Primeira Classe

Por que os SUVs são a salvação das marcas de luxo

Também graças aos SUVs, os modelos superesportivos poderão continuar existindo

Rafaela Borges

14 de jul, 2017 · 6 minutos de leitura.

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Crédito: Modelo marcará entrada da Lamborghini no mercado de SUVS

Não teve jeito, até a Ferrari se rendeu. De acordo com a imprensa europeia, a mais emblemática montadora do mundo já trabalha no desenvolvimento de um utilitário-esportivo. É isso mesmo, minha gente: a Ferrari vai vai entrar no mundo dos SUVs.

(No Instagram: @blogprimeiraclasse)

A informação é de fazer aquele cara purista, entusiasta, desmaiar. SUV não tem nada a ver com esportividade, mesmo levando a palavra “esportivo” no nome. Certo?

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Isso não importa mais, para falar a verdade. Depois que a Porsche abriu a porteira, a receita se mostrou um sucesso. E sucesso é irresistível, né? Cria tendências. Todo mundo quer fazer igual.

Quando a Porsche anunciou que produziria o Cayenne, começaram uma onda de protestos entre os fãs da marca. Era inacreditável a ideia de uma fabricante de carros esportivos se aventurar na produção de um jipão.

“Jipão”, naquela época, já era SUV. Não um jipe, rústico, e sim um modelo com formas robustas, mas conteúdo sofisticado e dirigibilidade de carro de passeio. Ainda assim, a ideia não foi bem aceita.


 

GALERIA: SUVs DE LUXO QUE NÃO TEMOS NO BRASIL

 


No entanto, a Porsche persistiu, e Cayenne fez tanto sucesso que salvou sua “vida”. A marca estava deficitária e, após os lucros obtidos com o SUV, quase conseguiu comprar a Volkswagen – grupo do qual, hoje, faz parte.

O Cayenne levou à Porsche novos consumidores. Pessoas que queriam um Porsche, mas não um esportivo, se tornaram clientes da montadora.

Os volumes de vendas aumentaram; os lucros, também. Alguns fãs da Porsche ainda resistiram, torceram o nariz. Logo, porém, viram que o fato de ter um SUV em sua linha não mudou a essência esportiva da montadora.


Depois, vieram outras “inovações”, como o Panamera, que é quase um sedã de luxo. E um SUV menor, o Macan.

A Lamborghini, em seguida, anunciou que também faria um SUV, e já mostrou seu protótipo. Trata-se do Urus, previsto para chegar em 2019.

A chiadeira também foi grande, afinal a Lamborghini não é apenas esportiva; é superesportiva.


Porém, hoje, talvez seja impossível sobreviver sem um SUV. Mesmo as marcas de luxo estão precisando aumentar seus volumes, pois a demanda por avanços tecnológicos é cada vez maior, e mais rápida.

Um superesportivo, caríssimo, é lucrativo, mas demanda amplo custo de desenvolvimento. São produtos que precisam ter tudo o que é mais tecnologicamente avançado na indústria.

Ter um carro de maior volume, portanto, é fundamental para ampliar os investimentos em tecnologia. Os SUVs, além de muito requisitados pelo público, são também carros que geram ampla lucratividade.


 

MARCAS DE LUXO

Montadoras que não são especializadas em esportivos, mas que, tempos atrás, jamais sonharam em ter SUVs em suas linhas, também estão se rendendo. A Bentley, por exemplo, já lançou um utilitário para chamar de seu, o Bentayga.


A Jaguar não queria SUV. Seus clientes também diziam não querer. Porém, a marca lançou um carro do segmento. O F-Pace. O sucesso foi estrondoso, até mesmo no Brasil. Por aqui, o carro chegou a aparecer entre os dez modelos de luxo mais vendidos – mesmo partindo de R$ 300 mil.

Com tamanho sucesso em sua linha, a Jaguar decidiu ir além. Nesta quinta-feira (13), mostrou seu segundo utilitário-esportivo, o E-Pace. O modelo está para BMW X1 e Audi Q3 assim como o F-Pace está para o Macan.

 


GALERIA: JAGUAR E-PACE

 

POR QUE OS SUVs?


Não é só no Brasil. No mundo inteiro, todo mundo quer ter SUV. O Cayenne deixou isso claro. E as marcas não param de investir no segmento.

Isso porque, sendo SUV, o povo compra. Vale, então, variar o tema. Caso da BMW, que criou uma espécie de SUV-cupê, o X6. O sucesso veio, e foi logo incorporado pela Mercedes, que lançou o GLE Coupé.

A Audi também terá seu representante nesse nicho, mas inovou em outro. A marca lançou o pequenino Q2, uma espécie de subcompacto, posicionado abaixo do Q3.


 

 

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.