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Atkinson ressurge
Tecnologia

Atkinson ressurge

Ciclo substitui o Otto em motores de veículos híbridos, que combinam propulsor a combustão com elétrico, para reduzir consumo. Ford Fusion Hybrid e Mercedes-Benz S400 Hybrid são opções que já estão à venda no País

08 de dez, 2010 · 4 minutos de leitura.

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 Atkinson ressurge

Fusion Hybrid, que chegou há pouco no mercado brasileiro, utiliza ciclo Atkins em substituição ao Otto (Foto: Sérgio Castro/AE)

Carlos Cereijo

Carros híbridos, que combinam motor a combustão com elétrico, são raros nas ruas do País. No mercado há apenas o Mercedes-Benz S400 Hybrid, por US$ 257 mil (R$ 432 mil), e o Ford Fusion Hybrid, a R$ 133.900. Assim, o brasileiro ainda está pouco habituado às características e tecnologias desses modelos. Uma delas é o ciclo Atkinson.

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No motor a combustão dos híbridos, essa tecnologia substitui o ciclo Otto. O objetivo é consumir menos combustível.
O conceito existe desde o século 19, porém não é ideal para a maior parte dos veículos atuais. Agora, com os híbridos, estão ganhando terreno no mundo.

A diferença do motor de ciclo Atkinson para o Otto está na compressão – o segundo dos quatro estágios do funcionamento dos dois propulsores.

Os demais estágios são iguais em ambos. O primeiro é a admissão, em que a mistura ar-combustível entra pela válvula na câmara quando o pistão desce.


Na compressão, as válvulas do motor de ciclo Otto se fecham e o pistão sobe, comprimindo a mistura. No caso do Atkinson, essa válvula fica aberta por uma fração de segundo.

Quando o pistão começa a subir, uma parte da mistura ar-combustível volta pela válvula. Depois ela se fecha e ocorre a combustão, o terceiro estágio.

Neste, a mistura explode e empurra o pistão para baixo, gerando movimento. No quarto estágio, a exaustão, o pistão sobe e expulsa pela válvula de escape os gases resultantes da queima.


O gerente de Engenharia da Ford, Klaus Mello, explica por que o motor de ciclo Atkinson desperdiça menos energia: “Ele utiliza menos força para comprimir a mistura ar-combustível. Além disso, a quantidade de gasolina queimada é menor, o que reduz o consumo.”

A desvantagem do Atkinson é que a faixa ideal de trabalho do motor é curta, o que não combinava com os câmbios manuais e automáticos. Os híbridos, por outro lado, compensam isso com seus propulsores elétricos e, em alguns casos, transmissão com relações infinitas (CVT).


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.