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Elétricos perdem até 30% da energia na recarga em tomadas comuns
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Elétricos perdem até 30% da energia na recarga em tomadas comuns

Análise da ADAC revela que alguns carros elétricos deixam escapar quase 1/4 da eletricidade na recarga em tomadas residenciais de 110V e 220V

Vagner Aquino, especial para o Jornal do Carro

20 de set, 2022 · 4 minutos de leitura.

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imposto
Imposto de importação de 35% é aplicado sobre qualquer veículo a combustão importado de fora do Mercosul ou México
Crédito:Jeep/Divulgação

Um estudo da ADAC, maior e mais influente clube de carros da Europa, revela que os veículos elétricos perdem eficiência quando são recarregados em tomadas residenciais comuns, de 110V ou 220V. Trocando em miúdos, nem toda a eletricidade consumida durante a recarga chega às baterias. Os testes foram realizados com quatro modelos: Fiat 500e, Renault Zoe, Tesla Model 3 e VW ID.3. Destes, os dois primeiros estão à venda no Brasil.

Os especialistas compararam o carregamento em tomadas domésticas com recargas em carregadores de parede – os chamados Wallbox. E constataram que as maiores perdas ocorrem nas tomadas de 110V e 220V. O desperdício varia entre 10% e 30%, mas essa informação não é informada pelas montadoras. Por isso, o órgão exigirá que as fabricantes comecem a informar tais perdas aos compradores, até mesmo no intuito de instruí-los.

carregadores elétricos
Divulgação/Enel X

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Qual o tamanho da perda?

No levantamento, o Renault Zoe foi o modelo que sofreu a maior perda. O hatch da marca francesa, quando recarregado em tomadas convencionais de 2,3 kW, deixa que 24,2% de eletricidade puxada da rede se perca pelo caminho. Já em um Wallbox com 11 kW de potência, a perda cai para 9,7%. No Tesla Model 3, o despedício é de 15,2% e 7,7%, na mesma ordem. Por fim, o Volkswagen ID.3 tem perdas de 13,6% e 9%, e Fiat 500e, de 12,7% e 6,3%.

O software do carro também influencia na menor eficiência do carregamento. No ID.3, por exemplo, a versão atual (3.4) registrou números melhores. Entretanto, com o software anterior (2.3), a perda de energia chegava a 20% em tomadas domésticas, informa o estudo. Dessa forma, conforme os resultados, o levantamento mostra que os usuários desses modelos devem considerar detalhes como a fiação da tomada de carregamento doméstico.

Volvo XC60 hybrid plug-in
Volvo/Divulgação

Vale lembrar que as baixas temperaturas também permitem aos veículos puxar mais energia da rede elétrica. Afinal, precisam aquecer as baterias. Em tempo, é bom lembrar que, durante a recarga, a corrente alternada deve ser convertida em corrente direta para alimentar as baterias. Desse modo, é inevitável a perda entre 5% e 10% de energia, que “evapora” na forma de calor.



Além disso, no momento da recarga, a energia “escapa” para outros dispositivos ativos no carro. Uma dica da ADAC é sempre recarregar o veículo em carregadores de parede (Wallbox) com 11 kW ou 22 kW de potência para, então, evitar maiores perdas de energia nos carros elétricos. O problema é que, no Brasil, os carregadores de parede costumam ter potência de 7 kW. Ou seja, são mais fracos que os modelos de Wallbox avaliados no estudo.

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Oficina Mobilidade

Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.