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Novo VW Polo: aceleramos a versão 170 TSI 1.0 turbo com câmbio manual
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Novo VW Polo: aceleramos a versão 170 TSI 1.0 turbo com câmbio manual

Reestilização mexeu pouco no visual, mas traz várias mudanças ao VW Polo e diverte com o motor 1.0 turbo flex de 116 cv e a transmissão manual

Diogo de Oliveira

05 de out, 2022 · 12 minutos de leitura.

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Volkswagen Polo TSI 2023
Descontos Black Friday da Volkswagen variam entre os Estados
Crédito:© 2022 Luís França - www.luisfranca.net - Direitos reservados.

Duas semanas depois do lançamento, o novo VW Polo está a caminho das concessionárias brasileiras. A linha 2023 do hatch compacto recebeu uma reestilização após quatro anos de mercado. E tenta espantar a má fase, para esquecer 2022, um ano péssimo em que o modelo soma apenas 2.414 emplacamentos de janeiro a setembro – o líder Hyundai HB20, por exemplo, tem 70.745 unidades no mesmo período. Ou seja, missão difícil.

Mas a Volkswagen já virou essa página e pensa em 2023. O seu hatch compacto terá um importante reforço logo no início do ano que vem. A montadora vai lançar o Polo Track, substituto do veterano Gol, que sairá de linha em dezembro após 42 anos. Dessa forma, na soma das versões, o modelo pretende disputar a liderança de mercado contra Chevrolet Onix e Hyundai HB20, tal como contamos aqui no Jornal do Carro. E, por isso, a gama foi toda reposicionada.

VW Polo TSI 2023
Luís França/VW

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Um VW Polo mais simples

De forma geral, a Volkswagen simplificou a linha Polo para conseguir preços mais competitivos. Por exemplo, o hatch deixa de oferecer freios a disco nas quatro rodas e passa a usar tambores na traseira. Isso evidentemente é um “downgrade”. Entretanto, segundo o gerente de desenvolvimento de produto da VW, André Drigo, o sistema de freios foi redimensionado e está ainda melhor que antes. A frenagem total a 100 km/h é feita em 38,3 metros, abaixo, portanto, da média da categoria, que é de 40 metros.

Da mesma forma, o novo VW Polo deixa de oferecer o motor 1.0 turbo flex com até 128 cv de potência e torque de 20,4 mkgf. O hatch agora traz uma versão atualizada do 1.0 turbo flex que era do subcompacto Up!. Ele está mais forte, com até 116 cv com etanol e 109 cv com gasolina – antes, gerava 105/101 cv. Já o torque de 16,8 mkgf com ambos os combustíveis é o mesmo de antes. Junto com o motor, que resgata a sigla 170 TSI, vem o câmbio manual de cinco marchas.

Pois foi justamente a versão TSI que aceleramos neste primeiro contato. Com preço de R$ 92.990, esta é a primeira opção da linha 2023 do hatch com o motor 1.0 turbo de 116 cv e a transmissão manual. O foco é o custo/benefício, mas o VW Polo traz novidades importantes. Por exemplo, tem faróis de LEDs em todas as versões. O conjunto agora tem alcance noturno de 130 metros – ante 70 metros com as lâmpadas halógenas. E traz um circuito eletrônico.


VW Polo TSI 2023
Luís França/VW

Painel do SUV Taos, multimídia do Fox

Visualmente, talvez muita gente nem note as mudanças no VW Polo. A verdade é que a reestilização foi bem mais discreta no Brasil em comparação com a Europa, onde o hatch ganhou lanternas prolongadas, que invadem a tampa do porta-malas. Aqui, faróis, grade e para-choques foram sutilmente retocados, e as lanternas mantiveram o formato anterior, mas ganharam novo desenho de luzes e agora trazem máscaras negras, que dão um ar mais esportivo.

Por dentro, a lógica é a mesma. A marca mexeu bem pouco no visual, que mantém as linhas já vistas na atual geração do Polo. Mas há evoluções. O volante, por exemplo, ganha o padrão mais moderno, com o novo logotipo da VW. Além disso, o quadro de instrumentos na versão TSI traz a tela de 8 polegadas já disponível na versão de entrada do SUV médio Taos. Ela é menor e permite menos customizações que o display de 10″ da versão topo de linha Highline.


Entretanto, como resultado, o quadro de instrumentos do novo VW Polo ficou bem mais interessante e moderno que o do novo HB20. Inclusive, no modelo da Hyundai, o novo painel está disponível somente na versão mais cara Platinum Plus, assim como os novos faróis de LEDs com luzes diurnas de condução. Ou seja, esse reposicionamento do Polo o deixou realmente competitivo em relação aos conteúdos disponíveis já nas versões de acesso.

Como ponto negativo, a versão turbo manual traz a velha multimídia Composition Touch, que tem tela der 6,5 polegadas e surgiu quase uma década atrás no Fox, que saiu de linha há um ano. Ou seja, estamos falando de uma tela mais antiga, com sistema já defasado. Mas, digamos que, para a proposta do carro, o equipamento cumpre o seu papel. Sobretudo porque traz conexão (por cabo) com as plataformas Android Auto e Apple Carplay.


VW Polo TSI 2023
© 2022 Luís França – www.luisfranca.net – Direitos reservados.

750 km de alcance com gasolina

Um dos motivos que levaram a VW a trocar o motor do Polo foi a eficiência energética. Com o 1.0 turbo que era do Up!, o hatch apresenta menor consumo. Inclusive, segundo o gerente de produto, André Drigo, o compacto ganhou autonomia. Ele mantém o tanque de combustível de 52 litros, porém, bebe menos e roda mais. Com gasolina, alcança 750 km de autonomia em ciclo misto – a média, neste caso, é de 15,1 km/l com o câmbio manual.

Pelos números do Programa Brasileiro de Etiquetagem Veicular (PBVE), do Inmetro, o novo VW Polo 2023 chega como um dos mais econômicos da categoria. A versão TSI que avaliamos é a que tem o melhor rendimento na gama do hatch. Com etanol, são 9,6 km/l na cidade e 11,5 km/l na estrada – média mista de 10,5 km/l. Já com gasolina no tanque, são 14 km/l e até 16,4 km/l, na mesma ordem, o que resulta no consumo médio citado de 15,1 km/l.


Com câmbio automático e mais equipamentos, o Polo ganha peso e o motor 1.0 turbo bebe mais. Na versão Comfortline, por exemplo, faz médias de 8,7 km/l e 10,8 km/l com etanol, e de 12,5 km/l e 13,8 km/l com gasolina, respectivamente. O pior rendimento é da versão Highline, que faz 8,4 km/l e 10,5 km/l com o combustível vegetal, e 12,1 km/l e 14,9 km/l com o fóssil. Assim, é mais econômico que Onix (16,1 km/l) e que HB20 (15,5 km/l) nas versões turbo manuais.

VW Polo TSI 2023
Luís França/VW

Como anda o novo VW Polo

Embora a reestilização não tenha mudado a estética do Polo, a Volkswagen fez ajustes para deixar o hatch mais confortável. O principal deles foi na suspensão, que recebeu novos amortecedores que receberam um trabalho específico nas válvulas para deixar o hatch mais suave em movimento. Ao volante, a primeira impressão é de que deu certo. O Polo está mais macio, sem aquele ajuste mais firme que é tradicional nos carros da marca.


Um ponto que não mudou são as dimensões. O porta-malas, por exemplo, mantém os 300 litros de volume (padrão VDA). Além disso, a distância entre-eixos de 2,55 metros é maior que no HB20 e no Onix, ambos com 2,53 metros. O VW Polo também é mais largo. Isso garante mais espaço aos ocupantes do banco traseiro. O hatch ainda conta com saídas de ventilação atrás, e, a depender da versão, tem quatro portas USB-C de carregamento rápido.

A bordo, temos um clássico interior de hatch de entrada. O volante não tem revestimento e traz menos botões – basicamente para ajuste do som e da tela de 8″ do quadro de instrumentos. Além disso, os bancos dianteiros agora têm os apoios de cabeça integrados ao encosto. Há quem goste, mas é outra solução que ajudou a “baratear” o hatch. Por fim, o ar-condicionado é manual e o acabamento não enche os olhos, embora seja bem feito.

Segundo a VW, o novo Polo sai de fábrica já com itens importantes, como controles de estabilidade e de tração, e indicador da pressão dos pneus. O modelo tem ainda quatro airbags e dois itens exclusivos: o sistema BSW, que aproxima as pinças dos discos de freio em dias de chuva, para manter os componentes “limpos”, e tem o bloqueio eletrônico do diferencial XDS+, que atua em curvas – quando o carro começou a escorregar, joga o torque para a roda com maior aderência.


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Prós

  • Hatch agrada no desempenho e diverte com o câmbio manual de engates curtos e precisos, e é um dos mais econômicos; display de 8" do quadro de instrumentos e faróis de LEDs são destaques

Contras

  • Sem grandes mudanças no visual, o novo VW Polo não surpreende nem por fora, nem na cabine, que tem acabamento correto, mas simples; multimídia Composition Touch é modesta e defasada

Ficha Técnica

VW Polo 170 TSI Manual

Motor

1.0 12V, injeção direta, turbo flex

Potência

109 cv (G) e 116 cv (E) a 5.000 rpm

Torque

16,8 mkgf (G/E) entre 1.750 rpm e 4.500 rpm

Câmbio

Manual de cinco marchas; tração dianteira

Comprimento

4,07 m

Largura

1,75 m

Altura

1,47 m

Entre-eixos

2,55 m

Tanque de combustível

52 litros

Porta-malas

300 litros

Peso (ordem de marcha)

1.112 kg

Aceleração 0-100 km/h

10,2 s (G) e 10,1 s (E)

Velocidade máxima

193 km/h (G) e 197 km/h (E)

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Carros elétricos são mais seguros do que automóveis a combustão?

Alguns recursos podem reduzir o risco de incêndio e aumentar a estabilidade

26 de abr, 2024 · 2 minutos de leitura.

Uma pergunta recorrente quando se fala em carro elétrico é se ele é mais ou menos seguro que um veículo com motor a combustão. “Os dois modelos são bastante confiáveis”, diz Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI). 

No entanto, há um aspecto que pesa a favor do automóvel com tecnologia elétrica. Segundo relatório da National Highway Traffic Safety Administration (ou Administração Nacional de Segurança Rodoviária), dos Estados Unidos, os veículos elétricos são 11 vezes menos propensos a pegar fogo do que os carros movidos a gasolina.

Dados coletados entre 2011 e 2020 mostram que, proporcionalmente, apenas 1,2% dos incêndios atingiram veículos elétricos. Isso acontece por vários motivos. Em primeiro lugar, porque não possuem tanque de combustível. As baterias de íon de lítio têm menos risco de pegar fogo.

Centro de gravidade

Segundo Delatore, os carros elétricos recebem uma série de reforços na estrutura para garantir maior segurança. Um exemplo são os dispositivos de proteção contra sobrecarga e curto-circuito das baterias, que cortam a energia imediatamente ao detectar uma avaria.

Além disso, as baterias são instaladas em uma área isolada, com sistema de ventilação, embaixo do carro. Assim, o centro de gravidade fica mais baixo, aumentando a estabilidade e diminuindo o risco de capotamento. 

E não é só isso. “Os elétricos apresentam respostas mais rápidas em comparação aos automóveis convencionais. Isso facilita o controle em situações de emergência”, diz Delatore.

Altamente tecnológicos, os veículos movidos a bateria também possuem uma série de itens de segurança presentes nos de motor a combustão. Veja os principais:

– Frenagem automática de emergência: recurso que detecta objetos na frente do carro e aplica os freios automaticamente para evitar colisão.

– Aviso de saída de faixa: detecta quando o carro está saindo da faixa involuntariamente e emite um alerta para o motorista.

– Controle de cruzeiro adaptativo: mantém o automóvel a uma distância segura do carro à frente e ajusta automaticamente a velocidade para evitar batidas.

– Monitoramento de ponto cego: pode detectar objetos nos pontos cegos do carro e emitir uma advertência para o condutor tomar cuidado.

– Visão noturna: melhora a visibilidade do motorista em condições de pouca iluminação nas vias.