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Aceleramos: Hyundai Ioniq 5 N é esportivo elétrico que parece a gasolina
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Avaliação

Aceleramos: Hyundai Ioniq 5 N é esportivo elétrico que parece a gasolina

Com aceleração muito rápida e realismo ao reproduzir som de motor e trocas de marcha, Hyundai Ioniq 5 N é elétrico que emociona

Diogo de Oliveira, de Barcelona (ESP)

02 de abr, 2024 · 11 minutos de leitura.

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Hyundai Ioniq 5 N
Com 650 cv, Hyundai Ioniq 5 N é mais potente que Lamborghini Huracán Sterrato
Crédito:Diogo de Oliveira/Estadão

Carros elétricos não costumam emocionar tanto quanto os modelos a combustão. Bem, isso até a Hyundai lançar o Ioniq 5 N. A versão extrema do crossover elétrico, que estreou em 2023, acaba de ser eleita o Melhor Esportivo do Ano no World Car Awards. O título considera, é claro, os 650 cv de potência máxima. Mas a experiência de acelerar o Ioniq 5 N faz repensar a transformação dos carros com a eletrificação.

Hyundai Ioniq 5 N na pista! Aceleramos o elétrico com ronco de motor e marchas

Até pouco tempo atrás, a envergadura de um esportivo era medida pelo número de cilindros do motor. Assim, as categorias se dividiam entre modelos com motores V6 e V8, e, acima disso, já era território de supercarros. Por exemplo, o Lamborghini Huracán Sterrato, que acaba de chegar ao Brasil, tem um motor 5.2 V10 aspirado que gera 610 cv e 57,1 mkgf de torque. Já o 6.5 V12 a gasolina do Ferrari Purosangue produz 725 cv e 72,9 mkgf.

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Hyundai Ioniq 5 N
Diogo de Oliveira/Estadão

Pois a eletrificação não requer cilindros, e o Ioniq 5 N é prova disso. O esportivo da Hyundai tem dois motores elétricos, um em cada eixo, e entrega números expressivos. Enquanto a potência alcança 609 cv, com pico de 650 cv no modo “N Grin Boost”, o torque (instantâneo) é de 75,4 mkgf – e vai até 78,5 mkgf ao apertar um botão. Com esta força, são 3,4 segundos para arrancar de 0 a 100 km/h e 260 km/h de velocidade máxima.

Hyundai Ioniq 5 N
Diogo de Oliveira/Estadão

Hyundai Ioniq 5 N usa tecnologia que mexe com os sentidos

O Ioniq 5 N reproduz com grande fidelidade a aceleração em um supercarro a gasolina. E não apenas o ronco do motor, mas a “vibração” e até as mudanças de marcha, com borboletas no volante. Este é o primeiro elétrico que faz tal simulação de forma tão fiel, a ponto de fazer o motorista sentir-se ao volante de um modelo a combustão. Tudo feito de forma eletrônica, por meio de software.

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São diferentes modos de condução e os sistemas podem ser configurados um a um, entre eles o “N e-Shift”, que simula um câmbio de oito marchas e oferece a possibilidade de fazer as trocas por meio de paddle-shifts no volante. Já o “N Active Sound+” faz o carro emitir sons e até vibrações de um motor a combustão, que podem ser sentidas no volante e nos pedais. Não é exatamente igual, mas muito próximo de um esportivo “raiz”.


Diogo de Oliveira/Estadão

O modo “N Race” permite cronometrar o tempo de volta em pista, enquanto o “N Grin Boost” libera potência e torque extras, para extrair o máximo de desempenho. Por fim, há o “N Launch Control”, que permite fazer arrancadas. E o recurso mais curioso é o “N Drift Optimizer”, onde o sistema desvia o torque e possibilita ao condutor fazer drifts, escorregando as rodas traseiras.

Diogo de Oliveira/Estadão

Ioniq 5 N é elétrico com DNA de pista

Neste primeiro contato, pudemos experimentar o Ioniq 5 N em todas as condições – inclusive o modo de drift. Mas o que realmente impressionou foi a alta fidelidade nas simulações de trocas de marcha e a intensidade do modo N Grin Boost na pista. Ao volante, a sensação de se estar em um esportivo a gasolina é real, com “trancos” nas reduções ao final das retas, para a tomada de curva.

Hyundai Ioniq 5 N
Hyundai/Divulgação

Nosso test drive a bordo do Ioniq 5 N partiu de Barcelona rumo à famosa montanha de Montserrat, na Catalunha. No trecho rodoviário, deu para sentir a simulação de motor e câmbio, mas, ao mesmo tempo, o crossover se mostrou macio e até dócil em alguns momentos. Porém, bastava afundar um pouco mais o pedal do acelerador para o carro arrancar e ganhar velocidade rapidamente.


Na subida da serra, rumo à famosa montanha de Montserrat, fazer curvas foi fácil. Afinal, o Ioniq 5 N tem pneus largos montados em rodas enormes de 21 polegadas. A versão também conta com sistema especial de freios de alta performance, assim como apêndices aerodinâmicos, como saias laterais e um aerofólio. Por fim, a suspensão foi recalibrada e o chassi tem reforços e mais pontos de solda.

Diogo de Oliveira/Estadão

Estilo retrô e muita tecnologia a bordo

Com visual inspirado no Pony, primeiro carro da Hyundai, de 1975, o Ioniq 5 impacta de várias formas. O visual, por exemplo, tem um toque retrô, mas é moderno, principalmente nos faróis e lanternas, que tem iluminação Full-LEDs com estilo “pixelado”. A carroceria lembra o formato do hatch dos anos 1970, porém o carro é comprido e alto – são 4,71 metros de comprimento, 1,58 m de altura, 1,94 m de largura e 3 m de distância entre-eixos.


Hyundai Ioniq 5 N
Hyundai/Divulgação

Já por dentro, o Ioniq 5 é pura tecnologia. O painel tem duas grandes telas retangulares de 12,3 polegadas que ficam unidas em uma só peça no topo. No caso da versão “N”, há bancos esportivos do tipo concha, Head-Up Display com gráficos esportivos e volante repleto de botões – alguns deles coloridos, como o dos modos de condução e do N Grin Boost. A alavanca do câmbio também fica na coluna de direção.

Diogo de Oliveira/Estadão

O acabamento, no geral, não é muito superior ao visto em um HB20, por exemplo. Mas a lista de equipamentos é recheada, com ar-condicionado de duas zonas, carregador de celular por indução, chave presencial e todos os recursos do pacote ADAS. Ou seja, tem frenagem automática, alertas de ponto cego e de tráfego cruzado, controle de cruzeiro adaptativo, assistente de manutenção de faixa, entre outros.

Hyundai Ioniq 5 N
Hyundai/Divulgação

Bateria é trunfo do Ioniq 5 N

Equipado com uma bateria de 84 kWh com arquitetura de até 800 volts (algo que somente elétricos de Audi e Porsche oferecem), o Ioniq 5 N tem autonomia de até 448 km no ciclo global WLTP. Mas a grande vantagem da bateria da Hyundai é a capacidade de carregamento ultrarrápido. É possível recuperar de 10% até 80% da energia em cerca de 18 minutos, um trunfo do esportivo.


Em modo Eco, portanto, tem-se o alcance máximo. Mas mesmo operando no modo Sport+, com simulação de motor e marchas, o consumo da bateria não se mostrou excessivo. Assim, o Ioniq 5 N parece combinar o melhor de dois mundos: o carro é capaz de rodar suave e silencioso, como a maioria dos elétricos, e ao mesmo tempo entregar temperamento e ajustes esportivos em pista.

Hyundai Ioniq 5 N
Hyundai/Divulgação

Preço e lançamento do Ioniq 5 N no Brasil

Por enquanto, a Hyundai confirma apenas a vinda do Ioniq 5 “convencional”. Este é bem menos potente e mais acessível. Nos Estados Unidos, por exemplo, tem preço a partir de US$ 41.800 (cerca de R$ 211 mil) na versão de entrada SE Standard Range, com 170 cv, 354 km de autonomia e tração traseira. Já a Limited tem tração integral, 324 cv e alcance de até 418 km. Nesse caso, o preço é equivalente a R$ 270 mil.


No Brasil, a marca confirmou apenas que o Ioniq 5 terá tabela abaixo de R$ 300 mil. Já o Ioniq 5 N, se vier, chegará em 2025 custando bem mais que isso. O preço deve ficar entre R$ 420 mil e R$ 450 mil, mesma faixa de Honda Civic Type R (297 cv) e Toyota Corolla GR (304 cv). Uma disputa no mínimo interessante, com grande vantagem para o Hyundai, ao menos em relação aos números de desempenho.

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Prós

  • Crossover acelera muito rápido, tem grande autonomia, bateria moderna e engana os sentidos com sons de motor e trocas de marcha

Contras

  • Acabamento não foge muito ao visto no HB20 brasileiro e preço deve superar os R$ 400 mil quando chegar por aqui

Ficha Técnica

Hyundai Ioniq 5 N

Motor

Dois elétricos, um em cada eixo

Potência combinada

609 cv (650 cv com N Grin Boost)

Torque máximo combinado

75,4 mkgf (78,5 mkgf com N Grin Boost)

Câmbio

Automático com 8 marchas virtuais

Tração

Integral AWD

Bateria

84 kWh

Autonomia

448 km (ciclo WLTP)

Comprimento

4,71 m

Altura

1,58 m

Largura

1,94 m

Entre-eixos

3,00 m

Porta-malas

480 litros

Aceleração 0-100 km/h

3,5 s (3,4 s com N Grin Boost)

Velocidade máxima

260 km/h

Preço estimado

R$ 420 mil

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Carros elétricos estimulam busca por fontes de energia renovável

Energia fornecida pelo sol e pelos ventos é uma solução viável para abastecer veículos modernos

19 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

eletromobilidade é uma realidade na indústria automotiva e o crescimento da frota de carros movidos a bateria traz à tona um tema importante: a necessidade de gerar energia elétrica em alta escala por meio de fontes limpas e renováveis. 

“A mobilidade elétrica é uma alternativa para melhorar a eficiência energética no transporte e para a integração com as energias renováveis”, afirma Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

O Brasil é privilegiado em termos de abundância de fontes renováveis, como, por exemplo, a energia solar e a eólica. “É uma boa notícia para a transição energética, quando se trata da expansão de infraestrutura de recarga para veículos elétricos”, diz o professor. 

Impacto pequeno

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil tem condições de mudar sua matriz energética – o conjunto de fontes de energia disponíveis – até 2029. Isso reduziria a dependência de hidrelétricas e aumentaria a participação das fontes eólicas e solar.

Mesmo assim, numa projeção de que os veículos elétricos poderão representar entre 4% e 10% da frota brasileira em 2030, estudos da CPFL Energia preveem que o acréscimo no consumo de energia ficaria entre 0,6% e 1,6%. Ou seja: os impactos seriam insignificantes. Não precisaríamos de novos investimentos para atender à demanda.

Entretanto, a chegada dos veículos elétricos torna plenamente viável a sinergia com outras fontes renováveis, disponíveis em abundância no País. “As energias solar e eólica são intermitentes e geram energia de forma uniforme ao longo do dia”, diz o professor. “A eletromobilidade abre uma perspectiva interessante nessa discussão.”

Incentivo à energia eólica

Um bom exemplo vem do Texas (Estados Unidos), onde a concessionária de energia criou uma rede de estações de recarga para veículos elétricos alimentada por usinas eólicas. O consumidor paga um valor mensal de US$ 4 para ter acesso ilimitado aos 800 pontos da rede. 

Segundo Delatore, painéis fotovoltaicos podem, inclusive, ser instalados diretamente nos locais onde estão os pontos de recarga

“A eletrificação da frota brasileira deveria ser incentivada, por causa das fontes limpas e renováveis existentes no País. Cerca de 60% da eletricidade nacional vem das hidrelétricas, ao passo que, na Região Nordeste, 89% da energia tem origem eólica.”

Híbridos no contexto

Contudo, a utilização de fontes renováveis não se restringe aos carros 100% elétricos. Os modelos híbridos também se enquadram nesse cenário. 

Um estudo do periódico científico Energy for Sustainable Development fala das vantagens dos híbridos, ao afirmar que suas emissões de gases de efeito estufa são inferiores às do veículo puramente elétrico.

“Os veículos híbridos possuem baterias menores, com proporcional redução das emissões de poluentes. Essas baterias reduzem o impacto ambiental da mineração dos componentes necessários à sua fabricação. Os resultados demonstram que a associação de baterias de veículo que usam biocombustíveis tem efeito sinérgico mais positivo”, conclui o documento.