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Respeite o clique e não abasteça além do limite
Manutenção

Respeite o clique e não abasteça além do limite

Continuar abastecendo o tanque do carro após a bomba desligar sozinha pode trazer prejuízo

Hairton Ponciano Voz

14 de fev, 2018 · 3 minutos de leitura.

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Crédito: J. F. Diorio/Estadão
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Você já teve aquela sensação de indisposição ao comer ou beber demais? Pois o carro também está sujeito a efeitos colaterais se receber combustível além do ideal. O correto é parar o abastecimento assim que a bomba se desligar pela primeira vez. No entanto, muitos frentistas têm o costume de não respeitar o “clique” do gatilho e forçar o enchimento além desse limite.

Essa prática pode, por exemplo, danificar o cânister, filtro de carvão ativado cuja função é evitar que os vapores do combustível cheguem à atmosfera.

De acordo com o engenheiro mecânico Rubens Venosa, da oficina Motor-max, além de evitar a poluição do ar, o sistema antievaporativo (do qual o cânister faz parte) melhora a combustão do motor, porque reaproveita os vapores que seriam dispersados no ambiente.

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O problema é que, com o tanque muito cheio, parte do combustível pode ir para o cânister, encharcando e inutilizando o filtro. “Se o carvão ficar saturado de gasolina ou etanol, perderá sua função”, adverte Venosa. “Trata-se de um componente com vida útil de cerca de 150 mil km, mas, se encharcar, já era.”

Segundo o engenheiro, poucos veículos são capazes de detectar a falha e informar o motorista por meio da luz espia de injeção no painel. “O carro continua funcionando normalmente, mas exalando cheiro de combustível”, diz Venosa.

O tamanho do prejuízo
Segundo ele, modelos como os Volkswagen Jetta e Tiguan 2.0 turbo têm apresentado a falha com frequência. Para esses carros, a peça custa R$ 1.300, além de R$ 200 da instalação.


O preço do serviço depende do tipo de veículo. Na Fukuda Motorcenter, para um Gol o reparo sai por cerca de R$ 300 se o componente for adquirido em lojas de autopeças independentes. Se for comprado em concessionárias VW, o custo pode variar de R$ 800 a R$ 1.000.

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”