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iPhone X, o carro usado da nova geração

Amor pelos carros perde espaço cada vez mais para o multifacetado celular, como o caríssimo iPhone X

Diego Ortiz

01 de nov, 2017 · 4 minutos de leitura.

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iPhone X
Crédito: Crédito: Apple

Eu tirei a minha habilitação assim que foi possível para poder, de forma legal, fazer o que já fazia há anos. Era o final dos anos 90, outro mundo, e não recomendo a ninguém ser um fora da lei. A adrenalina não compensa o vexame de ser pego, acredite.

Independentemente da permissão para dirigir, o que quero dizer é que o grande barato da minha geração, o sonho, o presente pedido ao passar na faculdade, era um carro, qualquer que fosse. Era a sensação de viver uma vida a quatro rodas que motivava a rapaziada. Eu, que vinha de uma família de motoristas orgulhosos, neto do melhor mecânico do mundo, não teria como fugir disso.

O meu primeiro carro foi um Chevrolet Chevette 1.6/S 1986, verde claro, uma lindeza. Um virtual Ford Corcel 1969, relíquia de família, veio em seguida, mas a falta de grana me fez abandonar o projeto. Depois disso, deixei os carros e fui para as motos, voltei para os carros depois, e vivo nessa vida dupla o tempo todo até hoje. Muitos dos meus amigos também.

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Mas o mundo muda, nem sempre para melhor, eu diria. E hoje o carro caminha para ser um mero meio de transporte, afastado daquela paixão que ele carrega há mais de 100 anos. Motivos justos, como o meio ambiente e a superpopulação nas grandes cidades, o colocaram neste momento complicado. Eu, diante do meu amor escancarado, sofro, nem sempre em silêncio, como você pode notar neste momento.

Todo esse (looooongo) preâmbulo serve à dois propósitos: reclamar que os jovens não gostam mais de carro e me mostrar escandalizado com o preço do novo iPhone X, que custará R$ 7 mil no país. Mesmo com este preço absurdo, veremos filas de jovens na loja da Apple para comprar o aparelho. Nunca mais veremos filas na lojas de usados para um jovem comprar um usado usável para passear por aí. Nem para impressionar as gatinhas. Hoje sabemos que presumir isso é errado e elas não se impressionam mais com esse tipo de besteira.

Há uma dura transição no ar. As fabricantes de carros correm para chegar em um ponto onde a tecnologia fisgue os jovens novamente. Pode ser que consigam, mas adianto que estou pessimista. Enquanto isso não acontece, continuo me sentindo um dinossauro à beira da extinção, tendo como sonho de consumo um carro feito em 1968. Vou ali pesquisar sobre meteoros na minha enciclopédia e já volto.


VEJA MAIS: OS CARROS MAIS VENDIDOS NO BRASIL EM OUTUBRO

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.