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Motores da F-1 voltam à vanguarda
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Motores da F-1 voltam à vanguarda

Atuais V8 serão substituídos por V6 1.6 bem mais modernos e menos gastões

01 de dez, 2013 · 5 minutos de leitura.

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 Motores da F-1 voltam à vanguarda
Inversão. Novos V6 trazem recursos dos carros 'de rua'

Em 2014 a Fórmula 1 voltará à vanguarda da tecnologia de motores. “Os V8 (usados este ano) estão obsoletos, ‘congelados’ desde 2007”, diz o engenheiro-chefe de motores Renault para a Lotus, Ricardo Penteado. Na próxima temporada estreiam os V6 turbo, de 1,6 litro – os atuais oito-cilindros são 2.4.

“Os V8 (de F-1) são arcaicos quando comparados aos motores de rua. Não têm, por exemplo, recursos como comando variável duplo de válvulas”, explica o engenheiro brasileiro. Essa tecnologia está disponível até em modelos compactos, como o Ford Fiesta, por exemplo.

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Outra solução já usada nos carros convencionais e que irá para as pistas a partir do ano que vem é a injeção direta de combustível.


Penteado diz que essas limitações eram impostas pela Federação Internacional de Automobilismo (FIA). “Por isso, tudo o que fazíamos nos motores V8 da Fórmula 1 era pesquisar novos materiais.”

Esse cenário mudará complemente no ano que vem – os motores da categoria voltarão a trazer tecnologias exclusivas e inovadoras. É o caso do duplo sistema de recuperação de energia (Kers), cada um dos dois é capaz de gerar 80 cv extras de potência durante 33 segundos. Isso representa um terço de uma volta em um circuito como o de Nürburgring, na Alemanha.

Penteado diz que o duplo Kers compensará a perda de potência dos V8 em relação aos V6. Os Renault da temporada 2013 têm cerca de 800 cv. Os novos geram aproximadamente 600 cv. “Poderíamos chegar a 3.000 cv com todas as tecnologias disponíveis para o novo propulsor. Porém, o regime de entrega será limitado a 15 mil rpm e é preciso reduzir o consumo de combustível (leia mais abaixo).”


Além disso, haverá um sistema que vem sendo chamado de Hers e conecta o turbo ao motor elétrico do Kers para recuperar energia. “Essa energia é ‘gratuita’. Ou seja, não há limitação de uso imposta pelo regulamento da FIA”, diz Penteado.

De acordo com ele, esses recursos possibilitarão que as novidades implementadas na F-1 voltem a ser usadas em motores de carros de rua.



INOVAÇÃO

600 cv é a potência estimada para os Renault V6 turbo de 1,6 litro que estreiam em 2014 na F-1. Os V8, que não têm injeção direta e não não mudam desde 2007,entregam, em média, 800 cv.


160 cv vão gerar os dois Kers. O engenheiro de motores da Renault Ricardo Penteado diz que isso possibilita ter mais potência sem aumentar o consumo de combustível.

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”