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Engravatados se rendem aos scooters
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Engravatados se rendem aos scooters

Para driblar os congestionamentos e economizar tempo e dinheiro, executivos estão trocando o carro por motos e scooters, que além de mais baratas, garantem agilidade no dia a dia. No trânsito, é comum ver motociclistas vestidos de terno e gravata.

15 de nov, 2012 · 6 minutos de leitura.

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 Engravatados se rendem aos scooters

RAFAELA BORGES

Orlando Veloci Filho (foto) é fã de automóveis. Ele é sócio de uma multinacional de auditoria e consultoria, tem 38 anos e um sedã alemão. Mas há quase dois anos o carro tem passado a maior parte do tempo na garagem. Irritado com o trânsito da capital, o executivo comprou um scooter Suzuki Burgman para usar no dia a dia. “Eu demorava quatro horas para ir e voltar do trabalho. Hoje, percorro os mesmos seis quilômetros em meia hora.”

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Profissionais com perfis parecidos com o de Veloci estão trocando o carro por motos e scooters, que além de mais baratas, garantem agilidade no dia a dia. No trânsito, é comum ver motociclistas vestidos de terno e gravata.

É o caso do economista Rafael Barbosa, de 33 anos. Há um ano e meio, ele aderiu a um Burgman e diz que economiza pelo menos uma hora por dia no trânsito. “Apesar de achar mais perigoso, vale a pena.”

Mas há quem prefira não arriscar. Diretor de uma grande empresa e fã de motociclismo, Luciano Mestrich, de 36 anos, desistiu de comprar um modelo para lazer com medo de não resistir à tentação de usá-la no dia a dia. “É difícil escutar no rádio que a cidade tem 300 quilômetros de congestionamento e não pegar a moto para ir trabalhar”, afirma.


ESTILO DE VIDA

Veloci conta que sempre foi fã de motos e teve modelos de marcas como a inglesa Triumph. “Vendi, pois eram grandes e não dava para usar na cidade. Com o Suzuki, vou até ao supermercado. Carro, só no fim de semana ou quando vou sair com minha esposa”, afirma. “E ainda economizo: gasto uns R$ 10 de gasolina por semana.”

Barbosa, que tem um sedã médio, só usa seu scooter para poder chegar mais rápido ao trabalho – ao menos por ora. “O resto, faço de carro.” A experiência despertou a vontade de ter um modelo maior e ele já pensa em comprar uma moto para viajar nos fins de semana.


Os dois executivos dizem que ao rodar pela cidade, passaram a ver “motoboys” de outra forma. “Rodo mais devagar que a maioria, mas sinto na pele o que eles passam”, diz Barbosa. “Muitas vezes, são os motoristas que causam confusão. Ficam no celular e não veem que estão fechando as motos.”

Veloci afirma que há muito desrespeito por parte dos motoristas. “O preconceito é geral. Quando chego a qualquer lugar de moto, sou só mais um, mas quando vou de carro é ‘doutor’, ‘chefe’ e por aí vai.”

(Confira a fan page do Jornal do Carro no Facebook: https://www.facebook.com/JornaldoCarro)


QUANTO CUSTA UM SCOOTER (Honda Biz 125):

Tabela: um dos mais vendidos do País, cub parte de R$ 5.380
Consumo urbano: 40 km/l de etanol (estimado)
Combustível por semana: R$ 2,19 (rodando 10 km/dia, 5 dias, com etanol a R$ 1,75)
Onde deixar: donos dizem que modelos não são visados e é fácil parar na rua. (*Garagens que os aceitam são raridade.)

QUANTO CUSTA UM CARRO (Toyota Corolla):


Tabela: líder de vendas do segmento mais desejado por executivos parte de R$ 59.950
Consumo urbano: 9 km/l de etanol (estimado, com motor 1.8)
Combustível por semana: R$ 9,70 (10 km por dia, cinco dias, etanol a R$ 1,75).
Onde deixar: R$ 330 (média). Estacionamento na região da Av. Engº. Luís C. Berrini, zona sul.

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Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”