O Suzuki SX4 cresceu na vida. Está 15 cm maior no
comprimento (4,3 metros) e tem 10 cm a mais no entre-eixos (2,6 metros). A
primeira consequência (óbvia) da mudança foi o aumento de espaço para pessoas e
bagagens (o porta-malas foi de 300 para 440 litros). O jipinho é a sexta
novidade do ano no segmento, após Honda HR-V, Jeep Renegade, Peugeot 2008, JAC
T6 e o (levemente) renovado Renault Duster.
No Suzuki, as mudanças são profundas e, além das dimensões,
envolvem visual, mecânica e até nomenclatura: o SX4 continua na tampa, mais
discreto. O nome, agora, é S-Cross.
Carros que crescem costumam ficar mais pesados. E aí vem a
segunda surpresa: em relação ao modelo anterior, o novo crossover perdeu cerca
de 300 quilos. Graças ao uso de aços de alta resistência, o S-Cross pesa a
partir de 1.125 kg, o que faz dele o peso-pena da categoria (como comparação, o
Renegade pesa 1.393 kg). O que se ganha com isso? Carro mais leve anda mais e
bebe menos.
O S-Cross recebeu nota “A” do Programa Brasileiro de
Etiquetagem Veicular. Dados oficiais informam que o modelo faz 11,9 km/l na
cidade e 13,2 km/l na estrada.
Avaliado entre São Paulo e Guarujá, no litoral paulista,
comprovamos que o modelo realmente é econômico: ao chegar ao destino, o
computador de bordo registrava mais de 14 km/l. Também comprovamos que o
S-Cross é bem ruidoso. A “culpada” é a transmissão automática CVT. Para manter
a velocidade em 120 km/h na Rodovia dos Imigrantes, a rotação do motor ficava
acima de 3.000 rpm, e perto de 4.000 giros quando o carro encarava subidas,
mesmo que leves.
Além do ruído, o dono de SX4 que quiser trocar pelo S-Cross
precisa estar preparado para abrir mão de parte da agilidade do modelo
anterior. Isso porque, em vez do 2.0 de 145 cv, a nova versão ganhou um 1.6 de
120 cv, “primo” do motor que equipa o Swift. É verdade que carro mais leve pode
usar motor menor, mas também é verdade que o S-Cross tem menos fôlego sobrando.
Outra característica é que esse motor só bebe gasolina.
Importado da Hungria, o Suzuki chega como linha 2016 em três
versões de acabamento (GL, GLX e GLS). A primeira (R$ 74.900), disponível
apenas com tração dianteira e câmbio manual de cinco marchas. A intermediária
traz transmissão CVT e está à venda com tração dianteira (R$ 88.900) ou com
tração 4WD (R$ 95.900). A top de linha vem com 4WD e CVT, por R$ 105.900.
Estilo simples; eletrônica complexa. O crossover da
Suzuki tem visual tão simples que nem parece ser um carro novo. Por fora, não
chama a atenção. Por dentro, detalhes como a moldura azul nos instrumentos do
painel estão longe de transmitir jovialidade. No entanto, o melhor do S-Cross é
o que não se vê.
Nos modelos com tração integral, o sistema batizado de All
Grip monitora constantemente a velocidade de cada roda, e transfere força da
frente para trás se detectar derrapagem na dianteira. Um seletor no console
permite escolher entre os modos automático, esporte e lama, além de bloquear o
diferencial e alterar a resposta da direção.
No caso de bloqueio de diferencial, o sistema divide a
tração meio a meio entre os dois eixos. No modo esporte, 15% vai para trás.
Além disso, para evitar que o tapete prenda o acelerador, por exemplo, um
dispositivo corta a aceleraçao caso detecte que os pedais de freio e acelerador
estão sendo pressionados simultaneamente.