dos dois têm comandos elétricos para fechar ou abrir a terceira fileira de bancos, nesse sentido são bem parecidos. Porém, o Pajero Sport deita os bancos de maneira a recolher no assoalho, enquanto o SW4 prende nas janelas laterais, o que é menos prático.
Na capacidade de porta-malas, um empate técnico. O Pajero Sport tem 502 litros, enquanto que o Toyota tem 500 litros com cinco lugares. No caso de estar usando a terceira fileira, o espaço é de 120 l e 180 l, respectivamente.
OPINIÃO – SW4 VAI CONTINUAR LIDERANDO, MAS PRECISA MELHORAR
O SW4 é líder disparado nesse segmento. Muito à frente do segundo colocado, o Chevrolet Trailblazer. Vale lembrar que aqui estamos contabilizando apenas os SUVs derivados de picape para fazer a conta.
Ser bom e ter fama de inquebrável não pode ser o suficiente para manter o SW4 na liderança quando os carros estão cada vez mais parelhos entre si e o consumidor preza por conectividade e itens de segurança que não encontra no SUV da Toyota.
Do Mitsubishi, apesar de suas qualidades e tecnologias embarcadas, fica o desapontamento pela chegada tardia, já que o carro recebeu uma profunda modificação no visual e ganhou itens que poderiam incrementar ainda mais seu pacote, como painel de instrumentos virtual e uma nova central multimídia.
TABELA
Modelo | PAJERO | SW4 |
Acabamento | 7 | 8 |
Câmbio | 4,5 | 3 |
Conforto | 9 | 7 |
Consumo | 3,5 | 3 |
Desempenho | 3,5 | 3 |
Equipamentos | 9 | 7 |
Ergonomia | 3 | 3 |
Espaço | 7 | 7 |
Estabilidade | 4 | 3 |
Estilo | 3 | 4 |
Instrumentos | 3,5 | 3,5 |
Manutenção | 3 | 3,5 |
Motor | 4 | 3,5 |
Porta-malas | 9 | 9 |
Preço | 4 | 2,5 |
Seguro | 2 | 3,5 |
Suspensão | 4 | 3 |
Usabilidade | 3,5 | 3 |
Total: | 86,5 | 79,5 |