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Fiat confirma fim da produção do Palio
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Fiat confirma fim da produção do Palio

Fiat Palio ficou em linha por 22 anos e teve duas gerações fabricadas; Hatch chegou a ser carro mais vendido do Brasil e abre espaço para linha do Argo

Igor Macário

22 de fev, 2018 · 6 minutos de leitura.

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palio carros
Segunda geração do Palio não chegou a ser reestilizada
Crédito:Divulgação/Fiat
palio

Após muita especulação, a Fiat enfim confirmou que o Palio deixará de ser produzido. O modelo lançado em 1996 dará espaço total ao Argo na linha de produção em Betim (MG). Apesar da longevidade, o Palio teve apenas duas gerações e a primeira ainda sobrevive nas formas da picape Strada e da perua Weekend Adventure.

Até então, o modelo vinha sendo vendido apenas nas versões com motor 1.0 e 1.4. O Palio, inclusive, já não aparece mais no site da marca. Após uma reformulação, o configurador de Punto e Bravo (descontinuados em 2017) também foi finalmente retirado do ar.

Um dos modelos mais emblemáticos da Fiat brasileira, o hatch foi lançado em 1996 com a missão de substituir o já cansado Mille. O modelo fez sucesso e deu origem a uma família de carros, composta pelo sedã Siena, a perua Palio Weekend e a bem sucedida picape Strada, lançados entre 1997 e 1999. A Weekend, aliás, foi a precursora do conceito aventureiro, com a Weekend Adventure de 1999.

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Na primeira fase, os motores podiam ser 1.0, 1.5 ou um potente 1.6 16V. O motor mais fraco, aliás, chegou a equipar Siena e Weekend na polêmica versão com câmbio de seis marchas. As duas ficaram apenas pouco mais de um ano em linha entre 1999 e 2000.

O primeiro Palio também trouxe algumas novidades para o segmento de hatches compactos na época. Em todas as versões, o modelo podia receber air bags frontais e freios ABS, itens ainda raros mesmo em segmentos superiores. O curioso é que, como opcional, o Palio podia ter apenas air bag para o motorista, ou os dois. A bolsa para o motorista era de série na versão Stile, de topo. O Gol só foi oferecer tais itens depois, já no final da década de 90.

Depois, o Palio passou por várias reestilizações. Em 2001 o modelo ganhou motor 1.0 16V e visual mais quadrado. Na mudança de 2004, uma das mais bem sucedidas visualmente, o Palio teve versões requintadas (as HLX) com direito a air bags laterais e motor 1.8 da GM. Já na safra de 2008, o 1.8 deu lugar a outro 1.6 16V e as versões mais caras ganharam opção de câmbio automatizado Dualogic.


Apenas no fim de 2011 o modelo recebeu uma aguardada segunda geração, também estendida ao Siena. A Weekend e a Strada, no entanto, nunca foram modernizadas. Agora, o modelo já carecia de uma atualização, uma vez que visual, motores e versões ainda eram os mesmos desde a virada de geração seis anos atrás.

Briga histórica

Desde o lançamento, o Palio protagonizou uma das mais longas disputas pelo primeiro lugar de vendas com o VW Gol. O Fiat, no entanto, só conseguiu desbancar o Gol em 2014 e por apenas um ano. Em 2015 o Palio foi superado pelo Chevrolet Onix. O feito, porém, foi ajudado pelo Palio Fire, a geração anterior do modelo, que continuou à venda e representava metade dos Palio vendidos. Mas, mesmo com tantos anos em segundo lugar, o Palio ainda emplacou cerca de 3 milhões de unidades no País nesses 22 anos.

A primeira derrocada do hatch ocorreu justamente quando o Fire deixou de ser vendido em meados de 2017. A segunda geração nunca foi forte o bastante para sustentar as vendas e o Palio acabou caindo no ostracismo. Isso já era claro com o sempre maior investimento da Fiat no Uno. O modelo chegava a custar mais que algumas versões do Palio, tendo também mais equipamentos e motores mais modernos. O tiro de misericórdia foi o Argo, que tinha tudo para ser uma nova geração do Palio, mas que acabou criando uma outra família, eliminando o Palio de vez.


Veja dez curiosidades sobre o Palio

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”