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Dois amigos com muita coisa em comum
Carro do leitor

Dois amigos com muita coisa em comum

Hélder Sobrêda e Hélio Kalil têm exemplares quase idênticos de VW Brasília, ambos fabricados em 1976

26 de abr, 2014 · 5 minutos de leitura.

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 Dois amigos com muita coisa em comum
O que diferencia as duas Brasílias 1976 são os tons de azul: Oriente (o mais escuro) e Firenze

Hélder e Hélio poderiam ser irmãos. Não faltam afinidades: os nomes são parecidos, a paixão por modelos Volkswagen antigos é a mesma e, na garagem de cada um deles, há uma Brasília azul feita em 1976. Mas eles só se conhecem há dois anos.

“Éramos membros de um clube dedicado à Kombi e, quando começamos a conversar, descobrimos que tínhamos carros quase iguais”, diz o publicitário Hélder Sobrêda, que cresceu rodeado de modelos VW. “Minha família sempre foi fiel à marca.”

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Já o dono da outra Brasília, o administrador Hélio Kalil, só passou a se interessar pelo modelo em encontros de donos de antigos. “Passei a vê-la com outros olhos e me apaixonei. Embora tenha a mecânica do Fusca, a dirigibilidade é diferente.”

O exemplar de Sobrêda, cor Azul Oriente, estava parado havia oito anos, com 29 mil km de uso. O de Kalil, Azul Firenze, tinha 90 mil km. A integridade de ambos é invejável: pintura, mecânica e tapeçaria são originais.


“Carro precisa rodar, a pior coisa é deixá-lo parado”, afirma Sobrêda. Ele conta que não se intimida nem em dias chuvosos. “Meu medo é levar um esbarrão de um motociclista, por exemplo. Também não deixo o carro com manobristas, nem o estaciono na rua.”

Para manter as Brasílias em ordem, os dois amigos trocam o óleo do motor e engraxam a suspensão a cada seis meses. Eles garantem que o modelo não dá dores de cabeça.


“Quando compro um VW antigo, a última coisa que me preocupa é a mecânica, simples e barata. Pode ter algum vazamento, mas é fácil de resolver”, afirma Sobrêda. “Reparo mesmo na carroceria, integridade e originalidade do carro. Comprei a Brasília sem nem ligar o motor.”

HISTÓRIA
Lançada em 1973, a Brasília foi pensada pela VW brasileira para ser a sucessora do Fusca, com o qual compartilhava o motor boxer 1.6 de 60 cv refrigerado a ar. Mas, com a chegada do Gol, acabou saindo de linha em 1982, enquanto o célebre besouro só se despediu em 1986 (e teve uma breve reencarnação de 1994 a 1996).


A Brasília foi o primeiro modelo com carroceria hatchback feito no Brasil. Como tem a terceira porta (atrás, onde fica o motor), a VW optou por classificá-lo como perua, para aproveitar benefícios fiscais da época. Por isso, ficou conhecido no feminino, como “a” Brasília.


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