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Com V8 de 450 cv, ‘familiar’ Audi RS4 anda forte
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Com V8 de 450 cv, ‘familiar’ Audi RS4 anda forte

Ao pensar em um esportivo, a primeira imagem que vem à cabeça é a de um cupê ou sedã, certo? A Audi subverte essa máxima com a RS4 Avant, versão mais envenenada da perua A4. Fomos à Áustria acelerar o modelo em estradinhas sinuosas e no autódromo da...

01 de ago, 2012 · 7 minutos de leitura.

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 Com V8 de 450 cv, 'familiar' Audi RS4 anda forte

Fotos: Audi/Divulgação

LUÍS FELIPE FIGUEIREDO

Spielberg (Áustria) – Ao pensar em um esportivo, a primeira imagem que vem à cabeça é a de um cupê ou sedã, certo? A Audi subverte essa máxima com a RS4 Avant, versão mais envenenada da perua A4. Com motor V8 de 450 cv, a nova geração chega ao País no ano que vem, mas, em outubro, deverá mostrar suas belas formas no Salão do Automóvel. O preço deverá ficar em torno dos R$ 450 mil, mesma faixa do “primo” RS5.

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Fomos à Áustria acelerar o modelo em dois locais bem distintos: em estradinhas sinuosas e no autódromo da Red Bull. Trata-se do antigo Österreichring (depois A1 Ring), no qual foi disputado o grande prêmio da Fórmula 1 austríaco nos anos 80 e de 1997 a 2003.

Na pista, a RS4 Avant nem parece ser uma perua e pesar quase 1.900 quilos, tamanha a desenvoltura para acelerar. Ela pode ser pilotada como um carro de competição, aceitando frenagem forte próxima às curvas. Então “aponta” para o sentido desejado com equilíbrio e exibe tração impecável nas saídas. A distribuição do torque pelas quatro rodas é variável na mais recente geração do sistema Quattro.


Conforme informações da Audi, 60% da força vai para a traseira e 40% para a dianteira. Mas, se necessário, as rodas de trás podem receber até 85% do torque e as da frente, 70%.


Na estrada, a perua alemã agrada. Há solidez o bastante para rodar a 150 km/h com toda a calma e silêncio a bordo. Nos trechos de curvas, o carro comporta-se como um hatch compacto.

Só a direção, com assistência elétrica e relação de 16,3:1, tem respostas um tanto lentas para um esportivo. A da RS6 Avant, com 12,6:1, era mais rápida. Mas há muita precisão. Para isso ajudam os pneus 265/35 R19. A suspensão é firme. Qualquer ranhura ou buraco é percebido a bordo, como se a Audi usasse sapatilhas de sola fina.

De acordo com dados da Audi, a RS4 Avant vai de 0 a 100 km/h em 4,7 segundos. A velocidade é limitada a 250 km/h, mas pode ser liberada para 280 km/h.


No “trio de ferro” alemão, a Mercedes-Benz tem nesse segmento o esportivo C 63 AMG e a BMW, o M3. A Audi opta por uma perua como seu esportivo médio. A justificativa é bem alemã: “porque é nossa tradição”, diz o responsável pelo desenvolvimento técnico da RS4 Avant.

Com 4,2 litros e aspirado, o motor V8 responde por metade do prazer proporcionado pela perua. Basta ver o regime em que ocorre a potência máxima: os 450 cv surgem às 8.250 rpm, com o limite a 8.500 giros. Nessas rotações o som é de arrepiar e lembra o de carros de competição. Abaixo disso o bom isolamento acústico acaba com o ruído.

Diferentemente da anterior, nessa geração não haverá outras opções de carroceria (leia abaixo). Nem câmbio manual, a exemplo das antecessoras. A oferta é apenas do automatizado de dupla embreagem e sete marchas batizado de S-tronic. Isso pode desagradar a puristas, mas serão poucos: a caixa é tão boa que deve ter seu séquito.


Nos trechos repletos de curvas, com o modo esportivo ativado por botão no painel, o câmbio fica parecido com o de carros de rali. As marchas são esticadas e há uma redução sempre que se levanta o pé do acelerador.

Nas unidades avaliadas, os freios dianteiros eram de compósito de cerâmica e carbono. Mesmo após as várias voltas em ritmo forte no autódromo eles mantinham total eficiência. Conforme informações da fabricante, esse conjunto é 4,5 quilos mais leve que o de metal.

Por falar nisso, os convencionais têm desenho ondulado, também para diminuir o peso. Nesse caso, são 2,5 quilos a menos que os sem essa solução.


Viagem feita a convite da Audi

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Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”