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Quando os híbridos cobram caro na manutenção
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Quando os híbridos cobram caro na manutenção

Com o fim da garantia dos híbridos, trocar bateria de um Fusion Hybrid custa mais de R$ 38 mil

Hairton Ponciano Voz

21 de mar, 2018 · 5 minutos de leitura.

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Primeiros Fusion híbridos não vão demorar a precisar de manutenção
Crédito:Foto: Sérgio Castro/Estadão
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Os primeiros Ford Fusion híbridos que vieram para o Brasil, no início da década, estão prestes a completar oito anos. Isso significa que a garantia das baterias desses sedãs está chegando ao fim. Oito anos é o limite de cobertura de fábrica para esses componentes.

A partir deste ano, alguns donos da versão Hybrid do Fusion terão de arcar com eventuais despesas de manutenção e troca do conjunto – que, a propósito, não é nada barato. Segundo informações da Ford, a bateria do modelo tem preço de R$ 38.531,21, ou 69% do valor médio da versão 2011 do sedã híbrido (cerca de R$ 56 mil).

Como comparação, o Fusion 2.5 a gasolina de mesmo ano é encontrado no mercado por cerca de R$ 40.500, enquanto a versão 3.0 SEL V6 tem preço médio em torno de R$ 42 mil.

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A Ford não revela se houve casos de Fusion Hybrid no Brasil que apresentaram problemas relacionados à bateria. De 2010 até agora, a fabricante contabiliza 2.250 unidades vendidas do sedã híbrido. Como as demais versões, é produzido no México.

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Donos do Toyota Prius (híbrido mais vendido no Brasil e no mundo) estão em condição mais confortável. Como o modelo feito no Japão começou a ser vendido no País em 2013, os mais antigos estão completando cinco anos agora.


A bateria do hatch custa cerca de R$ 10.500 – quase um quarto do preço pedido pela do Ford. Os Prius mais antigos, fabricados em 2013, podem ser encontrados no mercado por cerca de R$ 60 mil.

Segundo o gerente da loja de usados Planetcar, na zona norte, Michel Santos, há pouca oferta de híbridos no mercado. Mas, quando esse tipo de carro aparece, a venda costuma ser rápida e pelo preço de tabela.

Embora não cite números, o diretor de Relações Públicas e Governamentais da Toyota, Ricardo Bastos, diz que a empresa já efetuou “algumas trocas” de bateria do Prius, todas em garantia. Segundo ele, a utilização do carro como táxi foi “um laboratório interessante”. As ocorrências também ficaram dentro do esperado. “Não foi nada fora da curva”, conta.


FIM DE CICLO

Membro da comissão técnica de veículos elétricos e híbridos da SAE Brasil, o engenheiro Ricardo Takahira diz que o que determina o fim da vida de qualquer bateria é o ciclo de carga e recarga, ou seja, o número de vezes que ela pode ser recarregada. “Após esse ciclo, a ‘saúde’ da bateria vai embora.”

Quando isso ocorre, segundo Takahira, o consumo de gasolina tende a subir. Isso ocorre porque o veículo passa a depender mais do motor a combustão. “Se o carro for totalmente elétrico, a autonomia diminui.”

Ford e Toyota devolvem à origem as baterias esgotadas. Mas há no Brasil ao menos uma empresa autorizada a fazer a reciclagem desses componentes. A Suzaquim, localizada em Suzano, na Grande São Paulo, processa o material e extrai metais que podem ser utilizados por fabricantes de tintas.


Diferentemente das baterias atuais, de íons de lítio, os Fusion e Prius mais antigos têm baterias de níquel metal hidreto, tecnologia ultrapassada.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.