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Carro do leitor: o ‘esquisito’ Renault 16
Carro do leitor

Carro do leitor: o ‘esquisito’ Renault 16

Empresário de Santo André, no ABC, encontrou o dois-volumes no fundo de uma oficina, em péssimo estado de conservação. Mesmo sem saber que modelo era, resolveu comprá-lo. Após seis anos de trabalho, o carro está pronto

03 de out, 2010 · 5 minutos de leitura.

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 Carro do leitor: o 'esquisito' Renault 16

LUÍS FELIPE FIGUEIREDO

A frase “Você gosta de carro esquisito, tem de ver esse. É a sua cara!” dita por um amigo instigou o empresário Osmar Mateus Martins, de 46 anos, dono de uma loja de autopeças em Santo André, no ABC, a conferir a tal esquisitice. O carro estava no fundo de uma oficina, em péssimo estado de conservação. “Nem sabia que modelo era, mas resolvi comprá-lo. Aí é que fui pesquisar e descobri que se tratava de um Renault 16.” Isso foi em setembro de 2004. Exatos seis anos depois, o carro ficou pronto.

Confira aqui a galeria de fotos do Renault 16 de Martins

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Conhecido como R16, o hatch foi fabricado de 1965 a 1979 e, na França, tornou-se um sucesso. Para o Brasil vieram poucos. “Oficialmente, na América Latina só a Venezuela recebeu esse carro”,diz Martins, que coleciona vasta literatura sobre o Renault. O 16 do empresário é TS, ano 1972 (a versão foi feita de 1968 a 1976).

Toda a restauração foi feita em Santo André. “A parte elétrica estava péssima, igual a um monte de espaguete. Havia furos no assoalho e faltavam componentes. Refizemos tudo”, conta o empresário. As peças foram compradas na internet. “A maioria veio da França. Mas o para-choque dianteiro comprei da Austrália, a grade, da Suécia e o painel, da Áustria”, relata o dono do carro. A tinta usada na carroceria foi feita de acordo com a especificação original, utilizada para o 16 de 1970 a 1974.

Martins não revela quanto investiu no modelo. Prefere falar das peculiaridades do hatch. A começar pela carroceria, dos primórdios dos chamados “dois-volumes” – inusitados à época, pois não eram nem sedã, nem perua. O câmbio de quatro marchas fica à frente do motor, disposição pouco usual que melhora a distribuição de peso (o propulsor está atrás do eixo dianteiro). A suspensão, independente nas quatro rodas, utiliza barras de torção no lugar de molas. Por causa da disposição em paralelo das barras na traseira, o entre-eixos é 6 cm maior (2,71 metros) do lado esquerdo – o direito tem 2,65 metros.


O motor quatro-cilindros de 1.565 cm³ a gasolina, todo feito de alumínio, gera 85 cv. A tração é dianteira e as marchas são trocadas por uma alavanca na coluna de direção. A posição de dirigir é agradável, com bancos macios. E há vidros elétricos dianteiros e até regulagem de altura dos faróis.

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