Quando o novo VW Tiguan chegou, eu escrevi uma análise sobre as chances de sucesso de carro. Em minha opinião, ele logo seria o segundo colocado no ranking de SUVs médios.
Ou, em uma outra leitura, o primeiro colocado “do resto”. Esse resto é composto por todos os médios que não atendem pelo nome de Jeep Compass.
Como já cansamos de falar por aqui, o Compass está em um mundo à parte. Em setembro, por exemplo, ele somou 5.066 emplacamentos.
Esse volume é maior que o de qualquer SUV compacto. O segmento de modelos menores tem representantes com preços bem mais em conta. Aqui você pode ver, inclusive, qual é o segredo do sucesso do Compass.
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Por isso, o segundo lugar entre os SUVs médios é praticamente a posição de honra do segmento – porque com o Compass não dá para brigar. E o VW Tiguan a conseguiu esse mérito em pouco tempo.
OS SUVS MÉDIOS MAIS VENDIDOS EM SETEMBRO
Novo VW Tiguan em setembro
O Tiguan vinha um uma boa aproximação de ix35 e Sportage desde seu primeiro mês cheio de vendas, junho. Em julho, porém, perdeu um pouco de fôlego, que logo recuperou em agosto.
À época em que caiu no ranking, faltavam exemplares da versão de topo, R-Line, a única com motor 2.0 turbo de 220 cv. De acordo com diversos concessionários consultados pelo blog, ela tem sido a mais procurada.
Tanto que, em julho, sobravam exemplares do VW Tiguan Comfortline nas autorizadas. Também estavam disponíveis unidades da versão de entrada, Allspace.
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Agora, a Volkswagen conseguiu equilibrar o mix de importação – o carro vem do México – para atender a demanda pelo R-Line.
O resultado começou a aparecer já em agosto, quando o VW Tiguan ficou pouco atrás do ix35. Em setembro, ele conseguiu disparar à frente do Hyundai.
No mês passado, o VW Tiguan somou 658 emplacamentos. O ix35 teve 483 unidades vendidas. Para o segmento, é uma ampla vantagem.
Atrás dos dois, o ASX aparece bem mais próximo ao ix35: registrou 423 unidades vendidas. O ranking completo de SUVs médios você confere na galeria acima.
Por que o VW Tiguan avançou
No lançamento do carro, ficou claro que, a não ser por problemas de importação, ele faria bastante sucesso. O VW Tiguan trouxe, em três versões, o que o consumidor de SUVs médios procura (segundo estudo de perfil de público divulgado pelas próprias montadoras que atuam no segmento).
Quem deseja sete lugares não encontrou essa opção com os espaçosos Equinox e 3008, lançados no fim do ano passado, nem com o novo CR-V, que chegou pouco antes do VW. O novo Tiguan trouxe essa facilidade em duas versões, a Comfortline de R$ 150 mil e a R-Line de R$ 180 mil.
O Compass flexível é a escolha da maioria dos clientes de SUVs médios (vende bem mais que a versão a diesel). Porém, para algumas famílias, ele deixa a desejar em espaço.
Então, o Tiguan veio com uma versão de entrada de R$ 125 mil, bem mais espaçosa e com porta-malas de mais de 700 litros – ante os menos de 500 litros do Jeep.
O Compass começa em R$ 110 mil, ou R$ 15 mil a menos. Porém, sua versão mais vendida ocupa a mesma faixa de preço do Tiguan de entrada.
Além disso, os motores turbo do Tiguan são mais modernos que os aspirados de outros campeões do segmento (ix35, Sportage, ASX e RAV4). E ele traz tecnologias que só o Equinox tem (porém, faltam ao Chevrolet sete lugares, acabamento melhor e uma versão mais em conta, pois ele começa em quase R$ 140 mil).
Seria muito difícil essa receita não dar certo. Por isso, a aposta no sucesso do novo VW Tiguan foi uma das mais fáceis que já fiz no mercado de carros.
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