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Nova geração do A4 inova em tecnologia
Avaliação

Nova geração do A4 inova em tecnologia

Avaliamos o sedã médio da Audi, que chega ao Brasil em 2016 com motor 2.0 turbo de 190 cv

18 de set, 2015 · 13 minutos de leitura.

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 Nova geração do A4 inova em tecnologia
Nova geração está mais tecnologia e ganhou novo motor de 190 cv

O mais tradicional modelo da Audi, que amargou um longo período de defasagem ante a concorrência, pode se gabar agora; em nona geração, o A4 faz o BMW Série 3 e o Mercedes-Benz Classe C parecerem antiquados quando o assunto é tecnologia embarcada, especialmente no capítulo recursos de conectividade. Apresentado no Salão de Frankfurt (Alemanha), que começa neste sábado, o sedã chega ao Brasil em meados do ano que vem.

O carro, que é capaz de rodar sem auxílio do motorista por até dez segundos (leia mais abaixo), deverá ficar mais caro. Isso porque a Audi pretende optar por um pacote com muitos dos novos recursos tecnológicos oferecidos. Atualmente, o A4 parte de R$ 138.190.Haverá apenas a versão com o novo motor 2.0 de 190 cv e 32,3 mkgf , mas outras configurações poderão ser levadas ao Brasil posteriormente. Entre elas está a 1.4 (150 cv).

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A versão destinada ao País é a primeira da linha A4 a ter transmissão automatizada de duas embreagens, com sete velocidades. Na geração anterior, a configuração equivalente utilizada a continuamente variável Multitronic – junto com o motor 1.8 de 170 cv.

O resultado da combinação do novo propulsor, que entrega torque máximo bastante alto e disponível a partir de 1.450 rpm, com o rápido é preciso câmbio, é um sedã com um fôlego surpreendente. Muito vigoroso nas retomadas, ele também atinge velocidades altas com facilidade e sem “reclamar”. A 150 km/h, em velocidade de cruzeiro, o A4 continua incrivelmente silencioso e demonstrando disposição para acelerar mais.

O silêncio, porém, é relativo. Se o motorista pisar no acelerador com muita força, vai conseguir escutar um barulho instigante, que aumenta a diversão proporcionada pelo A4 em estradas com trechos sinuosos, por exemplo. E olha que estamos falando de um mero quatro-cilindros – com turbo e injeção direta de combustível.


O barulho – e a diversão ao volante – fica ainda melhor se o motorista acionar o modo Dynamic (esportivo) de condução. Além dele, há ainda o automático, o normal e o confortável. O acionamento desse sistema passou do console para o painel central, ficando mais intuitivo e fácil de operar.

Uma novidade é que, opcionalmente, o recurso pode receber o sistema de amortecimento adaptativo. Nesse caso, o A4 fica até 23 milímetros mais baixo de acordo com a demanda – ou sempre que o motorista aciona o modo Dynamic.

A posição de dirigir é muito boa e o Head Up Display (que projeta informações do painel no para-brisa) pode ter sua altura ajustada, adaptando-se a motoristas de diversas estaturas. Um ponto negativo, porém, é a falta de ajustes elétricos para o banco do condutor, não disponíveis nem opcionalmente. A ausência do recurso que facilita a missão de encontrar a posição ideal de guiar é uma falta grave em um carro com tanta tecnologia inovadora.


Mas o que ele tem de especial?Os novos recursos à disposição do motoristas impressionam, principalmente por se tratar de um dos carros mais simples da marca de luxo. Há tecnologias que, na linha Audi, até agora só estavam disponíveis no jipão topo de linha Q7.

Um dos destaques é o painel de instrumentos virtual. Com esse recurso, o motorista pode escolher o que quer ver na tela do quadro central. Pode ser só dados sobre a condução, ou informações sobre o sistema de entretenimento. Outra opção é projetar, no monitor, o mapa e os dados do navegador GPS com imagens em 3D.

Esses dados também estão na tela central de 8,3″. O monitor é como um tablet, mas diferentemente do que ocorre com os Mercedes-Benz, não parece uma adaptação. Combina muito bem com a cabine. Porém, não é sensível ao toque. Todos os comandos são dados por meio da central chamada pela Audi de MMI, que fica no console central.


O desenho desses botões mudou para deixar a tecnologia mais intuitiva. Além disso, agora há opção de zoom para as imagens da tela central. Há ainda um amplo leque de conexões com smartphones de variados sistemas operacionais, com direito a espelhamento (projeção dos dados do celular no monitor do carro).

Mas é se eu esquecer de carregar meu celular? Problema nenhum. Num console central há um carregador sem fio. Basta colocar o telefone sobre o recurso e o processo tem início imediatamente. A velocidade de recarga é a mesma entregue por um carregador de tomada. Porém, por ora a tecnologia só é compatível com os mais avançados smartphones que utilizam sistema operacional Android, como o Samsung Galaxy S6 e os Nexus 5 e 6. Para o iPhone, é preciso ter um adaptador.

Outra inovação é o sistema que, por meio do GPS, é capaz de ler parâmetros como a topografia do local. Assim, ele pode, por exemplo, automaticamente acelerar ou desacelerar o carro no topo de uma colina, conforme demanda, além de ler placas de trânsito.


O mais interessante dos sistemas é o que promove condução autônoma. Além de sensores e radares, ele usa o leitor de faixa de rolamento para ser capaz de mover o volante e transpor curvas sem ajuda do motorista.

Em combinação com o controlador de velocidade de cruzeiro adaptativo, que freia e acelera o veículo acompanhando o movimento do carro da frente, a tecnologia dispensa a participação do motorista na condução por dez segundos – após esse período, o condutor é avisado, por meio de sinal sonoro, que deve retomar a direção do A4.

No entanto, de acordo com o diretor de desenvolvimento de produto da Audi, Victor Oliveras, não é recomendável usar o celular durante esse processo se o carro estiver em alta velocidade. O auxílio é mais indicado para aliviar a participação do motorista do processo de dirigir em uma situação de trânsito carregado, por exemplo. Durante a avaliação, ele se mostrou um tanto confuso acima de 130 km/h. Em algumas situações, não foi capaz de transpor curvas sozinho.


Visual. O A4 passa a ter a nova identidade da Audi, com a grade frontal já disponível nos modelos Q7 e TT, e que será adotada na próxima geração do restante da gama. Outro destaque fica por conta dos retrovisores separados da carroceria, solução usada para melhorar a aerodinâmica, de acordo com Oliveras.

Por dentro, a versão destinada ao Brasil está bem mais sofisticada, com uso de couro em diversas partes da cabine e de alumínio no painel. Uma saída de ar falsa, no entanto, destoa um pouco do restante do ambiente.

Apesar de ter ficado levemente maior – cresceu alguns milímetros em comprimento e entre-eixos -, o A4 passa a impressão de ser um modelo mais compacto. O peso, por sua vez, foi reduzido em 120 quilos. O porta-malas, de 480 litros, tem abertura elétrica e acomoda pelo menos uma mala grande e duas médias sem esforço.


PRÓS
Tecnologia
Carro é capaz de dispensar motorista por dez segundos e ler topografia do local de rodagem.

CONTRAS
Ajuste manual
Num modelo tão moderno, comandos elétricos para ajustar o banco do motorista deveria ser ao menos opcional.

FICHA TÉCNICA
Motor – 2.0 turbo, 4 cilindros, 16V, gasolina
Potência – 190 cv a 4.200 rpm
Torque – 32,3 mkgf a 1.450 rpm
Câmbio – Automatizado, sete marchas
0 a 100 km/h – 7,3 segundos
Comprimento – 4,72 metros
Largura – 1,84 metro
Entre-eixos – 2,82 metros
Porta-malas – 480 litros


VIAGEM A CONVITE DA AUDI

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”