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Corcélio é um Ford Corcel 1978 feito para durar
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Corcélio é um Ford Corcel 1978 feito para durar

THIAGO LASCO FOTOS: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃOCorcélio tem uma saúde de ferro. Bebe pouco, está sempre em movimento e não aparenta a... leia mais

09 de jun, 2013 · 5 minutos de leitura.

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 Corcélio é um Ford Corcel 1978 feito para durar

THIAGO LASCO
FOTOS: TIAGO QUEIROZ/ESTADÃO

Corcélio tem uma saúde de ferro. Bebe pouco, está sempre em movimento e não aparenta a idade que tem. Apesar do nome com jeitão de avô, não se trata de um sexagenário enxuto, mas do Corcel II L 1978 que há dois anos pertence ao relações-públicas Marcos Camargo Júnior.

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Fã da robustez e do espaço interno do Ford, ele conta que procurou por um ano até encontrar um exemplar do jeito que queria: original, em bom estado e por um preço que considerasse justo. “Com carros antigos, ou você tem muito tempo, ou muito dinheiro. Eu tenho muita paciência”, brinca Camargo.


Um amigo lhe falou sobre o Corcel encostado em uma garagem em Osasco, na grande São Paulo. A viúva do primeiro dono do Ford o vendeu a Barbosa por R$ 7 mil. “Um carro como este, com bom histórico, custa R$ 15 mil ou mais.”

Bastou fazer um polimento para Corcélio voltar à ativa, já que o motor 1.4, que havia rodado 70 mil km, esbanjava vigor.

Camargo usa o carro principalmente nos fins de semana, para passear com a namorada. “Parado, ele dá mais despesa que andando. É só ligar o motor sempre, usar gasolina boa, trocar o óleo e ficar de olho no carburador, pois o acúmulo de borra pode entupi-lo.” Ele diz que, como a mesma mecânica foi usada na picape Pampa até 1991, não é difícil achar peças de reposição.


O baixo consumo de combustível é apontado por Camargo como uma das virtudes do carro. Ele diz que, na cidade, o Ford pode rodar 12 km com um litro de gasolina. O desempenho, por outro lado, está longe de impressionar, sobretudo na estrada – o câmbio de apenas quatro marchas não ajuda.

“Na época em que ele foi produzido, ninguém passava dos 80 km/h”, diz Camargo. Hoje é comum trocar a transmissão pela de cinco marchas, mas preferi manter a original”, explica.

Nas ruas, Corcélio não causa o mesmo frisson que contemporâneos como Opala e Landau. Mas há um lugar onde todos são sorrisos para ele: o posto de gasolina. “Os frentistas adoram o Corcel. Talvez por ele ter sido um carro acessível, que muitos deles tiveram no passado”, arrisca Camargo.


HISTÓRIA
A primeira geração do Corcel foi lançada pela Ford do Brasil em 1968, a partir do projeto que também deu origem ao Renault 12. O carro tinha motor 1.4 e configurações sedã e cupê. Dois anos depois, a perua Belina completou a família.

Em 1977 surgiu o Corcel II, com nova carroceria, duas portas e três versões: Standard, L e LDO. O motor 1.6 veio em 1979 e a opção a álcool, em 1980.


Em 1985 a frente foi reestilizada e, no ano seguinte, o modelo saiu de cena depois de a Ford ter produzido 1,4 milhão de unidades.

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”