O grupo Renault fará um anúncio no dia 14 de janeiro de 2021 para comunicar os novos planos globais que a empresa vai tomar nos próximos anos. A apresentação será feita pelo CEO da montadora francesa, Luca de Meo, que assumiu o posto em janeiro deste ano.
O executivo estará, portanto, encerrando o seu primeiro ano no cargo máximo da Renault. E são esperadas mudanças em todos os campos da empresa, o que incluí as subsidiárias Alpine e Dacia. O plano de Luca de Meo é chamado de “Renaulution”. Ou seja, a proposta é revolucionar.
Posicionamento das marcas
Ao longo deste primeiro ano de gestão, o chefe do grupo francês antecipou algumas decisões para 2021. Um delas é a promoção da Alpine como a marca de carros esportivos do Grupo Renault. Dessa maneira, é esperado que a divisão absorva a Renault Sport.
Do mesmo modo, a Dacia também terá um novo direcionamento. Após ficar anos compartilhando alguns modelos com a marca romena, a Renault vai deixar a Dacia trilhar seu próprio caminho. Contudo, as marcas seguirão compartilhando projetos. Mas terão diferentes linhas de veículos.
Para o Brasil, essa mudança deve acontecer na troca de geração dos atuais Logan e Sandero, em 2022. A dupla de compactos criada nos anos 2000 pela Dacia irá se descolar dos pares da marca romena, assumindo identidades próprias. É o caso do novo sedã Taliant, um Logan com design Renault.
Renault de volta às origens
Um dos pilares do plano de reestruturação do grupo será a reconstrução da própria marca Renault. Sobretudo em alguns mercados importantes para a empresa, como o brasileiro. Globalmente, a francesa vai tentar resgatar um refinamento que se perdeu em algumas regiões.
Dessa forma, o que devemos ter é uma elevação geral de qualidade nos carros da Renault, deixando o custo/benefício para a Dacia, e o luxo e a esportividade para a Alpine. Paralelamente, Nissan e Mitsubishi, que integram a Aliança, vão compartilhar projetos com elétricos e picapes.
O Jornal do Carro está no Youtube
Inscreva-seNova era sem Carlos Ghosn
A reestruturação proposta por Luca de Meo também pretende pôr um fim ao elo da empresa com o antigo mandatário, o executivo Carlos Ghosn. Preso em novembro de 2018 no Japão, Ghosn foi acusado de ter cometido fraudes enquanto ocupava o posto de CEO da Aliança Renault-Nissan.
O executivo, então, ficou quase um ano em prisão domiciliar no país. Porém, conseguiu fugir do Japão no dia 30 de dezembro de 2019, às vésperas do réveillon, em um plano digno de roteiro de filme.
Com tripla nacionalidade (brasileira, francesa e libanesa), o executivo voou clandestinamente até Beirute, no Líbano, onde aguarda, em liberdade, os desdobramentos judiciais. Após escapar, Ghosn disse que fugiu da “injustiça do sistema jurídico japonês”.