A Copa da Rússia está chegando ao fim com uma final que não é das mais empolgantes. Ao menos, não quando o assunto é tradição no Mundial.
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Teremos a França, seleção que venceu uma vez a Copa, em 1998 (contra o Brasil, aliás). Do outro lado, a Croácia, que fará sua primeira final na principal competição do futebol.
Times tradicionais, como Alemanha e Espanha, foram ficando pelo caminho. A Itália nem chegou à Rússia, parando nas eliminatórias europeias para a Copa.
Por fim, o Brasil caiu nas quartas de final, contra a Bélgica, que também ficou pelo caminho. Mais que a derrocado da seleção nacional, o País e o mundo agora só falam sobre as constantes quedas de Neymar em campo (consideradas encenações pela maioria).
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Se a Copa não foi boa para o Brasil, ela foi ainda pior para outra seleção nacional que ficou pelo caminho. Trata-se daquela considerada a maior rival da seleção brasileira, a Argentina.
O time do país vizinho por pouco não ficou na primeira fase da Copa da Rússia. Conseguiu chegar às oitavas, por fim, mas caiu diante da França, agora favorita ao título.
Além disso, nós não ganhamos a Copa há muito tempo (16 anos, precisamente). Para a Argentina, é ainda pior: a última vez que a seleção celeste e branca venceu o Mundial foi em 1986, 32 anos atrás.
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Ou seja: se está ruim para a gente, está pior ainda para a Argentina.
Na última vez que a Argentina ganhou a Copa, o mercado de carros, no Brasil e no mundo, era praticamente “um outro mundo”, do qual pouca gente se lembra – e muitas pessoas nem vivenciaram. Confira abaixo.
Versão XR3 do Escort era sonho de consumo (Foto: Sergio Castro/Estadão)
Carros do Brasil na Copa de 86
No ano de 1986, quando a Copa foi disputada no México, o líder do mercado brasileiro de carros não foi o Gol. O modelo da Volkswagen só assumiria o primeiro lugar em 1987 – e dele só sairia em 2014.
Em 1986, o Chevrolet Monza foi o carro mais vendido do País. A lista dos “quatro mais”, aliás, tinha um modelo de cada uma das “quatro grandes”.
Naquela época, elas não eram chamadas de quatro grandes. Eram as quatro únicas. Isso porque eram proibidas as importações de carros, panorama que só mudaria no início da década seguinte, durante o governo de Fernando Collor.
Exemplar da série ‘Copa’ do VW Gol 1986 (Foto: Tiago Queiroz/Estadão)
Assim, por aqui, existiam Volkswagen, Ford, Chevrolet e Fiat.
O segundo carro mais vendido de 1986 foi o Gol. Já a terceira colocação ficou com o Ford Escort. O Chevrolet Chevette foi o quarto mais emplacado daquele ano.
Entre o quinto e o décimo lugares, apareceram quatro modelos da Volkswagen: Santana (quinto), Passat (sexto), Voyage (nono) e Parati (décimo). O sétimo mais emplacado foi o Ford Del Rey e o oitavo, o Fiat Uno.
Não à toa, a Volkswagen era líder disparada do mercado de carros, posição que, com o panorama criado pela chegada de novas montadoras, acabaria perdendo para a Fiat.
Em 1986, quando o mercado totalizou 705.147 modelos vendidos, a VW deteve 39,5% do total (279 mil).
A Chevrolet ficou com o segundo lugar naquele ano. A Ford foi terceira e a Fiat, quarta.
O adeus
Em 1986, dois modelos que foram sucesso no Brasil disseram adeus. Aquele ano foi o último de um dos carros mais amados do País, o Fusca.
Em sua despedida, ele foi o 11º carro mais emplacado do Brasil. Em 1993, voltaria à linha de montagem, durante o governo de Itamar Franco.
Outro que saiu de cena foi o Fiat 147, substituído pelo Uno. Esse carro está entre nós até hoje, embora cada vez com menos espaço nas vendas.
Outras curiosidades sobre 1986: a Kombi era o 16º veículo mais emplacado do País. Entre as picapinhas, nada de Strada e Saveiro; havia Fiorino e Pampa.
Já a picape média mais emplacada era a Chevrolet C10. Entre os sedãs médios, os lugares de Corolla, Civic e Cruze eram ocupados por Monza, Santana e Del Rey (todos na lista dos dez mais vendidos).
Já entre as peruas médias, a disputa ficava entre a Belina e Quantum. E o posto de carro mais luxuoso do Brasil era ocupado pelo Chevrolet Opala.
Carros no mundo na Copa de 1986
Na Europa, em 1986, o Ford Scorpio, um sedã grande, foi eleito “Carro do Ano”. Já o automóvel mais rápido do mundo era o Porsche 959.
De acordo com o site Flatout, o modelo, baseado no 911, atingiu 314 km/h, 11 km/h a mais que o antigo recordista, Ferrari 288 GTO.
Este, aliás, era o topo de linha da Ferrari na época. No caso da Lamborghini, o supercarro era o Countach.
Ferrari F40 e Lamborghini Diablo só viriam depois.
Ferrari 288 GTO (Foto: Ferrari)
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