Primeira Classe

Alonso pode não voltar à Fórmula 1

Com a escassez de informações oficiais plausíveis sobre o acidente do piloto, especulações sobre seu destino não param de surgir

Rafaela Borges

06 de mar, 2015 · 8 minutos de leitura.

Alonso pode não voltar à Fórmula 1
Crédito: Com a escassez de informações oficiais plausíveis sobre o acidente do piloto, especulações sobre seu destino não param de surgir

Alonso deixou a Ferrari no fim do ano passado (Foto: Reuters)

 

Bomba no mundo da Fórmula 1. Os rumores do dia – na verdade, surgiram na quinta-feira à noite na Europa – dão conta de que Fernando Alonso não voltará a competir novamente em um carro de Fórmula 1. O espanhol teria decidido dar fim à sua carreira na categoria.

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A principal fonte desta especulação é o jornal britânico “Daily Mirror”. O jornalista Flavio Gomes também publicou a notícia em seu blog (leia aqui), citando a imprensa austríaca – sem citar publicação específica, apenas um “jornal de Viena” – como fonte.

A reportagem do “Daily Mirror”, também reproduzida pelo Estadão (leia), é pouco esclarecedora:  fontes próximas ao piloto estariam preocupadas com o seu estado de saúde, cogitando a possibilidade de ele encerrar suas atividades na Fórmula 1.


Já no blog de Gomes, a informação é de que a imprensa austríaca teria publicado que Alonso está se retirando na Fórmula 1 por “problemas psicológicos”.

Alonso poderia facilmente ter problemas psicológicos. Bicampeão, deixou a Renault para se unir à mais competitiva McLaren. Lá, brigou com Ron Dennis e saiu para não ser convidado a se retirar. E perdeu o título para Kimi Raikkonen, que tinha um carro pior – além de ter ficado atrás de seu companheiro e então estreante, Lewis Hamilton, naquela temporada, a de 2007.

Voltou à Renault no ano seguinte e por lá ficou dois anos. Neste período, ao volante de um carro decadente, teve apenas uma vitória. E roubada. Foi naquela corrida de 2008, em Cingapura, que o chefe do time e empresário de Alonso, Flavio Briatore, ordenou ao segundo piloto Nelsinho Piquet que este provocasse um acidente, a fim de beneficiar Alonso. O resto é história.


Em 2010, chegou à Ferrari para honrar o título de sucessor de Schumacher. Conseguiu três bicampeonatos. Nas três ocasiões, o título ficou com Sebastian Vettel – que, ainda por cima, levou um quarto.

A relação com a Ferrari se desgastou e, no fim do ano passado, Alonso se transferiu para a McLaren. A equipe italiana, que contratou seu arquirrival Vettel, surgiu então na pré-temporada com um carro que, segundo Raikkonen, que guiou o modelo de 2014, é bem melhor.

É ou não é motivo de sobra para causar problemas psicológicos ao que muitos consideram o melhor piloto no grid?


Mas problemas a ponto de fazer com que ele se retire da Fórmula 1? Esta resposta só pode ser dada pelo próprio Alonso.  Porém, a realidade é que, uma vez que as explicações dadas pela McLaren sobre o acidente que o espanhol sofreu na pré-temporada, em Barcelona, foram fracas. Pouco plausíveis.

Segundo a equipe, foram os ventos que causaram o acidente que, segundo a imprensa europeia, teria sido descrito como “muito estranho” por Vettel, que vinha logo atrás.

Pouca gente, ou quase ninguém, acreditou na hipótese do vento. A primeira teoria era de que Alonso teria levado um choque elétrico no carro, perdido a consciência e se acidentado.


A McLaren negou e informou que, apesar de ter passado três noites no hospital, Alonso estaria bem. Por fim, ao anunciar que o espanhol não participará da etapa de abertura do campeonato, no dia 15, na Austrália, a equipe acabou admitindo que ele sofreu uma concussão – algo que, na maioria dos casos, não é grave.

Nos últimos dias, surgiram boatos de que Alonso teria acordado do acidente com a memória recente apagada, pensando ainda ser piloto da Ferrari. Outras publicações publicaram que, de fato, ele “acordou” em 1995, acreditando ainda ser um piloto de kart. E só teria recuperado toda sua memória recente uma semana depois.

Aumentaram os rumores de que, por choque elétrico ou problema de saúde, Alonso teria perdido a consciência antes de sofrer o acidente.


Algo que ganha força nesta sexta. Um jornal italiano disse ter visto as imagens do acidente, recuperadas a partir da câmera on board da Ferrari de Vettel. E que elas sugerem que Alonso, de fato, perdeu a consciência e, por isso, sofreu o acidente.

O fato: Alonso está confirmado para a segunda etapa do campeonato, na Malásia, em 29 de março.

A falta de informação consistente, porém, fará com que os boatos continuem surgindo. Isso é ruim para Alonso e para a McLaren, pois pode gerar conflito com os patrocinadores de ambos. O espanhol, afinal, é a grande estrela do time e sua transferência para a McLaren foi fortemente apoiada pela Honda, a nova fornecedora de motores.


E, para os fãs de Fórmula 1, fica a torcida para que tudo isso não passe de boato e Alonso retorne, firme e forte, para o GP da Malásia. Porque o espanhol pode ser até controverso, mas que é um piloto extraordinário, isso é. A categoria perderia muito sem ele.

 

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.