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FGTS para carro popular: proposta pode liberar fundo para veículos 0-km
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FGTS para carro popular: proposta pode liberar fundo para veículos 0-km

Proposta do governo sobre uso do FGTS é esperada nesta quinta (25), mas uso do fundo para compra de carro popular desagrada outros setores

Rodrigo Tavares, Especial para o Jornal do Carro

24 de mai, 2023 · 6 minutos de leitura.

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Polo Track
Polo é vendido em várias configurações de acabamento e pega desde clientes do segmento de agronegócios até os que buscam esportividade
Crédito:Leo Souza/Estadão

Nesta quinta-feira (25), espera-se um anúncio por parte do Governo Federal para adicionar mais um capítulo na novela do carro popular. O setor automotivo em peso está de olho no que será dito pelo vice-presidente e ministro de Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin (PSB). Um pacote com medidas para facilitar o acesso a carros novos está para chegar.

Uma das estratégias usadas pelo Governo para fomentar a compra de carros populares é a criação de novas linhas de crédito, que compensem a taxa de juros vigente. Dentre elas está, por exemplo, a redução do IPI (imposto sobre produtos industrializados) e também o uso do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço).



Proposta de uso do FGTS para carro popular será recurso inédito

Concessionária Ford Jato
Ford/Divulgação

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Historicamente, o uso do FGTS serve à compra de imóveis, da chamada casa própria. Entretanto, com o encarecimento dos carros novos no Brasil, o governo federal planeja liberar o fundo para que trabalhadores possam utilizar o montante na compra de veículos. 

A medida não agrada a todos os membros da base do governo Lula, como é o caso do ministro do Trabalho, Luiz Marinho (PT). Contudo, com os preços atuais e o acesso difícil ao crédito para financiamento, a solução pode efetivamente alavancar as vendas. A medida tem sido levantada pela associação das fabricantes de veículos, a Anfavea. O presidente do órgão Marcio de Lima Leite, citou que uma estratégia parecida já existe no Chile, e que poderia funcionar no País

Atualmente, o fundo só pode ser sacado em situações específicas, como por exemplo: aposentadoria, demissão sem justa causa, emergências causadas por desastres climáticos ou compra de imóveis, como mencionado acima. No entanto, existe um projeto de lei na Câmara dos Deputados, feito por Pedro Lucas Fernandes (UNIÃO-MA), autor da PL 2679/2022. O projeto está em tramitação nas comissões de Constituição e Justiça, Trabalho e Finanças e Tributação, por exemplo.


Medida do Governo causa mal-estar em outros setores da indústria

Reprodução/Reginaldo Martins/ @regiscarbex

Entretanto, a baixa nos preços dos carros é vista por especialistas como algo difícil de se conseguir. Além disso, outros setores da indústria cobiçam o acesso ao FGTS, até então de uso apenas do setor da construção civil. Cada área econômica tem sua justificativa para ter acesso à verba, ainda que sua função primária fosse servir de ajuda ao trabalhador, agora desempregado.

Ainda que o setor automotivo comente que tal medida ajudaria a manter as fábricas, e por tabela seu quadro de funcionários, demais setores como o de eletrodomésticos também podem justificar o mesmo. Além disso, existe a premissa de que um bem para o lar, como uma geladeira, por exemplo, seja mais necessário a uma família do que um automóvel. O intervalo de trocas entre os dois itens é bem diferente, por exemplo.


Especialistas no setor comentam que a medida, além de gerar desconforto em demais setores produtivos, também evidenciam que outras prioridades estão sendo deixadas de lado pelo Governo. Em entrevista ao site UOL, o consultor automotivo Ricardo Bacellar comenta que o uso do FGTS pelo setor automotivo resolveria apenas parte do problema do baixo poder de compra dos brasileiros.

“Mais do que conceder crédito, o governo precisa fazer com que as pessoas voltem a ter dinheiro para comprar carro. Ou seja, encontrar soluções para que as pessoas estejam empregadas e para aumentar a renda média do brasileiro. O governo tem que criar condições para isso ativando o mercado como um todo, não só o de automóveis. Porque o dinheiro para comprar carro sai do mesmo bolso que compra comida, eletrodomésticos, paga aluguel. E as pessoas estão sem dinheiro para o básico”, afirmou.

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