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Nigéria tem mercado fraco e feito de carros usados
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Nigéria tem mercado fraco e feito de carros usados

País africano tem poucas vendas de carros zero-km e permite compra de carros usados importados

José Antonio Leme

21 de jun, 2018 · 4 minutos de leitura.

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nigéria
Innoson G5
Crédito:

A Nigéria já mostrou em diversas oportunidades sua força no futebol. O país que teve como expoente dentro das quatro linhas Taribo West, Okocha, Babayaro e Ikepeba. Jogadores que, inclusive, bateram o Brasil no final olímpica de 1996.

No que diz respeito aos carros, a Nigéria nunca mostrou a mesma potência. O país africano, cuja economia é baseada no petróleo, nunca conseguiu se desenvolver da maneira adequada, apesar de exportar o “líquido” para força motriz dos veículos.

Na década de 1980, a Nigéria colocou barreiras comerciais para que o país comecasse a desenvolver uma indústria automotiva, já que até então os carros eram apenas importados. Nessa época, Peugeot e Volkswagen criaram fábricas para produção com o processo de CKD (Completely Knockdown). Assim, os carros chegavam a Nigéria em kits para serem montados lá.

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Com a criação de um programa para o desenvolvimento e o fomento industrial no país desde 2013, além de aumentar os impostos para carros que chegam prontos, a Nigéria tenta desenvolver uma industrialização e a economia. Por isso, Hyundai/Kia, Nissan, Peugeot e Volkswagen criaram fábricas lá.

Hyundai e Kia produzem o i10, Cerato, Rio e Optima. A Peugeot produz o sedã 301 – um sedã compacto vendido em mercados “ultra” emergentes. Da Nissan é feito o Versa, por lá batizado de Almera.


A Volkswagen voltou ao país depois de 20 anos. Lá produz Jetta, Passat e Amarok, além de já ter produzido o CC no início da nova operação, em 2015. Assim como as outras, eles tem um parceiro local para reduzir os investimentos da montagem por lá. Do Brasil, vão para lá kits dos caminhões da VW & Man Caminhões e Ônibus. Os caminhões da linha Worker são enviados para lá.

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Tokunbo

O termo tokunbo explica uma prática normal por lá: a compra de carros usados estrangeiros. E isso a Nigéria quer acabar também, afinal esses carros não oferecem segurança e o país acabou virando um “depósito” de carros velhos e em alguns casos até roubados para serem enviados.


Há uma marca “nacional”, a Innosson Motors. Que na verdade é controlada por várias multinacionais para tentar conter esse mercado. Entre os produtos, há uma cópia do Classe B, um sedã compacto, uma picape e um SUV. Todos de procedência chinesa, mas vendidos como nacionais.


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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”