Sempre morri de vontade de conhecer Barcelona e realizei este desejo em 2011. Era outubro, quase novembro, e me surpreendeu o clima da cidade: nada daquele frio pesado típico do outono europeu. Um casaco leve bastava pela manhã e à noite. No meio do dia, dava para ficar até de saia e blusa sem manga, uma vez que a temperatura oscilava entre 20 e 22 graus e, no sol, a sensação térmica era de mais de 25ºC.
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No ano seguinte, voltei. Era agosto, auge do verão, com temperaturas bem altas e o clima descontraído, meio sem compromisso com o tempo, típico das cidades de praia.
Barcelona é cidade para curtir ao céu aberto. Diferente de outras grandes metrópoles europeias, com seus museus (muito museus) e prédios seculares.
E, com este perfil, é um local para explorar a pé, de metrô, ônibus, táxi. O transporte coletivo por lá é muito bom (metrô e ônibus) e os táxis têm preços razoáveis.
Há pouco mais de três anos, explorar Barcelona ficou mais fácil para os brasileiros. A cidade passou a ser o ponto de escala do voo da Singapore Airlines entre São Paulo (Aeroporto de Guarulhos) e Cingapura (três frequências semanais). Em maio, por exemplo, as passagens partem de US$ 788 (cerca de R$ 2.050).
Para conhecer Barcelona, são necessários de cinco a dez noites. Se o período de visita for mais comprido, há diversas possibilidades para se explorar nas redondezas – ou a uma distância média. Aí entra o carro. Dá para fazer muitos roteiros interessantes a bordo de um veículo.
ROTEIROS
1 – Barcelona com Cadaqués (10 dias) – para quem tem poucos dias extras, recomendo uma viagem à bela cidade litorânea Cadaqués, que fica entre Barcelona e a França. O ideal é passar uma ou duas noites por lá, já que são cerca de 170 km e aproximadamente duas horas de viagem – pela estrada principal, a AP7, com velocidades máximas permitidas entre 110 km/h e 130 km/h, e depois por vias secundárias. A cidade encanta por seu jeitão de vila – ou estação de veraneio – mediterrânea, com casinhas brancas, além do belíssimo tom verde do mar, bem parecido com aquele das ilhas de Mallorca e Ibiza. Uma paisagem natural inesquecível;
2 – De Barcelona em direção ao sul (de 20 a 30 dias) – Se você tem mais dias livres, minha sugestão é que explore as cidades costeiras que ficam ao sul de Barcelona. Entre as mais conhecidas, a primeira é Valência, cuja arquitetura, mais contemporânea, destoa da de outras tradicionais cidades europeias. Fica a 351 km de Barcelona e há muitas cidadezinhas interessantes no caminho. De Valência, vá em direção a Málaga, a cerca de 650 km. Entre elas, se quiser fazer pernoite, há Bernidorm, Murcia, Cartagena e Almeria.
Em Málaga, já não há resquícios da tradição catalã, já que trata-se de uma das cidades mais importantes da Andaluzia. Não deixe de visitar Marbella, ao lado. O local, uma das estações de veraneio espanholas, é um “point” de ingleses, mas também tem atraído endinheirados das comunidades árabes, especialmente dos países do norte da África, por causa da proximidade entre as regiões. Por lá, há muitos hotéis de luxo, restaurantes badalados, clubes de praia e casas noturnas. Em breve farei um post exclusivo sobre a cidade de Marbella. Se tempo não é problema, continue em direção ao sul, passe por Gibraltar e vá até a principal cidade da Andaluzia, Sevilha. A partir de Marbella, são cerca de 250 km. Por fim, se quiser cruzar o sul da Espanha e sair da costa mediterrânea, minha dica é uma visita a Cádiz (a 125 km de Sevilha).
3 – De Barcelona até a França (de 10 a 30 dias) – aqui, você pode tanto optar por visitar a região de Provença, fazendo uma parada na universitária e encantadora Montpellier, quanto a estender sua experiência e ir até Mônaco, já quase na divisa com a Itália, explorando a Riviera Francesa (veja aqui um post sobre a região). De Barcelona a Montpellier são 346 km. De lá, vá até a portuária e histórica Marselha (mais 169 km), já na região provençal, com suas lavandas e premiada culinária. São imperdíveis os passeios a Toulon e Aix-en-Provence, entre outras cidades da região.
Próximo destino? Saint-Tropez, uma das estações de veraneio mais badaladas da Europa. Rode mais 134 km com trecho de uma bela via secundária, cheia de curvas e entre montanhas, e se jogue nas lindas praias, nos badalados clubes diurnos e noturnos, nos estrelados restaurantes e no charme do porto e da vila. De lá, faça base em Nice (a 112 km), Cannes ou Monte Carlo para explorar a riviera, que também inclui cidades como a medieval Ezé, Antibes e Cap Ferrat, entre outras.
RODOVIAS
Na Espanha, a principal rodovia é a AP7, que na França passa a se chamar A8 ou A9, dependendo do trecho. A velocidade máxima é de 130 km/h, mas pode ser inferior em alguns trechos – fique de olho nas placas. Há pedágio em todas. É pago por trecho. Em geral, você retira o ticket no início da rodovia e paga no final. Um trecho de 350 km sai por cerca de 16 euros.
Tome cuidado com a cabine. Algumas só aceitam cartão de crédito; em outras, dá para pagar com moedas. São poucas as que têm um atendente – em algumas praças de pedágio, não há atendente em nenhuma. Para quem está despreparado, a missão de pagar acaba virando uma grande confusão.
Nas estradas secundária, que são muito bem conservadas – e é nelas que se vê as paisagens deslumbrantes do trajeto -, a velocidade máxima não passa de 100 km/h. Fique atento: nelas, especialmente na Riviera Francesa, há muitos trechos urbanos, nos quais é preciso reduzir drasticamente a velocidade.
Na hora de alugar o carro, faça questão de ter um GPS. Ou verifique se o veículo tem internet sem fio a bordo, pois, neste caso, você conseguirá usar os mapas de seu próprio telefone celular. Se não houver nenhuma dessas possibilidades, alugue um navegador.
Não vale a pena fazer uma viagem de carro em um local desconhecido usando o velho e bom mapa impresso. Ele provoca enjoo na maioria das pessoas e é quase inevitável acabar errando o caminho em um trecho ou outro. O GPS evita irritações desnecessárias e permite que você aproveite melhor seu tempo nas férias.
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