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Celta faz 15 anos sem ‘festa de debutante’
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Celta faz 15 anos sem ‘festa de debutante’

Modelo de entrada da Chevrolet soma mais de 1,5 milhão de unidades, mas está perto do fim de produção

01 de mai, 2015 · 7 minutos de leitura.

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 Celta faz 15 anos sem 'festa de debutante'

Quando a Chevrolet lançou o Celta no País, em setembro de 2000, “vendeu” a ideia de que o hatch era o modelo que os consumidores brasileiros queriam. Tecnologia, segurança, economia, desenho moderno, conveniência e simplicidade aliada ao conforto eram os atributos citados pela montadora para, segundo a empresa, o “primeiro carro especificamente projetado para o segmento dos veículos populares”.

O Celta “nasceu” com motor 1.0 a gasolina de 60 cv (o mais potente do segmento à época), duas portas e tabela de R$ 14 mil. Nada de ar-condicionado, direção hidráulica, travas ou vidros elétricos, rádio, alarme ou temporizador do limpador de para-brisas. Esses itens não eram disponíveis nem como opcionais. Apesar disso, a Chevrolet oferecia 23 opções de personalização para o carrinho.

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No lançamento, os interessados podiam fechar negócio via Internet, “de qualquer computador, inclusive de casa (…) 24 horas por dia, sete dias por semana”, informava o anúncio da GM. Bastava pedir uma pré aprovação de crédito, escolher a concessionária para a entrega e os itens de personalização e pagar o sinal com cartão de crédito. Superfácil…

Dois anos depois, a Chevrolet deu um “up-grade” no novato. O hatch ganhou carroceria de quatro portas e itens como vidros e travas elétricos eram instalados como acessórios nas concessionárias. Também em 2002, entrou em cena o motor 1.0 VHC (Very High Compression) de 70 cv, e a fabricante comemorou as 200 mil unidades vendidas.

Uma nova mudança mecânica chegou no fim de 2003, com o novo motor 1.4, na também nova versão Energy que, segundo a fabricante, havia ficado “ainda mais potente e sem perder a economia”. Eram 85 cv a 5.800 rpm e 11,8 kgfm a 3 mil rpm.


Com o 1.4, o Celta chegava aos 161 km/h e acelerava 0 a 100 km/h em 12,3 segundos. Já o consumo anunciado era de 11,7 km/l na cidade, 15,9 km/l na estrada, com média de 13,6 km/l. A versão Energy também podia receber itens como CD-player com opção para tocar arquivos MP3, além de cadeirinha de segurança para crianças.

O ano de 2005 foi marcado por vários acontecimentos para a linha Celta. Surgiram as versões Life, Spirit, Super e Off-Road (a última era um kit de acessórios para tornar o visual do hatch em “aventureiro”). No mesmo ano a GM celebrou a produção do Celta número 500 mil e a chegada da tecnologia flexível ao motor 1.0. A primeira reestilização só acontece em 2006.

Nos últimos 10 anos, a GM introduziu pequenas mudanças para que o modelo tentasse acompanhar a evolução do mercado, que surgia a todo instante com produtos mais modernas. De lá para cá vieram os novos Nissan March e Ford Ka, além de atualizações dos Volkswagen Gol e Fiat Palio, entre outros.


A última “mexida” de visual feita no Celta ocorreu em 2012, quando a GM abandonou a ideia de fazer uma nova geração do carrinho. Um ano depois a versão de duas portas deixou de ser produzida em Gravataí, no Rio Grande do Sul.

Atualmente, o modelo é tabelado a R$ 34.060 e vendido em única configuração, com quatro portas e motor 1.0 flexível de até 78 cv. Está disponível nas cores branca, vermelha, preta, cinza, prata e azul, e não tem opcionais. Sai de fábrica com freios ABS e air bags duplos (obrigatórios por lei desde o ano passado), travas e vidros elétricos, rodas de aço de 13 polegadas, ar-condicionado, direção hidráulica, relógio digital e tomada de força de 12V.

Recentemente, empresas que fornecem peças para a GM informaram que houve um corte extremo na solicitação de componentes para o modelo, o que indica corte no volume de produção. Uma dessas empresas teria questionado o motivo da redução da demanda e recebeu da montadora a confirmação de que o Celta chegara ao fim. A GM, por sua vez, informou que “não comenta especulações”.


Veja a evolução do Celta na galeria abaixo:

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”