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Toyota promete revolucionar plataforma de carros elétricos
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Toyota promete revolucionar plataforma de carros elétricos

Toyota anuncia mudanças em sua linha de produção para veículos elétricos, que vão desde a adoção da giga-prensa até uma linha de montagem que "anda sozinha"

Rodrigo Tavares, especial para o Jornal do Carro

10 de out, 2023 · 7 minutos de leitura.

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toyota elétricos
Mudanças na linha de produção da Toyota visam acelerar construção de elétricos
Crédito:Toyota/Reprodução

Determinada a não ficar para trás quando o assunto é produzir elétricos, a Toyota trabalha em maneiras de aperfeiçoar sua produção. No início deste ano seus engenheiros desmontaram um Tesla e ficaram chocados com o que encontraram no carro. Depois, lançou uma inédita giga-prensa para elétricos, que promete baratear os futuros carros a baterias da marca, por exemplo.

Agora, sob o comando do CEO Koji Sato, a montadora cogita lançar 10 elétricos novos até 2026. As metas de vendas anuais são de 1,5 milhão de elétricos no mesmo ano, e 3,5 milhões em 2030, por exemplo. Essa é uma meta ambiciosa, uma vez que a marca só vendeu menos de 25 mil elétricos no mundo todo, no ano passado. Assim, em um vídeo, é possível ver como acontecerá a produção.



Em um workshop realizado no mês passado, a Toyota detalhou como planeja virar o jogo, diminuindo o tempo de produção de seus veículos elétricos e baterias, bem como outro fator decisivo: o preço. A marca promete reduzir pela metade os processos que atrasam a inovação, e para isso contará com a giga-prensa, carros automatizados que se dirigem sozinhos pela linha de produção e a divisão da linha de montagem em três blocos. A linha de montagem das baterias também está nas promessas.

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Toyota produzirá suas próprias baterias

Para acompanhar o ritmo das marcas chinesas e da Tesla, a Toyota precisa produzir suas próprias baterias. A fábrica da montadora em Teiho se prepara para a produção em massa de baterias de estado sólido, que deverão chegar em seus BEVs de próxima geração em 2027/2028. Nesses modelos, espera-se que as baterias tenham alcance de 1000 km, e possam carregar de 10% a 80% em apenas 10 minutos.

Toyota/divulgação

Para resolver a produção em massa, o processo de empilhamento das baterias em alta velocidade é característica chave, bem como a alta precisão, para não danificar os componentes. Para isso, todos os paletes que transportam e recebem as baterias na montagem se movem na mesma velocidade, com um dispositivo que impede o desalinhamento na montagem. Assim, a montadora também planeja reduzir os custos na produção das baterias, utilizando uma estrutura bipolar superdimensionada, usando fosfato de ferro e lítio (LFP) em maior quantidade.


Produção dos componentes da carroceria será em três blocos

Toyota/Divulgação

Ao invés de combinar o chassi e a carroceria tal como num processo fabril comum, a fabricante afirma que sua nova geração de elétricos será feita de três componentes principais, que formarão uma estrutura modular. Divididas em três blocos, são elas seções da frente, centro (onde ficará a bateria) e traseira. Na giga prensa, a seção traseira é uma peça única, algo que segundo a empresa reduzirá o custo de produção, bem como o número de pessoas envolvidas.

Além disso, por conta da linha de montagem autopropulsada, que moverão os veículos de maneira autônoma em baixíssima velocidade, não será mais necessário usar correias transportadoras na linha de montagem, economizando bilhões de ienes. Sensores nos carros e câmeras rastreiam e controlarão a velocidade dos modelos, movendo-se na linha à velocidade de 0,36 km/h. O sistema permitirá a diminuição da espera para renovar seus modelos, por exemplo.


Giga-prensa é importante para acelerar a produção

Toyota/Divulgação

Por fim, o processo de giga-casting, já usado pela Tesla, consiste no uso de grandes peças fundidas em uma única peça. Ela contém os principais componentes de um automóvel. A fim de evitar grandes paradas para substituição de peças na giga-prensa, bem pesada, a marca usará dois tipos de moldes, gerais e específicos. Desta forma, os gerais permanecem presos à máquina, enquanto os específicos podem ser intercambiados. Isso reduz o tempo de inatividade de 24h para apenas 20 minutos.

A marca também visa implementar o uso de robôs de entrega de veículos, a fim de ajudar no transporte dos modelos. Para conseguir acompanhar o novo ritmo de produção e venda de elétricos e híbridos, a Toyota busca se modernizar. Assim, realizando profundas mudanças em sua linha de produção, conseguirá manter seu posto entre as maiores montadoras do mundo.


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Carros elétricos estimulam busca por fontes de energia renovável

Energia fornecida pelo sol e pelos ventos é uma solução viável para abastecer veículos modernos

19 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

eletromobilidade é uma realidade na indústria automotiva e o crescimento da frota de carros movidos a bateria traz à tona um tema importante: a necessidade de gerar energia elétrica em alta escala por meio de fontes limpas e renováveis. 

“A mobilidade elétrica é uma alternativa para melhorar a eficiência energética no transporte e para a integração com as energias renováveis”, afirma Fábio Delatore, professor de Engenharia Elétrica da Fundação Educacional Inaciana (FEI).

O Brasil é privilegiado em termos de abundância de fontes renováveis, como, por exemplo, a energia solar e a eólica. “É uma boa notícia para a transição energética, quando se trata da expansão de infraestrutura de recarga para veículos elétricos”, diz o professor. 

Impacto pequeno

Segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), o Brasil tem condições de mudar sua matriz energética – o conjunto de fontes de energia disponíveis – até 2029. Isso reduziria a dependência de hidrelétricas e aumentaria a participação das fontes eólicas e solar.

Mesmo assim, numa projeção de que os veículos elétricos poderão representar entre 4% e 10% da frota brasileira em 2030, estudos da CPFL Energia preveem que o acréscimo no consumo de energia ficaria entre 0,6% e 1,6%. Ou seja: os impactos seriam insignificantes. Não precisaríamos de novos investimentos para atender à demanda.

Entretanto, a chegada dos veículos elétricos torna plenamente viável a sinergia com outras fontes renováveis, disponíveis em abundância no País. “As energias solar e eólica são intermitentes e geram energia de forma uniforme ao longo do dia”, diz o professor. “A eletromobilidade abre uma perspectiva interessante nessa discussão.”

Incentivo à energia eólica

Um bom exemplo vem do Texas (Estados Unidos), onde a concessionária de energia criou uma rede de estações de recarga para veículos elétricos alimentada por usinas eólicas. O consumidor paga um valor mensal de US$ 4 para ter acesso ilimitado aos 800 pontos da rede. 

Segundo Delatore, painéis fotovoltaicos podem, inclusive, ser instalados diretamente nos locais onde estão os pontos de recarga

“A eletrificação da frota brasileira deveria ser incentivada, por causa das fontes limpas e renováveis existentes no País. Cerca de 60% da eletricidade nacional vem das hidrelétricas, ao passo que, na Região Nordeste, 89% da energia tem origem eólica.”

Híbridos no contexto

Contudo, a utilização de fontes renováveis não se restringe aos carros 100% elétricos. Os modelos híbridos também se enquadram nesse cenário. 

Um estudo do periódico científico Energy for Sustainable Development fala das vantagens dos híbridos, ao afirmar que suas emissões de gases de efeito estufa são inferiores às do veículo puramente elétrico.

“Os veículos híbridos possuem baterias menores, com proporcional redução das emissões de poluentes. Essas baterias reduzem o impacto ambiental da mineração dos componentes necessários à sua fabricação. Os resultados demonstram que a associação de baterias de veículo que usam biocombustíveis tem efeito sinérgico mais positivo”, conclui o documento.