Primeira Classe

Novo Ka assusta seu irmão maior

Será que vai sobrar espaço para o Fiesta?

Rafaela Borges

28 de ago, 2018 · 6 minutos de leitura.

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Novo Ka
Crédito: Foto: Gabriela Biló/Estadão

Há muitas novidades no mês de agosto para as vendas de carro, que divulgarei nos próximos textos. Uma delas é o desempenho do novo Ka, tema desta análise.

Olhando friamente os números do Ford renovado no início deste mês, a impressão é de que ele está até indo mal. Mas uma análise mais profunda mostrará que o que está ocorrendo é o contrário.

Agosto deverá, em volumes totais, ser um dos piores meses de vendas do Ford Ka. Entre os dias 1º e 27, o compacto de entrada somou 6.730 emplacamentos. Só vai superar fevereiro, que teve pouco mais de 6.500.

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No entanto, há um sintoma que permite afirmar que o novo Ka está, sim, indo muito bem. Trata-se do desempenho de seu irmão maior, o Fiesta.

O compacto premium, que passou por alterações no ano passado, se encaminha para seu pior mês de vendas em 2018. Até agora, em agosto, somou somente 960 emplacamentos.


Restando quatro dias para o encerramento do mês, o Fiesta deverá ficar bem abaixo de sua média anual, de 1.500 unidades vendidas por mês.

E qual é a razão da queda do Fiesta? A mais provável é a chegada do novo Ka. O modelo sofreu um “upgrade” e ficou bem mais próximo de seu irmão maior (entenda melhor abaixo).

 


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Novo Ka vai bem ou mal?

Em julho, o Ford Ka teve seu melhor mês de vendas em 2018. Foram emplacados 9.558 exemplares, número que o permitiu ultrapassar o HB20 para obter o segundo lugar no ranking de vendas.


E por que o modelo vendeu tanto? Porque a Ford estava desovando, com promoções, as unidades da linha antiga. Isso para preparar a chegada do novo.

 

VÍDEO: TUDO SOBRE O NOVO KA SEDAN


 

 


Com isso, é provável que a maioria dos exemplares vendidos em agosto seja apenas do novo Ka.

Como agosto é seu primeiro mês de vendas, a chegada às autorizadas é gradual. Os emplacamentos de um mês cheio devem ser observados apenas em setembro.

Por isso, mesmo não tendo vendas exuberantes, o novo Ka já está conseguindo derrubar o Fiesta. E, em setembro, é grande a possibilidade de que ele ganhe força na briga pela vice-liderança com o HB20.


Novo Ka ficou mais próximo do Fiesta

Quando a Ford lançou o novo Ka, perguntei a representantes da montadora se haveria reposicionamento na linha Fiesta. A resposta? Não!

Até agora, a Ford cumpriu sua palavra. Para o Fiesta, no entanto, isso não é nada bom. Ele ficou próximo demais do Ka, que passou a trazer novos câmbios, motor e central multimídia, além de visual repaginado.

Um dos trunfos do novo Ka é o conjunto motor-câmbio. Ele traz o casamento entre o novo 1.5 do EcoSport com o câmbio automático de seis marchas também utilizado no SUV.


O novo Ka automático parte de R$ 56.490. Enquanto isso, o Fiesta, apesar das atualizações, manteve o polêmico câmbio Powershift, automatizado que ganhou má fama no Brasil por causa de problemas decorrentes e de difícil solução.

Esse propulsor está disponível com duas versões de motor: 1.6 flexível e 1.0 turbo a gasolina. Mais caro que o irmão menor, o Fiesta automático parte de R$ 62.390.

Com a esperada baixa nas vendas, dá para esperar algumas mudanças na linha Fiesta no ano que vem. Se for seguir a tendência de mercado, o mais provável é que a Ford simplifique a gama, passando a oferecer apenas as versões que vendem mais. A conferir.


 

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”