TIAGO DANTAS
O carro do Papai Noel ficou dois meses à venda na Mooca, zona leste da capital. Ninguém se interessou pelo veículo do bom velhinho, e o mecânico Cláudio Labate, de 61 anos, acabou mudando de ideia. Em vez de se livrar da máquina, vai preparar uma reestilização para o ano que vem.
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“Quando você anda pela rua com o carro e vê as crianças acenando, se sente bem. No começo, não imaginava que o pessoal reagiria assim”, diz Labate. O projeto começou em setembro de 2010. No Natal do mesmo ano o veículo já estava circulando pelas ruas da capital.
O mecânico pegou o chassis de um VW Fusca e juntou com peças de um Ford 1929. Colocou banco para o motorista e outro para o passageiro. Na frente, instalou duas renas, feitas de arame. No assento de trás viaja um boneco do Papai Noel comprado na Rua 25 de Março.
A preparação terminou com luzes de Natal, sinos e buzina, que mais parece o som de um alarme. Para manter a iluminação funcionando, Labate instalou uma bateria. “Minha ideia era dar um presente para São Paulo. Não faço isso para promover eventos ou para me mostrar.” A discrição do mecânico é tanta que ele não quis aparecer nas fotos ao lado de sua invenção.
Os passeios pelas ruas da Mooca e Avenida Paulista são, segundo o inventor, uma forma de retribuir o que a cidade lhe ofereceu. Autodidata, Labate trabalha há 40 anos com automóveis. Em 1987, realizou o sonho de ter a própria fábrica e conseguiu produzir sete unidades de um carro criado por ele: o Netuno.
A versão 2013 do carro do Papai Noel terá renas pintadas de branco. O mecânico diz que vai instalar um sistema de som para tocar músicas natalinas.
