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GM é ‘ameaçada’ por Trump nos Estados Unidos
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GM é ‘ameaçada’ por Trump nos Estados Unidos

Presidente americano quer que GM encontre solução para que empregos dentro do País não sejam perdidos

José Antonio Leme, )

27 de nov, 2018 · 5 minutos de leitura.

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GM
Donald Trump. CRÉDITO: Alex Brandon/AP
Crédito:

O anúncio feito ontem pela General Motors (GM) sobre a reestruturação das operações da companhia com o fechamento de fábricas, continua gerando fortes reações. A mais recente veio do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que “ameaçou” a companhia.

“Estamos pressionando muito a GM. Me disseram que o Chevrolet Cruze (que deve ter a produção encerrada) não está vendendo bem. Pois encontrem um veículo bom de venda e voltem a produzi-lo (em Ohio)”, disse Trump.

Na cidade de Lordstown fica uma das fábricas que a companhia anunciou que irá fechar. A atenção para essa planta é porque Ohio é um dos Estados mais importantes para as eleições norte-americanas e onde Trump venceu a disputa para a Casa Branca.

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GM está em Estado importante

“Falei com ela (Mary Barra, presidente da GM) e expressei meu descontentamento. Sabe, os Estados Unidos salvaram a GM e tirar a companhia de Ohio não é bom. Mas acredito que logo produzirão algo novo ali”, afirmou Trump.

+ Volvo reage às ameaças de Trump
+ Chevrolet Cruze sairá de linha nos EUA 


Mesmo antes de assumir a presidência, Trump já havia comprado briga com as montadoras norte-americanas. Com o discurso de gerar mais empregos, o candidato eleito prometia tirar fábricas americanas de outros países para gerar postos de trabalho no país.

Com essa promessa, ele chegou a vencer algumas batalhas. A Ford cancelou o investimento de uma nova fábrica que pretendia erguer no México e voltou a investir nos EUA.

Trump x Harley-Davidson

Por outro lado, com as novas tarifas impostas ao aço importado, vários produtos feitos nos EUA ficaram mais caros. É o caso das motocicletas da Harley-Davidson, um dos símbolos do estilo de vida americano.


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A fabricante centenária anunciou que poderia levar a produção toda para a Europa. De acordo com informações da Harley, essa seria a única forma de fugir das barreiras comerciais imposta pela União Europeia em relação aos novos impostos aplicados nos EUA.

A Harley-Davidson prevê que as tarifas da UE custariam à empresa entre 30 milhões e 45 milhões de dólares para o restante de 2018 e entre 90 milhões e 100 milhões de dólares para o ano inteiro.


Trump x China

Além disso, o governo Trump sobretaxou todos os produtos chineses vendidos nos EUA. A China é a principal concorrente comercial dos Estados Unidos.

Com isso, vários carros feitos no país asiático ficaram mais caros. É o caso dos Volvo XC60 e XC90, que até recentemente eram produzidos apenas na Suécia.


Para escapar das sanções, a marca acaba de inaugurar uma planta na Carolina do Sul. De lá já está saindo a nova geração do S60. Como o sedã (acima) utiliza a mesma base do XC60 e XC90, é praticamente certo que logo os dois SUVs vendidos aos americanos sejam feitos por lá.

OS DEZ CARROS MAIS VENDIDOS DOS ESTADOS UNIDOS:

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”