Há 30 anos, Senna vencia pela primeira vez na F1

 

21 de abril de 1985, domingo, dia de Tiradentes. Aquele dia foi um dos mais trágicos da história política brasileira. Morria Tancredo Neves, primeiro presidente não-militar desde 1964. As manifestações de pesar vistas nas ruas do Brasil  foram imensas, incomparáveis. Nunca o País havia se comovido tanto com a morte de uma figura pública.

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Até 1º de maio de 1994. Naquela data, se foi Ayrton Senna. O cortejo ao corpo do piloto por São Paulo, bem como o funeral, causaram comoção ainda maior do que a verificada no caso de Tancredo. Um herói nacional deixava a vida e, por uma semana, o país se pôs de luto.

E foi justamente em 1985, precisamente no dia 21 de abril, enquanto o país lamentava a perda de Tancredo, que o herói Ayrton assinalou seu primeiro ato de bravura. Ali, o piloto, então correndo pela Lotus, vencia pela primeira vez na Fórmula 1.

A vitória foi no Grande Prêmio de Portugal, no desafiador circuito de Estoril, hoje, lamentavelmente, fora de calendário – dando lugar a autódromos em países sem tradição na Fórmula 1, na Ásia e no Oriente Médio.

Ayrton sempre teve uma ligação especial com Portugal. Embora tenha morado em Mônaco, ele também passava boa parte de seu tempo na Europa no Algarve, região litorânea ao sul daquele país.

Debaixo de forte chuva, Senna fez seu melhor. Era imbatível nessas condições. A vitória foi em grande estilo. Ele fez pole position, melhor volta e liderou a corrida inteira. Completaram o pódio Michele Alboreto, de Ferrari, mais de um minuto atrás do brasileiro, e Patrick Tambay, de Renault, com uma volta de atraso.

Depois daquele Grande Prêmio, Ayrton Senna venceu outras 40 vezes na Fórmula 1. À frente dele nesta estatística, estão apenas Michael Schumacher e Alain Prost – embora Sebastian Vettel e Lewis Hamilton já estejam bem próximos, com grande chance de superá-lo.

A segunda vitória veio ainda naquele ano, no GP da Bélgica. Pela Lotus, ele ainda venceu outras quatro provas, duas em 1986 e duas em 1987. Em 1988, se transferiu para a McLaren, equipe na qual conquistou as demais vitórias. Por lá, ficou até 1993.

 

Quanto às pole positions, por muito tempo houve uma crença que ninguém jamais superaria Ayrton nesta estatística. Ele largou na primeira posição do grid 65 vezes.

Porém, o tricampeão foi superado neste quesito por Michael Schumacher. O alemão tem 68 pole positions em seu currículo. Já Vettel e Hamilton, os atuais “reis” do primeiro lugar do grid, estão bem distantes nesta estatística.

Em títulos, Senna, com três, aparece atrás de Schumacher, que tem sete, Juan Manuel Fangio, com cinco, e Alain Prost e Sebastian Vettel, empatados, com quatro. Está ao lado de nomes como Nelson Piquet e Alain Prost.

Ainda assim, seja por ter falecido jovem demais, e deixado a impressão que poderia ter feito muito mais, ou pela maneira emotiva e arrojada com que conduzia um carro de Fórmula 1,  Senna é considerado por especialistas o melhor piloto de todos os tempos.

Esse conceito é subjetivo. Eu, por exemplo, não acho que Senna tenha sido o mais completo que já disputou um campeonato de Fórmula 1. Independentemente disso, ele era grandioso.