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T-Rex ‘bebe’ diesel de cana e acelera forte na terra
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T-Rex ‘bebe’ diesel de cana e acelera forte na terra

Leandro AlvaresPode até parecer engraçado, mas na edição 2013 do Rally dos Sertões é possível reconhecer o veículo pilotado pelo... leia mais

28 de jul, 2013 · 5 minutos de leitura.

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 T-Rex 'bebe' diesel de cana e acelera forte na terra

Leandro Alvares

Pode até parecer engraçado, mas na edição 2013 do Rally dos Sertões é possível reconhecer o veículo pilotado pelo veterano Klever Kolberg por meio do cheiro emitido pelo escapamento de seu carro. Isso porque o protótipo T-Rex é o único modelo da tradicional competição off-road do Brasil a utilizar um motor movido a diesel de cana-de-açúcar, cujo odor impressiona por ser agradável.

Desenvolvida pela empresa Amyris no País, a tecnologia foi adotada para a prova por questões ambientais. “Não focamos em desempenho. Só queremos completar o rali sem causar grandes impactos de poluição ao meio ambiente”, afirma Kolberg, bicampeão do Sertões.

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Não foi preciso grande esforço para fazer o diesel de cana mover o propulsor MWM 3.0 turbo utilizado pelo protótipo da equipe Mobil MEM Motorsport. “Foram necessários apenas ajustes na parte eletrônica, para o reconhecimento do combustível. A potência e o torque são idênticos aos do diesel comum”, explica o competidor.

Em números, são satisfatórios 240 cv e 69 mkgf disponíveis na faixa dos três mil giros. “Até poderíamos extrair mais força, mas isso poderia comprometer a confiabilidade do protótipo, e nossa meta é finalizar o rali e ser o primeiro colocado entre os competidores nacionais.”

Competência técnica para alcançar seu objetivo o veterano terá, pois o T-Rex, avaliado pelo Jornal do Carro às vésperas do início do Sertões, acelera forte e impressiona com o equilíbrio do conjunto para encarar os desafios da prova.


As únicas dificuldades certeiras para o piloto são a de entrar na cabine – a estrutura do chassi tubular atrapalha o acesso ao interior – e o campo de visão, muito estreito e com uma coluna A que se torna um ponto cego em curvas fechadas.

Apesar da vasta quantidade de comandos no console, é fácil identificar o botão de partida do motor. Depois de acionar o “coração”, basta pisar no pedal de embreagem (nem tão duro, como costumam ser o dos carros de competição) e puxar a enorme alavanca do câmbio sequencial de seis marchas para trás, para engatar a primeira.

O T-Rex atinge rapidamente altas velocidades e a direção hidráulica, de respostas diretas, garante conforto mesmo ao passar por buracos. Conforto, aliás, é uma das virtudes desse protótipo. As suspensões independentes surpreendem pela maciez e, para a alegria dos ocupantes, há ar-condicionado.


Outra certeza durante a pilotagem é de emoção, pois a traseira escorrega fácil na terra, exigindo audácia do competidor.

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