Primeira Classe

Voando na executiva da American Airlines

Saiba também como é voar na econômica premium

Rafaela Borges

12 de set, 2018 · 15 minutos de leitura.

Executiva da American Airlines" >
Executiva da American Airlines
Crédito: Fotos: Rafaela Borges e American Airlines

Faz tempo que não produzo resenha de companhias aéreas norte-americanas aqui no blog. Agora, chegou a hora de avaliar aquela que tem maior penetração no Brasil, a American Airlines.

RESENHAS RECENTES

Desta vez, não falaremos apenas da classe executiva. Voei também na econômica premium, que se mostrou um excelente produto.


A American Airlines opera voos de várias cidades dos EUA para algumas do Brasil. De e para São Paulo, há conexões diretas com metrópoles como Dallas, Los Angeles, Nova York e Miami. Apenas a Latam opera mais destinos nos Estados Unidos.

Eu voei no mês passado de São Paulo a Dallas. O voo foi de classe executiva no Boeing 777. Na volta, a “perna” foi Los Angeles-Guarulhos e a aeronave, o Boeing 787.

 


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Apesar de mais moderno, o 787 que faz a rota LA-SP não tem primeira classe. Diferentemente do 777 que opera o voo de e para Dallas.


No 787, no entanto, minha experiência com a American Airlines não foi de executiva, e sim de econômica premium. Vamos começar falando do trecho de ida, de business.

 

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Check-in, embarque e sala VIP

O ponto fraco da experiência na executiva da American Airlines foi o check-in em Guarulhos – feito no Terminal 3. Como os voos para diversos destinos têm horários de saídas semelhantes, a espera na fila foi de quase 30 minutos. O padrão é muito alto para a business class.

Além disso, nos mesmos guichês estão os passageiros da executiva, econômica premium e com status em programas de fidelização das companhias da One World, aliança da qual a American faz parte.


Em Guarulhos, não há prioridade para passageiros da executiva na checagem de segurança e na imigração – nem para os da American nem para os de nenhuma outras companhias.

A American Airlines tem uma sala VIP exclusiva no Terminal 3. Porém, não foi essa que eu utilizei. Portanto, a resenha do lounge da AA fica para uma próxima.

Usei a sala VIP da Latam, já que a sul-americana e a American Airlines fazem parte da aliança One Word. Trata-se da maior sala do Terminal 3,  e também da mais lotada (principalmente à noite, quando decolam diversos voos da Latam).


A sala é aconchegante, tem chuveiros em cabines privativas, espaço para dormir e buffet variado com pratos quentes, frios e snacks – além de boa seleção de bebidas.

Os ambientes mesclam mesas pequenas, médias e grandes, e alguns lounges. Há ainda salas de reunião e business center. As salas VIP não ficam muito próximas aos portões de embarque, uma falha do Terminal 3.

O embarque é feito por grupos, e foi rápido e eficiente. Os passageiros da executiva têm prioridade.


Conforto da executiva da American Airlines

No quesito conforto, a executiva da American Airlines é quase imbatível entre as companhias ocidentais. O layout 1-2-1 na disposição “espinha de peixe” é muito semelhante ao de outra empresa campeã, a Air France.

As poltronas são largas, têm bom acabamento e reclinam em 180°, transformando-se em camas. O apoio para os pés, à frente, também é largo.

O assento tem duas posições pré-definidas – pouso e cama. Porém, dá para fazer múltiplos ajustes e combinações usando os botões do encosto, assento e apoio para os pés integrado à poltrona.


Quando a poltrona está na posição cama, a privacidade é total. O “casulo” de proteção é grande e profundo.

Ao lado de cada poltrona há um grande armário, onde estão o kit de amenidades e o fone de ouvido da marca premium Bose. A porta desse armário tem um ótimo espelho, que eu particularmente adorei.

A classe executiva tem quatro banheiros, dois à frente e dois atrás, estes compartilhados com a econômica premium.


A tela multimídia, de bom tamanho, é sensível ao toque e a programação, com filmes e séries, é ampla. A maioria das opções tinha dublagem em português, mas eram raros os programas com legenda em nosso idioma.

De todo modo, sempre dava para colocar a legenda em inglês, o que facilita a compreensão para quem prefere assistir programas no idioma original.

Aqui, o ponto fraco é o uso da tela. Ela demora a responder aos comandos. Além disso, o travesseiro poderia ser um pouco maior. Já o cobertor protege bem o passageiro e é macio.


Serviço de bordo e chegada

O serviço é rápido; começa logo que o piloto desliga o aviso dos cintos de segurança. A American privilegia, em seus voos, ingredientes dos países de destino e origem.

Como vocês podem ver no cardápio abaixo, havia uma opção feita com pão de queijo, uma tradição brasileira.

Não fui muito feliz em minhas escolhas. Tanto a entrada como o prato principal (o filé) deixaram a desejar em sabor.


A carta de vinhos incluía espumante, branco e duas opções de tinto. Havia também diversidade de drinks com ou sem álcool, destilados e bebidas quentes.

O sabor da refeição principal servida no café da manhã também deixou a desejar. O pães, no entanto, estavam quentinhos, e as comissárias passam frequentemente oferecendo mais opções aos passageiros.

Na chegada a Dallas, tive de retirar minha bagagem (procedimento obrigatório nos Estados Unidos), passar pela alfândega e despachá-la novamente para meu próximo voo, a Las Vegas. Lá, minhas malas foram umas das primeiras a serem entregues.


Econômica premium da American Airlines

Os passageiros de econômica premium têm prioridade no check-in, bagagens e checagem de segurança (nos aeroportos que possuem essa facilidade).

Meu check-in foi em Reno. De lá, parti para meu ponto de conexão, em Los Angeles, para embarcar no voo para São Paulo.

O check-in em Reno foi confuso, mas pareceu mais uma falta de preparo da funcionária que um problema da American. O aeroporto tem prioridade na checagem de segurança, pela qual passei sem enfrentar filas.


A econômica premium não dá acesso à sala VIP. Ainda assim, graças a uma colega que viajava em meu grupo e tinha cartão Platinum da Latam, pude conferir o lounge da American Airlines no terminal 4 do aeroporto de Los Angeles, de onde parte o voo para Guarulhos. Entrei como sua acompanhante.

A sala, chamada de Admirals Club, tem diversos ambientes, cabines com chuveiro e um dos melhores buffets que já conferi em um lounge VIP de classe executiva. O destaque, no entanto, é a vista para a pista. Dá para acompanhar pouso e decolagem das aeronaves, um prato cheio para os fãs de aviação.

A bordo da econômica premium

O embarque é prioritário e foi realizado sem contratempos. As poltronas são mais largas que as da econômica convencional, e também têm mais espaço para as pernas. Além disso, reclinam bem mais.


O layout da econômica premium no 787 da American Airlines é 2-3-2. A dica é marcar, logo que comprar a passagem, a poltrona na primeira fileira (não há cobrança para marcação na premium).

Essas poltronas são as únicas a trazerem apoio para os pés integrado ao assento. Os das demais ficam na poltrona da frente, algo bem menos confortável.

As telas também são maiores que as da econômica convencional, e o fone de ouvido é bom (embora não da Bose, como na executiva). A programação é a mesma em todas as classes.


Na premium, há um bom kit de amenidades também (com meias, tapa-olhos e pasta e escova de dentes, entre outros produtos).

São apenas três fileiras na classe (portanto, 21 lugares). Com isso, as filas para os dois banheiros, compartilhados com a executiva, quase não existem.

Serviço de bordo na premium

O serviço é melhor que o da econômica convencional. Há pratos de vidro e talheres de metal. Além disso, a classe oferece gratuitamente bebidas alcoólicas, como vinhos tinto e branco e destilados.


Há cardápio, com uma opção de entrada e apenas duas de prato principal (três na executiva). Aqui, ocorreu a principal falha da premium da American Airlines.

Havia uma opção vegetariana e uma carne. Optei pela segunda, mas ela não estava disponível (e eu estava na primeira fileira, sendo uma das primeiras pessoas a fazer o pedido).

A comissária explicou que a maioria das pessoas fez o pedido pela internet, e então restou apenas a opção vegetariana (uma falha grave, em minha opinião). Eu disse que não queria (era um prato com pimentão).


Então, oferecerem a opção da econômica (a massa, ao menos, estava boa). E me orientaram a, da próxima vez, fazer o pedido antecipadamente, via internet.

Na chegada a Guarulhos, minha bagagem foi entregue junto com a dos passageiros da executiva.

A premium vale a pena?

Sem nenhuma dúvida. Pelas fotos, pode até não parecer, mas o conforto é muito superior ao da econômica, principalmente por causa da largura da poltrona e da reclinação do encosto.


Além disso, embora a sala VIP não esteja incluída, os serviços prioritários fazem uma grande diferença no tempo que se perde em aeroportos e na qualidade da viagem.

Sobre os preços, é difícil mensurar. Eles variam de voo a voo. Vou contar, então, como foi no meu. A  premium custou cerca de 14% a mais que a econômica.

Já o preço da passagem da executiva era o triplo do cobrado pela econômica e mais que o dobro do pedido pela premium.


Portanto, a econômico premium foi sim um investimento e tanto.

 

 


 

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