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Carros híbridos plug-in são mais poluidores do que o declarado segundo grupo de ONGs da Europa
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Carros híbridos plug-in são mais poluidores do que o declarado segundo grupo de ONGs da Europa

Grupo Europeu de Transporte e Meio Ambiente solicita que o governo corte os subsídios para carros híbridos do tipo plug-in; Volvo e Mitsubishi responderam

Emily Nery

26 de nov, 2020 · 4 minutos de leitura.

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Carro híbrido plug-in
Carro híbrido plug-in
Crédito:Divulgação

Apesar do cenário de crise no setor automotivo, os emplacamentos de veículos eletrificados até o final do ano devem ser até 60% maiores do que em 2019. Isso de acordo com a Associação Brasileira de Veículos Elétricos (ABVE). Uma parte desses carros é formada por híbridos do tipo plug-in.

Híbridos plug-in são carros com motor a combustão e outro elétrico. O motor elétrico é alimentado por baterias recarregadas em tomadas.

Contudo, analistas ambientais pediram nesta semana que o governo corte os subsídios para este tipo de veículo eletrificado.

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O grupo europeu de Transporte e Meio Ambiente (T&E) relatou que o BMW M5, Volvo XC60 e Mitsubishi Outlander emitem cerca de 28% a 89% mais dióxido de carbono do que anunciam.

Segundo Julia Poliscanova, diretora do T&E, “os híbridos plug-in são falsos carros elétricos, feitos para testes de laboratório e incentivos fiscais, não para realmente os dirigir”. Além disso, reitera que “o governo deveria parar de os subsidiar com milhões de dinheiros de contribuintes”.


De acordo com a Reuters, o porta-voz da Volvo informou que os carros da fabricante cumprem corretamente à legislação de emissões atual e são certificados.

Já a Mitsubishi informou que alguns testes independentes podem fornecer números não confiáveis. A empresa contestou qualquer descoberta de testes que eles não tenham supervisionado, bem como não saibam sobre a metodologia. Por sua vez, a BMW não respondeu.



UE quer limitar denominação dos “carros sustentáveis”

Vale lembrar que o anúncio do órgão surgiu dias após a União Europeia (UE) aprovou normas que restringem os limites de emissão de gases poluentes. Ou seja, as novas normas podem retirar a denominação de” veículo sustentável” de alguns híbridos a partir de 2026.


No primeiro semestre deste ano, os carros híbridos do tipo plug-in representaram quase metade das vendas de carros eletrificados na Europa. Foram 231 mil híbridos plug-in contra 269 mil elétricos.

No conjunto mecânico de um carro híbrido plug-in, um motor a combustão trabalha em conjunto com um motor elétrico. O sistema permite que o carro rode no modo 100% elétrico ou utilizando somente o motor a combustão. Nesta modalidade, o proprietário carrega o carro em uma fonte de energia elétrica. Por exemplo, em estações de recarga rápida ou na própria tomada de casa.


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”