Ele ainda não saiu de linha. Porém, mês a mês, o consumidor que acompanha o ranking de vendas percebe que seu desempenho vem piorando e sua posição nessa lista, despencando. Desinteresse do cliente? De vez em quando, sim. Porém, os produtos em questão aqui são os carros abandonados por suas próprias fabricantes.
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A maioria dos que listaremos nessa análise já está defasada, e perdendo apelo ante o consumidor. Porém, é o abandono praticado por sua “mãe” (a fabricante) que acaba fazendo com que ele perca relevância. Até desaparecer de vez.
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É possível dizer que o abandono é o primeiro sinal de que o carro vai sair de linha. A montadora para de investir em campanhas de varejo para o veículo.
Além disso, encerra o processo de atualizações no carro. Ele para de receber novidades estéticas, novos itens ou mesmo reposicionamento para a linha do ano seguinte.
Com o tempo, a produção vai sendo reduzida. Antes disso, é bem possível que, por causa da falta de investimento em atualizações e campanhas, as vendas também já tenham começado a despencar.
Por que não, então, simplesmente tirar o carro de linha de uma vez? Há algumas explicações.
Muitas vezes, esse carro ainda não tem um substituto. Se a montadora parar de vendê-lo, ficará sem representante em um determinado segmento. Normalmente, isso ocorre quando a categoria em questão é importante – como as de hatches, sedãs e utilitários-esportivos compactos, por exemplo.
É comum a marca “segurar” o carro defasado e abandonado no mercado, à espera da chegada do novo.
Outras vezes, ainda há bastante estoque do carro em questão. Se a marca anunciar que ele saiu de linha, o interesse do consumidor pelo veículo diminui, e fica mais difícil vender os exemplares “encalhados”.
Há também os casos em que o interesse do consumidor desapareceu antes do abandono do carro pela marca. Porém, há um plano industrial que não pode ser cancelado de uma hora para outra. Nesse caso, a montadora continua produzindo o carro, mas vai reduzindo sua escala aos poucos.
EXEMPLOS DE CARROS ABANDONADOS
Entre os principais exemplos estão a dupla Palio-Siena. À espera do Argo e do Cronos, que chega no ano que vem, a Fiat foi aos poucos abandonando esses dois modelos, mas sem tirá-los de linha.
Primeiro, algumas versões de Palio e Siena deixaram de ser oferecidas. Depois, eles foram despencando em vendas.
O Palio, que até o primeiro semestre de 2016 aparecia no “top 10”, hoje está fora do “top 50”. No mês passado, teve apenas 321 exemplares emplacados, ante os mais de 18 mil do líder Onix, com o qual costumava concorrer.
O Palio, agora, parece que vai mesmo dizer adeus – embora a marca informe que a versão 1.0 continuará sendo oferecida. Provavelmente, só enquanto durarem os estoques.
O Siena, após a chegada do Cronos, deverá seguir o mesmo caminho de seu irmão hatch.
O Fox é outro que tem chances de passar por abandono em breve. Em novembro, primeiro mês de vendas do Polo, o Fox ficou pela primeira vez fora do “top 30”. Foi o 31º colocado no ranking de vendas, com cerca de 2.300 emplacamentos.
É fato que o Fox não passou por um processo de abandono evidente nos últimos meses, como ocorrer com o Palio. Pelo contrário: ele até recebeu algumas novidades.
No entanto, é fato também que Fox e Polo juntos não fazem sentido. A Volkswagen, no entanto, informa que continuará oferecendo o Fox.
Agora, é esperar para ver se a marca vai mantê-lo investindo no produto, ou se simplesmente está se livrando de estoques. Se for o segundo caso, os sinais de abandono devem vir já nos próximos meses.
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Outro caso clássico de abandono foi o Renault Fluence. Aqui, não havia substituto planejado. Porém, o interesse do consumidor diminuiu e a marca deixou de investir no carro, privilegiando os da plataforma da marca romena Dacia (Sandero, Logan, Oroch, Duster e Captur) e, agora, o Kwid.
Casos semelhantes são os dos Peugeot 308 e 408. Eles estão em linha, mas é como se não existissem. Seus emplacamentos não chegam a 100 unidades por mês, e a fabricante não faz nada a respeito.
O Fiesta Sedan, trazido do México, foi tão abandonado que a Ford até deixou de importá-lo, e ninguém percebeu. Agora, o carro voltou, mas em volumes baixos. No mês passado, teve pouco mais de 100 unidades emplacadas.
Por fim, o CR-V foi abandonado pela Honda desde 2015, com a chegada do HR-V. Ali, ele passou a ter volumes irrisórios – não chegava aos 20 emplacamentos. Agora, finalmente saiu de linha.
A nova geração do CR-V chegará em 2018, em versão reposicionada – será mais caro, tecnológico, maior, etc.
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