Pela primeira vez desde o lançamento da nova geração, em 2018, o Volkswagen Jetta conseguiu ficar no grupo dos três mais vendidos do segmento de sedãs médios. Mais de um ano após seu lançamento, ele finalmente deixou o Chevrolet Cruze para trás.
O Jetta já vinha se aproximando desse rival desde a segunda metade do ano passado. Mas, quando parecia estar próximo de ficar à frente, no mês seguinte o Cruze ia lá e reagia, abrindo distância.
Em setembro, finalmente veio a vitória. O Jetta registrou vendas de 1.107 unidades, ante as 980 do Cruze. A distância para o Civic, porém, é muito alta. O Honda teve 2.377 emplacamentos.
Aqui, vale ressaltar que a mudança de linha, mesmo sutil, parece estar ajudando o Civic. Especialmente por causa da chegada da versão LX, nova opção de entrada.
Porém, não é só isso. Tanto o avanço do Civic quanto do Jetta têm outras explicações, que passam pela grande renovação do segmento. O líder Corolla (4.077 emplacamentos) acaba de mudar de geração, e isso é um importante fator a se considerar.
Avanço do Jetta em condições incomuns
Dos quatro sedãs médios mais vendidos do Brasil, o único que não passou por renovação neste ano foi o Jetta – já que a nova geração foi lançada no ano passado. Além das mudanças de Civic e Corolla, o Cruze também sofreu alterações.
A versão renovada do Cruze está chegando agora às lojas, na versão Premier, de topo. A LTZ ainda não está disponível – dá para encontrar só unidades da linha 2019, ainda sem as mudanças.
Essa transição ajuda a explicar não a evolução do Jetta, ,mas a queda do Cruze. Pela primeira vez em muito tempo, ele ficou abaixo das mil unidades vendidas.
Em agosto, por exemplo, havia somado quase 1.500 emplacamentos. Quanto ao Jetta, em setembro o sedã registrou vendas na média – o número é até um pouco inferior ao obtido no mês anterior.
A média de vendas do Jetta passou a ficar acima das mil unidades após o lançamento da versão de entrada, 250 TSI, no fim do ano passado. Assim, o mais provável é que nos próximos meses o Cruze, com a linha renovada, passe a ocupar novamente a terceira posição.
Isso se não houver grande alta de preços nas demais versões. A Premier foi lançada por mais de R$ 122 mil. É um valor bem semelhante ao do novo Corolla de topo, Altis – e o Chevrolet nem mudou tanto assim.
Antes, o Cruze era o sedã com melhor custo-benefício da linha. Se isso mudar, pode ser a chance de o Jetta se consolidar na terceira posição.
Cruze x Jetta x Corolla x Civic
Nesta semana, o Jornal do Carro publicou um comparativo entre os quatro sedãs médios com modelos vendas relevantes: Cruze, Jetta, Corolla e Civic (leia aqui). Claro que há outros modelos do segmento no mercado.
Porém, carros como Nissan Sentra e Citroën C4 Lounge hoje têm vendas muito baixas. São de nicho.
O resultado foi bem equilibrado, com meio ponto apenas separando os quatro carros. Isso porque todos são muito bons. O Corolla, que em qualidade ficava abaixo dos três, melhorou tanto que ganhou o comparativo.
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O modelo passou a ser aquele que tem suspensão independente nas quatro rodas, algo que era exclusividade do Civic na categoria. Além disso, ganhou motor 2.0 mais potente que o da concorrência.
Mas, se têm eixo de torção atrás, Jetta e Cruze respondem com motores turbo, que costumam agradar quem gosta mais de esportividade – além de serem, no geral, mais econômicos. O Civic também é turbo, mas só na versão Touring, que custa quase R$ 133 mil – valor acima do cobrado pelas opções consideradas no comparativo, as mais vendidas.
O Jetta inova ao ser o único com painel virtual – também só na versão de topo. Quanto ao Cruze, um dos diferenciais é, na linha 2020, passar a vir com Wi-Fi a bordo.
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