Com mais de 20,5 mil unidades emplacadas no primeiro semestre de 2023, o Honda HR-V é um dos SUVs mais vendidos do mercado brasileiro neste ano. E tem apenas 12 mil unidades a menos que o líder de vendas no período, o VW T-Cross.
O SUV compacto da Honda surgiu no Brasil ainda em 2014, no Salão do Automóvel de São Paulo daquele ano. E chegou às lojas da marca japonesa no País logo no início de 2015. Por dois anos, foi o líder de vendas da categoria, superando o Jeep Renegade, que ainda não trocou de geração desde então.
Mas o novo Honda HR-V é bom negócio?
Diferente de alguns anos atrás, o Honda HR-V não disputa mais a liderança da categoria faz um tempo. Embora tenha produção nacional na fábrica de Itirapina, no interior de São Paulo, o SUV ficou bem mais caro que na geração anterior, com preço inicial de R$ 150.400 na versão de entrada EX. Já o HR-V EXL 2024, que recebemos no Jornal do Carro, tem tabela de R$ 159.600, ou seja, uma boa diferença.
Mas a versão intermediária já vem de fábrica bem melhor equipada, com faróis e lanternas 100% iluminados com LEDs. Bem como o multimídia com tela de 8 polegadas e espelhamento sem fio com Apple CarPlay e Google Android Auto. Além disso, há os assistentes semiautônomos, e o sistema Lane Watch, com uma câmera no retrovisor direito que projeta a imagem lateral no multimídia. Por fim, traz o carregador de celular por indução.
SUV tem avançados sistemas de segurança
Em resumo, nesta terceira geração (a primeira não veio ao Brasil), o Honda HR-V dá um salto tecnológico. O SUV traz recursos de condução semiautônoma em todas as versões. O pacote Sensing reúne, por exemplo, assistente de manutenção de faixa, que corrige o volante se notar que o veículo está saindo da trajetória, frenagem automática de emergência, que pode evitar colisões no trânsito, e farol alto automático, um recurso valioso em viagens noturnas.
Outro item importante nessa lista é o controle de cruzeiro adaptativo (ACC). O equipamento permite ajustar a velocidade desejada e tem a função Stop And Go, que acelera e freia sozinho, acompanhando o trânsito à frente. O recurso é acionado pelos botões à direita no volante, e o motorista pode ajustar a distância em relação ao carro da frente, se quer ficar mais próximo ou distante.
Além disso, ganhou estilo mais moderno e elegante. A mudança visual, aliás, é bem grande em relação ao modelo anterior. O novo Honda HR-V é menos abaulado, com uma linha de cintura alta e plana que vai até as lanternas. Atrás, o conjunto óptico é estreito e moderno, com detalhes que criam efeito tridimensional e iluminação Full LEDs, e fica em posição elevada. Já o teto tem um leve caimento na porção traseira e dá um toque esportivo.
Desempenho é ponto fraco, consumo compensa
O ponto mais discutível do novo Honda HR-V é a escolha do conjunto mecânico. Nas versões de entrada, o SUV traz motor 1.5 flex aspirado com injeção direta e capaz de gerar 126 cv de potência. Já o torque máximo alcança 15,5 mkgf com gasolina e até 15,8 mkgf com etanol, em ambos os casos a 4.600 rotações por minuto. Assim, com o câmbio automático do tipo CVT, tem desempenho modesto, embora até ande bem por ser relativamente leve (1.309 kg).
Mesmo assim, ao volante, o motor aspirado demora a desenvolver. O que desaponta em certos momentos, como em ultrapassagens na estrada. Por outro lado, o consumo é um ponto positivo. No Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBVE) do Inmetro, o SUV faz médias de 8,8 km/l com etanol e até 12,7 km/l com gasolina na cidade. Já na estrada, os números sobem para 9,8 km/l e 13,9 km/l, respectivamente. Assim, o modelo tem nota “B” no ranking geral e por categoria.
Ademais, o Honda HR-V tem ótimo ajuste de suspensão, e entrega uma direção macia, mas com alta precisão. Assim como um rodar firme e estável. O espaço interno também agrada, com 2,61 metros de distância entre-eixos. Há espaço de sobra para cinco adultos a bordo. O acabamento é bem feito e transmite qualidade. Como ponto negativo, o porta-malas ficou menor nesta troca de geração e agora tem 354 litros de volume – antes eram 437 litros.
Ao menos há a solução do Magic Seat, com os assentos traseiros modulares que permitem subir o assento ou rebater totalmente os encostos. Dessa forma, obtém-se mais espaço para bagagens ou até objetos mais altos, como vasos de plantas. Entretanto, o HR-V não é grande o suficiente para justificar o preço de R$ 159.600, que é considerado alto até mesmo para clientes de Civic mais antigos, de 2017 e 2018, por exemplo. E você, curte o Honda HR-V?
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