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Apps de corrida querem liderar transição para os carros elétricos no Brasil
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Apps de corrida querem liderar transição para os carros elétricos no Brasil

Estudo da Mckinsey diz que a frota de carros elétricos de aplicativos como 99 e Uber será de 85% em 2040, mas Estadão revela desafios

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

18 de dez, 2022 · 5 minutos de leitura.

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elétricos
Rede de recarga deve quadruplicar no Brasil em três anos
Crédito:Reprodução

A consultoria Mckinsey divulgou um estudo que mostra que os carros de aplicativos de corrida, como 99 e Uber, vão liderar a transição dos modelos a combustão para os elétricos no Brasil. Estima-se que a frota de veículos a baterias dos apps seja de 85% até 2040. O relatório também aponta que o País terá uma rede de recarga maior em 2025, com cerca de 12 mil eletropostos. Hoje, são cerca de 3.000 eletropostos, de acordo com a Associação Brasileira do Veículo Elétrico (ABVE).

elétricos
Volkswagen/Divulgação

Para acelerar esse crescimento, a Aliança pela Mobilidade Sustentável – grupo de 11 empresas liderado pela 99 – vai instalar 10 mil pontos públicos de carregamento até 2025 em todo o Brasil. Número, portanto, dentro das previsões da McKinsey.

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Mais carros e menos gastos

A consultoria acredita que, em 2040, o Brasil terá uma frota circulante de 11 milhões de veículos eletrificados (elétricos e híbridos). Ou seja, o equivalente a 20% da frota circulante do País. Mas, para que isso se torne realidade, os motoristas de aplicativo precisarão se adequar (e consumir) o carro elétrico.



Reportagem do Estadão revela cenário desafiador

Mas nem tudo é o que parece. De acordo com reportagem do Estadão publicada neste mês, diversos motoristas de aplicativo enfrentam perrengues na hora de recarregar o carro elétrico. Profissionais ouvidos pelo jornal têm reclamado da demora nas filas dos eletropostos. Sem contar os problemas com pontos que não funcionam por defeito ou inatividade.

A reportagem apontou que há casos de motoristas de aplicativo que decidiram devolver o veículo elétrico que utilizavam e, assim, voltar para o carro a combustão. Entre os motivos, estão a perda de tempo e de dinheiro, afinal, enquanto parado, o motorista deixa de ganhar. Ou seja, os carros elétricos não funcionam tão bem na prática. As companhias querem operar com cerca de 500 veículos a baterias até o fim deste ano, mas, para isso, precisam de adeptos.


carros elétricos eletroposto
Shell/Divulgação

Para que os motoristas abracem a ideia, as empresas de apps de corridas batem na tecla do baixo custo de manutenção. Afinal, os veículos elétricos tem custo 80% menor que os tradicionais. Entretanto, cabe ressaltar, esses carros têm preços bem mais altos que os equivalentes a combustão. Enquanto um hatch com motor flex parte de aproximadamente R$ 70 mil (caso do Renault Kwid), um compacto elétrico não sai por menos de R$ 160 mil. Ou seja, mais que o dobro.

De acordo com o estudo, quem faz uso intenso do carro, reduz os custos de propriedade. A princípio, motoristas de aplicativo gastariam valores menores, justamente por rodarem mais. Nessa conta, o gasto com a aquisição do veículo é diluído em menos tempo.


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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.