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Um velhinho que é pura adrenalina
Carro do leitor

Um velhinho que é pura adrenalina

Para o orgulhoso dono desta 'baratinha' Ford A 1928, características como direção com folga, câmbio difícil de engatar, suspensão insegura e freios ineficientes não são defeitos, mas grandes fontes de emoção quando ele se senta ao volante

11 de dez, 2010 · 3 minutos de leitura.

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 Um velhinho que é pura adrenalina

“Os carros novos se dirigem sozinhos”, brinca Machado (Foto: Sérgio Castro/AE)

Viviane Biondo

A direção tem folga, as trocas de marcha requerem precisão, a suspensão não garante muita estabilidade e em dias de chuva é recomendável manter muita distância do carro à frente, para evitar o risco de as rodas travarem numa frenagem de emergência. Para o contador Rodolfo Machado Filho, de 59 anos, são justamente essas características que tornam a vida a bordo de seu Ford A Roadster 1928 “pura adrenalina”. “Os carros novos se dirigem sozinhos, é muito fácil”, brinca.

Há três anos, o Fordinho que agora desfila pelas ruas da Mooca, na zona leste, rodava em Fortaleza. Quando um amigo o avisou que o clássico estava à venda, Machado fez a encomenda. “O carro é bem antigo, mas o motor estava em excelente estado.” O quatro-cilindros de 40 cv trabalha em conjunto com o câmbio de três marchas. A partida é feita por meio de um botão no assoalho, ao lado dos pedais. “Levei um ano e meio para restaurar esse carro”, conta Machado, que faz sucesso na direção desta “Baratinha”, principalmente entre as crianças.

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“Para as atuais gerações, ele é uma novidade”, afirma o contador, que não recusa os pedidos do neto, de quatro anos, para passear. “Ele pede para ir de carro antigo. As crianças nas ruas acenam e querem andar também.” Machado se prepara para encarar a primeira viagem longa com o Fordinho. “Quero ir com ele a Conservatória, no Rio de Janeiro, participar de um encontro de antigos”, planeja.

Clique aqui para ver uma galeria com fotos do Fordinho “adrenalizante”.


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”