Primeira Classe

Conjecturas sobre a Volkswagen na F1

De acordo com a BBC, Stefano Domenicali foi contratado pela Audi, uma das empresas da Volks, para fazer um estudo de viabilidade sobre o ingresso da empresa na F1

Rafaela Borges

08 de dez, 2014 · 8 minutos de leitura.

Conjecturas sobre a Volkswagen na F1
Crédito: De acordo com a BBC, Stefano Domenicali foi contratado pela Audi, uma das empresas da Volks, para fazer um estudo de viabilidade sobre o ingresso da empresa na F1

Montagem mostra carro da Sauber com logo da Volks (Foto: World Car Fans/Reprodução)

 

Será que agora vai? Já é velho, e frequentemente volta à tona, o boato de que a Volkswagen passará a competir na Fórmula 1. Mas o que há de diferente desta vez? Bem, desta vez a Audi, uma das marcas do grupo automotivo, contratou Stefano Domenicali, ex-diretor da Ferrari – esteve à frente do time no título de Kimi Raikkonen e nos vices conquistados por Felipe Massa e Fernando Alonso.


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A marca não divulgou que papel Domenicali desempenhará. Porém, trabalho para um executivo do mundo do esporte a motor não falta. A Audi tem um forte programa de automobilismo, cujo ponto alto é o Campeonato Mundial de Endurance (WEC) – do qual faz parte a 24 Horas de Le Mans e cuja etapa brasileira, em São Paulo, ocorreu há cerca de dez dias. Além disso, a montadora participa do Campeonato Alemão de Turismo (DTM), junto com a Mercedes e a BMW, e este ano passou a contar com equipe oficial na Fórmula E.

As suposições e rumores iniciais, aliás, era de que Domenicali atuaria na novata Fórmula E. Até porque o programa de automobilismo da Audi já é liderado, no WEC e no DTM, pelo austríaco Wolfganf Ullrich, que continuará firme e forte no comando dos esportes a motor da marca.


Na semana passada, porém, a BBC colocou mais lenha nesta fogueira, ao publicar reportagem informando que a verdadeira função de Domenicali será conduzir um estudo de viabilidade sobre a presença do Grupo Volkswagen, por meio da marca Audi, na Fórmula 1.

O motivo seria o sucesso absoluto obtido pela Mercedes neste ano na Fórmula 1, com um carro tão rápido que parecia pertencer a uma categoria diferente da concorrente. Na história recente da categoria, nenhuma das rivais diretas da Audi que já tiveram equipe na F-1 – BMW e Jaguar – haviam obtido tamanho sucesso. E isso apenas no quinto ano após seu retorno à categoria.

De acordo com a BBC, se for mesmo entrar na F1, a VW terá equipe própria; não será somente uma fornecedora de motores – como a Renault, atualmente, e a Mercedes, no passado. Uma hipótese é que adquira um dos times médios do grid atual – Force India ou Sauber, por exemplo, já que a Toro Rosso é da Red Bull.


Há alguns entraves, no entanto. Conforme a BBC, o presidente do conselho da Volkswagen, Ferdinand Piech, não tem um bom relacionamento com Bernie Ecclestone, o homem dos direitos comerciais da Fórmula 1. A entrada da VW, portanto, só poderia ocorrer após a aposentadoria de um dos dois.

Além disso, o investimento da Audi no WEC é extremamente alto; ficaria difícil manter um programa nesta categoria e na Fórmula 1 – e a VW não entraria na principal categoria do automobilismo para ser média, e sim investindo alto, a fim de ter condições de concorrer com a Mercedes.

Aí entra a “figura” da Porsche, que este ano voltou ao WEC e ainda é a maior vencedora da 24 Horas de Le Mans, com 16 vitórias. Ninguém entendeu muito bem porque a Volkswagen decidiu manter duas marcas, Audi e Porsche, no WEC. Não faz sentido.


Rumores já dão conta, desde que se divulgou o retorno da Porsche ao WEC, que a Volkswagen estaria preparando uma substituição. No endurance, daqui alguns anos, ficaria apenas esta marca. Enquanto a Audi se concentraria no DTM, onde já compete com suas principais rivais, Mercedes e BMW, e na Fórmula E.

Vale lembrar que, em outras ocasiões em que surgiram rumores sobre o ingresso da VW na F-1, cogitou-se a presença da Porsche, até da Lamborghini. Desta vez, só se fala na Audi.

Para mim, faz completo sentido. Principalmente porque é forte a possibilidade de a Ferrari, cuja rivalidade com a Porsche marcou a história de Le Mans, ingressar no WEC em 2015.


Aí, ficaria Ferrari x Porsche em Le Mans e Audi x Mercedes na Fórmula 1.

Mas tudo isso é conjectura baseada em recentes informações. Oficialmente, a Audi continuará firme e forte no WEC nos próximos anos, com foco na 24 Horas de Le Mans, que venceu seguidamente entre 2010 e 2014. Inclusive, existe a possibilidade de Jenson Button, se não renovar com a McLaren, vir a ocupar o assento deixado por Tom Kristensen, no fim desta temporada, em um dos carros da equipe.

O que eu acho? Se as mudanças acontecerem, será fantástico. As rivalidades entre grandes montadoras nas pistas são tradicionais, mas, nos últimos anos, andavam escassas, panorama que agora parece estar mudando. Além de aumentarem a emoção da disputa, as brigas entre marcas são também instrumento de marketing e incentivam o desenvolvimento de tecnologias para as ruas. Tanto na F1 quanto no WEC. Estou na torcida.


 

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