Primeira Classe

VW prova que seus carros são caros

Em novembro, com o Volkswagen Tiguan, consumidor mostrou que quer os carros da marca. O problema é o preço

Rafaela Borges

07 de dez, 2017 · 5 minutos de leitura.

Volkswagen Tiguan ranking de vendas" >
Volkswagen Tiguan
Crédito: Prestes a sair de linha, Tiguan somou, em um mês, mais de um terço do total de suas vendas no ano (Foto: Sergio Castro/Estadão)

O Volkswagen Tiguan é aquele típico carro em fim de carreira. No ano passado, ele até ganhou uma versão mais em conta, com motor 1.4. Isso não foi suficiente. Em 2017, as vendas naufragaram de vez.

Para se ter uma ideia, neste ano, o carro ainda não havia conseguido nem se aproximar da casa das 100 unidades emplacadas. Muitas vezes, não passou das 50.

Até outubro, tinha 551 emplacamentos acumulados no ano – ou 50 por mês. Brigava com o CR-V pelo posto de SUV médio mais esquecido (e agora, insignificante) do Brasil. Logo os dois, que sempre foram desejados. O fim de carreira se aproximava, e parecia trágico.

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E aí veio o mês de novembro, e o Tiguan conseguiu emplacar 390 unidades. Pouco? Pode parecer, mas não é. É um excelente número para o segmento de SUVs médios, pois, com exceção do Compass, dificilmente algum desses carros passa das mil unidades.

Além disso, essas 390 unidades representam mais de um terço do total de vendas do Tiguan no ano. Agora, de janeiro a novembro, ele soma 941 emplacamentos.

ESTRATÉGIA


O que mudou? A Volkswagen investiu um pouquinho no Tiguan, e o consumidor retribuiu.

O cliente brasileiro mostrou que ainda considera o Volkswagen Tiguan o excelente carro que, mesmo defasado, ele ainda é. Tem interior bem acabado, bom motor, bonito e pacote de tecnologia. Tanto que, em um comparativo com novos SUVs médios do mercado, o Volkswagen obteve a vitória.

Então, qual era o problema do Tiguan? O mesmo de outros Volkswagen: preço. Preço alto demais para o que o carro oferece.


Em alguns casos, o preço extra é justificável, como o do Polo. Na maioria, no entanto, não é. Os carros da Volkswagen estão entre os melhores do Brasil, mas não são tão melhores para cobrarem um extra tão absurdo.

Um dos exemplos é o Golf. Não há justificativa aceitável para o Golf 1.4 custar mais de R$ 10 mil a mais que o Cruze equivalente.

Com o Tiguan, ficou claro que o problema é o preço. A Volkswagen está oferecendo um belíssimo desconto para o SUV médio: mais de R$ 25 mil.


A versão 1.4 está saindo por R$ 115.990, ante os R$ 141.332 da tabela.

Nas últimas semanas, recebi ligações e emails de conhecidos para perguntar sobre o Tiguan. Com o preço mais baixo (e considerado, por essas pessoas, justo), a vontade de comprar veio. Mesmo com o fato, já público, de o modelo estar prestes a sair de linha.

Fica, então, claro: com preço justo, os modelos da Volkswagen vendem como deveriam. Não está na hora de a montadora rever sua estratégia?


Em tempo: a nova geração do Volkswagen Tiguan chega no ano que vem, importada, e apenas em versão de sete lugares. A atual dirá adeus, mas não porque a nova vai ocupar seu lugar.

O espaço deixado pelo Tiguan atual será preenchido por um novo SUV médio, a ser feito na Argentina.

VEJA TAMBÉM: 20 USADOS PARA COMPRAR DE OLHOS FECHADOS


 

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.