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Obituário: morre, aos 43 anos, o Volkswagen Scirocco

Nascido em 1974, Scirocco deixa esse mundo após uma carreira irregular, apesar de muito estilosa

Diego Ortiz

12 de out, 2017 · 3 minutos de leitura.

Volkswagen Scirocco" >
Volkswagen Scirocco
Crédito: Crédito: Volkswagen

O alemão Scirocco nasceu em 1974, filho de Giorgetto Giugiaro com Volkswagen. Após alguns problemas de relacionamento, ele acabou sendo criado na prática por Karmann, que o tratou de forma muito especial.

Desde cedo sempre foi um menino muito bonito. Ganhou fama mundial como modelo em 1981, após passar precocemente por alguns procedimentos estéticos. Tinha um andar elegante e forte ao mesmo tempo, o que chamava atenção do público.

Foi alvo de muitas críticas por beber demais, mesmo que ainda ostentasse seu porte esportivo. Entrou em grave depressão após não fazer o sucesso que se esperava dele e foi substituído na empresa por Corrado em 1992, um modelo que não tinha tanto carisma, mas que era mais eficiente no trabalho.

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Scirocco passou a viver no ostracismo até ganhar uma segunda chance, em 2008, como modelo em Portugal. A AutoEuropa, unidade de negócios de sua mãe Volkswagen, conduziu sua retomada de carreira e ele voltou ainda mais bonito e atlético, ganhando instantaneamente o coração dos puristas da cidade.

O modelo começou a desfilar pelo mundo de novo, mas não demorou muito para que uma rixa antiga com seu meio irmão Golf começasse novamente a minar os planos de Scirocco. Os 276 cavalos que ele herdara de sua mãe não eram suficientes para ele se manter diante da alta competitividade do Golf, que se oferecia para o serviço por preços muito inferiores, mesmo que sem o mesmo brilho visual nas passarelas.

Após ir perdendo as capas de revista uma a uma, Scirocco entrou em uma nova onda de depressão que o retirou das pistas e do mundo em definitivo. A morte foi anunciada pelo site de sua mãe. O funeral será só para familiares e pessoas próximas, que ajudaram a construir sua carreira na Alemanha e, por último, em Portugal.


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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”