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Ducati Panigale V4 S melhora com poucas mudanças
Avaliação

Ducati Panigale V4 S melhora com poucas mudanças

Linha 2020 da Ducati Panigale V4 S chega ao Brasil com atualizações que tornaram a moto mais eficiente na pista, mas mais cara também

José Antonio Leme

28 de nov, 2020 · 6 minutos de leitura.

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panigale v4 s
DUCATI PANIGALE V4 S 2020
Crédito:DUCATI

Quando chegou ao Brasil, em 2019, a Ducati Panigale V4 S, com motor de quatro cilindros, mostrou que representava uma mudança radical no universo de superesportivas criadas em Borgo Panigale, distrito italiano onde fica a sede da marca. Agora, a linha 2020 traz melhorias importantes que deixaram a moto ainda melhor em pista.

Com tabela de R$ 129.990, a Panigale V4 S, que é a versão intermediária na Itália e a única à venda no Brasil, ganhou inovações derivadas da versão de topo, V4 R. Entre as novidades esttão a carenagem redesenhada e vazada nas laterais que lembram guelras e melhoram a passagem do ar. O conjunto está mais largo (15 mm de cada lado na frente e 38 mm nas laterais). Além disso, o para-brisa é mais alto que o do modelo anterior.

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Novidades

Outra novidade são as “asas” laterais, apêndices cuja função é aumentar a pressão aerodinâmica na dianteira. Segundo dados da Ducati, a 270 km/h a pressão aumentou em até 30 kg. A estabilidade da dianteira em frenagens foi aprimorada.

Completam o pacote as manoplas de competição, mais finas, feitas de borracha e com textura que proporciona maior aderência. Da V4 R veio também a nova geração do controle de tração e do quickshift, sistema que permite mudar de marcha sem que seja preciso acionar o manete de embreagem.

A suspensão tem novo ajuste. Há ainda amortecedor traseiro 2 mm mais curto e links do braço de suspensão 5 mm menores. Com isso, segundo informações da Ducati, a Panigale V4S está mais rápida, sobretudo nas entradas de curva.


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Avaliada em circuito com longa reta e curvas de alta e baixa, a suavidade da moto em relação às antecessoras com motor de dois cilindros é evidente. Mesmo nos modos Sport e Race (há também o Street, em que a entrega de potência e os auxílios à pilotagem são reduzidos), o modelo é mais fácil de pilotar do que qualquer outra Ducati.

O motor de quatro cilindros em V de 1.103 cm³ gera 217 cv e 12,6 mkgf. O comportamento é suave mas, ao ser provocada, a moto revela a verve brutal típica dos modelos da marca.


Com o novo quickshift, as trocas de marcha ficaram mais rápidas com o motor girando acima das 10 mil rpm. Da V4 R vieram também a parte frontal do quadro. Isso aumentou a estabilidade e a facilidade com que o piloto aponta a moto nas curvas.



Sensações

Em relação à linha 2019, a sensação é de que a nova moto está muito mais leve. A falsa impressão deve-se às mudanças de quadro e suspensão.

É difícil pra um piloto mediano obter o máximo que a Panigale V4 S pode entregar. Pendulando e acelerando forte nas saídas de curva, não há como não agradecer a existência dos sistemas eletrônicos de assistência.


O refino da eletrônica permite total controle da Panigale V4 S. Ao chegar ao fim de uma longa reta, reduzir e frear só a traseira, o piloto pode sentir a moto escorregar de lado e o obrigar a fazer um leve contraesterço.

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Além dos controles de tração e estabilidade, há o de escorregamento, de freio motor e de largada, além do anti-wheeling, que evita que a frente empine.

Para garantir segurança no fim da reta a 215 km/h, há freios da Brembo, com discos duplos de 330 mm na frente e simples atrás de 245 mm. O ABS para curva reduz a velocidade com a moto inclinada sem perda da trajetória.

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Prós

  • Ciclística
  • O aproveitamento de componentes vindos da versão V4 R fizeram muito bem à linha 2020 da moto.

Contras

  • Preço
  • Apesar das amplas melhorias em relação ao modelo anterior, tabela de quase R$ 130 mil é “salgada”.

Ficha Técnica

Ducati Panigale V4 S

Preço

R$ 129.990

Motor

1.103 cm³, 4 cil. em V, 16V, gasolina

Potência (cv)

217 a 13.000 rpm

Torque (mkgf)

12,6 a 10.000 rpm

Câmbio

6 marchas

Tanque

16 litros

Peso

174 quilos

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”