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Obvio!, o 1º projeto de carro elétrico do País
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Obvio!, o 1º projeto de carro elétrico do País

A marca renasceu há duas semanas ao ser adquirida pelo grupo europeu de investimentos Cappadocia, que quer fazer da Obvio! sua base de produção de peças e de veículos elétricos para o Brasil e a América do Sul

02 de ago, 2010 · 5 minutos de leitura.

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 Obvio!, o 1º projeto de carro elétrico do País
Modelo 828 da Obvio! (Foto: Divulgação)

Modelo 828 da Obvio! (Foto: Divulgação)

Cleide Silva

Inviável após perder seu fornecedor exclusivo de motores, que encerrou as atividades há três anos, a Obvio!, criada em 2001 no Rio de Janeiro para produzir minicarros. A marca renasceu há duas semanas ao ser adquirida pelo grupo europeu de investimentos Cappadocia, que quer fazer da Obvio! sua base de produção de peças e de veículos elétricos para o Brasil e a América do Sul.

O Cappadocia Investments, com sede na Inglaterra, tem R$ 300 milhões para a primeira etapa de um projeto que inclui, além da Obvio!, a compra total ou parcial de ações de outras empresas de transporte elétrico ou híbrido, como a gaúcha Tutto Trasporti.

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A decisão do grupo inglês de criar a Cappadocia Funds Brazil é fruto da obstinação do advogado Ricardo Machado, hoje com 50 anos. Ele é o idealizador da Obvio!, que tem dois modelos de carros compactos desenvolvidos no Brasil, o 828 e o 012, que serão reeditados em versões elétrica e híbrida, tendo o etanol como gerador de energia.

Uma das parceiras da Obvio! é a Tesla, empresa americana que desenvolve veículos elétricos e que teve grande sucesso ao lançar ações no mercado.

Antes de vender a Obvio!, Machado enfrentou um périplo para tornar o negócio viável, além de acumular prejuízos de cerca de R$ 10 milhões. A empresa foi fundada depois que o empresário adquiriu, em 2001, um carrinho feito pelo premiado designer Anísio Campos, criador do DKW Puma.


O modelo era o 828 Dacon, desenhado por Campos nos anos 80 por encomenda do grupo Dacon, dono de concessionárias Volkswagen e Porsche. Foram produzidas apenas 47 unidades, de forma artesanal, antes de o negócio fracassar.

O grupo Cappadocia Investments negocia com pelo menos oito municípios do Rio de Janeiro o local onde vai instalar a fábrica dos minicarros Obvio!, entre os quais estão Magé, Xerém e Itaguaí.

Serão investidos R$ 70 milhões na fábrica para uma capacidade anual de 10 mil veículos. Na segunda fase serão mais R$ 140 milhões para elevar a capacidade para 70 mil unidades. Essa expansão, porém, vai depender de contratos que serão negociados para exportar os minicarros para mercados fora da América Latina, como Estados Unidos, Europa e Japão.


O carro elétrico brasileiro não vai ser barato, ao menos no início, quando a escala de produção ainda será baixa. A Obvio! calcula entre R$ 60 mil – quase o valor que a General Motors cobrará pelo Volt, em fase de início de comercialização nos EUA – e R$ 120 mil, dependendo da versão.

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Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”