A seção “Blogueiro Convidado” traz uma bela contribuição do Luiz Alberto Pandini. O Pandini, jornalista especializado em indústria automotiva e automobilismo, compartilha com a gente o conceito de “race resorts”, que são como autódromos concebidos para motoristas comuns guiarem seus carros – de preferência, supercarros.
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Isso é mais comum na Europa e nos EUA. Para conferir outros textos do Pandini, confira o blog Pandini GP.
Por Luiz Alberto Pandini
Pé no fundo do acelerador, mãos firmes no volante, concentração no traçado ideal para vencer a sequência de curvas que está logo adiante e no momento exato para a freada. Uma, duas, três vezes… Ou quantas o tempo (e o dinheiro disponível) permitirem. Sensações como estas já não são mais privilégio de pilotos de automobilismo: na Europa e nos Estados Unidos, autódromos “feitos para motoristas comuns” já são uma realidade.
As restrições cada vez mais severas ao tráfego em alta velocidade nas estradas criaram o ambiente propício para a construção de autódromos voltados à linha “race resort”. São concebidos para track days, eventos corporativos ou simplesmente para proprietários de carros velozes desfrutarem de suas máquinas em ambiente mais seguro e apropriado que as vias públicas. Ascari Race Resort (Espanha) e Monticello Motor Club (Estados Unidos) são dois exemplos bem sucedidos. Na Alemanha, foi inaugurada recentemente a Bilster Berg Drive Resort.
Em várias dessas pistas, o motorista pode fazer um curso de pilotagem e desfrutar algum tempo tendo o prazer de guiar à velocidade desejada sem se preocupar com radares, guardas de trânsito e outros fatores inerentes às vias públicas. Estes “autódromos sem corridas” também estão sendo cada vez mais usados por fabricantes de automóveis, motocicletas e outras empresas ligadas à indústria para apresentação e lançamento de produtos. É o caso do Ascari Race Resort, em Ronda (Espanha).
Algumas delas admitem sócios que podem inclusive contar com garagens e equipe de manutenção para seus carros (de competição ou de rua). Outras colocam à disposição comodidades como hotel, spa e restaurante. As pistas têm um ponto em comum: podem ser divididas em trechos independentes, de maneira a receber dois ou três eventos simultaneamente.
Quem preferir se divertir em um autódromo tradicional tem como melhor opção o de Nürburgring, na Alemanha. Até 1983, seu traçado de 22,8 km de extensão, considerado um dos mais difíceis e perigosos do mundo, foi utilizado em competições internacionais, incluindo os campeonatos mundiais de Fórmula 1 e de motociclismo.
Em 1984, foi inaugurado um traçado moderno com 5,1 km de extensão. Esse traçado pode se unir aos 20,8 km remanescentes da pista antiga, denominada “Nordschleife” (circuito norte) e que continua sendo usada para determinadas corridas – como a 24 Horas de Nürburgring, que nos últimos anos reúne cerca de 200 carros inscritos.
Em dias comuns, o Nordschleife recebe motoristas com todos os tipos de carros e motos, que podem percorrer o circuito à velocidade que bem entenderem mediante o pagamento de uma taxa e a assinatura de um termo que isenta o circuito de quaisquer responsabilidades sobre as consequências de um eventual acidente. Uma aventura que requer habilidade, destemor e uma enorme paixão por pilotar.
Para saber mais
www.springmountainmotorsports.com
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