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Avaliamos veículo militar de R$ 3,5 milhões
Avaliação

Avaliamos veículo militar de R$ 3,5 milhões

Guará 4WS pesa 10 toneladas, resiste a minas e pode esterçar rodas traseiras. Motor a diesel tem 250 cv

13 de abr, 2016 · 6 minutos de leitura.

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 Avaliamos veículo militar de R$ 3,5 milhões
Capacidade de carga é de 2,5 toneladas

Proteção aos ocupantes. Essa é a ideia chave que resume o Guará 4WS, que a Avibras está lançando na LAAD Security, feira do setor de segurança que vai até amanhã no Rio de Janeiro. O veículo pesa 10 toneladas, tem motor turbodiesel de 250 cv, tração 4×4, câmbio automático de seis marchas, eixo traseiro direcional, blindagem que protege de munição perfurante, artilharia e minas e, na configuração completa, o preço estimado é de US$ 1 milhão (cerca de R$ 3,5 milhões).

De acordo com o gerente de Desenvolvimento de Negócios da Avibras, Marcos Agmar, o veículo foi totalmente desenvolvido no País. “Todos os componentes são fornecidos por empresas nacionais ou que têm operação no Brasil. A exceção é uma parte do eixo traseiro”, afirma o engenheiro.

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Da ideia inicial ao primeiro mock-up (modelo em escala 1:1), passaram-se apenas dez meses. Apenas seis meses depois o primeiro protótipo estava pronto para rodar.

O protótipo leva cinco pessoas, incluindo o motorista – haverá opções para até dez tripulantes. Além disso, transporta 2,5 toneladas de carga.

Os vidros têm cerca de 10 cm de espessura. Cada para-brisa dianteiro pesa 90 quilos.


Rodando. Fomos até a sede da fabricante, em São José dos Campos, no interior do Estado, para conhecer o novo modelo. E pudemos avaliá-lo em pista de testes.

De cara, chama a atenção o tamanho do blindado. São 5,6 metros de comprimento, 2,4 m de largura e 2,2 m de altura. Como comparação, uma picape Toyota Hilux com cabine dupla mede, respectivamente, 5,33 m, 1,85 m e 1,81 m. E pesa “apenas” duas toneladas.

As portas são muito pesadas e, exceto pela do motorista, só podem ser abertas por dentro.


O poderoso sistema de ar-condicionado mantém a pressão interna positiva. O objetivo é neutralizar a entrada de poeira e até gases tóxicos.

No painel há uma profusão de botões e mostradores, todos bem à vista do motorista. Há dados como pressão dos pneus, temperatura do óleo e giro do motor, entre outros.

Antes de arrancar, é preciso afivelar o cinto. De cinco pontos, deixa o corpo colado no banco e o tronco fica praticamente imobilizado.


O freio de estacionamento, a ar, é similar ao de alguns ônibus urbanos. A alavanca, à direita, fica ao alcance da mão.

Segunda marcha engatada (não é preciso sair em primeira), basta pisar de leve no acelerador para o monstro sair suavemente. A direção, com assistência hidráulica, é leve.

A facilidade de guiar o Guará impressiona. Rodando, parece ser um carro de passeio, mas é feito para encarar desafios.


O blindado pode passar por trechos alagados com até 1,2 metro de profundidade. E sobe, com facilidade, rampas com inclinação de 60°, daquelas em que você vê apenas o céu azul durante a subida. Os ângulos de entrada e saída são de 40°.

Subir degraus de 30 cm de altura não requer prática nem habilidade. Basta acelerar.

Graças ao eixo traseiro direcional, acionado eletricamente por meio de um botão localizado na altura do joelho do motorista, à esquerda, o raio de giro do blindado é reduzido de 8 metros (com o sistema desligado) para 6 m. Isso permite “dobrar” qualquer tipo de esquina em vias apertadas.


FICHA TÉCNICA

Motor – 4 cilindros, 16V, turbo, 250 cv
Câmbio – Automático, 6 marchas
Tração – 4×4, eixo traseiro direcional
Capacidade de carga – 2,5 toneladas
Autonomia – 700 km

FONTE: Avibras


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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”