Você está lendo...
V6 flexível vale pelo preço
Tecnologia

V6 flexível vale pelo preço

O Pajero Dakar, que foi nacionalizado, chegou às autorizadas Mitsubishi neste mês com motor flexível. O utilitário e a picape L200 Triton, da mesma marca, são os únicos V6 bicombustíveis do País. Mas os V6 flexíveis valem a pena?

23 de jun, 2011 · 5 minutos de leitura.

Publicidade

 V6 flexível vale pelo preço

L200 Triton Flex (Foto: Mitsubishi/Divulgação)

MILENE RIOS

O Pajero Dakar, que foi nacionalizado, chegou às autorizadas Mitsubishi neste mês com motor flexível. O utilitário e a picape L200 Triton, da mesma marca, são os únicos V6 bicombustíveis do País. Os dois modelos, no entanto, também têm versões a diesel. E diante do alto consumo dos veículos capazes de rodar com álcool ou gasolina em qualquer proporção, fica a questão: os V6 flexíveis valem a pena?

A fabricante não divulga dados oficiais de consumo, mas o engenheiro da Mitsubishi Reinlado Muratori informa que, na média, o da L200 Triton e do Pajero Dakar na estrada é de 5,5 quilômetros com um litro de etanol – e de 7 km/l com gasolina. O propulsor 3.5 V6 gera 205 cv.

Publicidade


Já o utilitário e a picape equipados com o motor quatro-cilindros 3.2 a diesel percorrem 10 km/l em rodovias, também de acordo com o engenheiro.

“Mesmo consumindo mais, a versão flexível é vantajosa. O diesel, apesar de ser mais econômico, é um investimento maior”, afirma Muratori.

No caso da L200 Triton, a tabela é de R$ 104.690 para a versão flexível com cabine estendida e câmbio automático e R$ 123.990 para a opção a diesel. No utilitário, os preços são de R$ 134.990 e R$ 147.990, respectivamente.


Levando em conta a tabela de preços dos modelos, o valor médio dos combustíveis e o consumo dos motores V6, o consultor financeiro Alexandre Lignos, da IGF, fez uma simulação de gastos (veja tabela abaixo). “Por causa da diferença na tabela, quem compra um modelo a diesel tem de rodar 62 mil quilômetros a mais do que aquele que tem o flexível”, diz o especialista. “Os R$ 19.300 a mais pagos pela versão a óleo equivalem a 126 tanques de etanol.”

Segundo Lignos, a opção a diesel é vantajosa ante a flexível (com etanol) por volta dos 200 mil km. “Aí, o veículo já se pagou e, por ter um consumo menor, pesa menos no bolso.”

Para tentar equilibrar a autonomia das duas versões, a fabricante aumentou a capacidade do tanque das configurações flexíveis do Pajero Dakar e da L200 Triton de 70 e 75 litros, respectivamente, para 90 litros.


“Se os números forem reais, mostram um bom trabalho de calibração”, diz o professor da FEI Silvio Sumioshi. “E para o meio ambiente é melhor evitar combustíveis fósseis. Só por isso o flexível já se justificaria.”

Deixe sua opinião
Jornal do Carro
Oficina Mobilidade

Testes de colisão validam a segurança de um carro; entenda como são feitos

Saiba quais são os critérios utilizados para considerar um automóvel totalmente seguro ou não

03 de mai, 2024 · 2 minutos de leitura.

Na hora de comprar um carro zero-quilômetro, muitos itens são levados em conta pelo consumidor: preço, complexidade de equipamentos, consumo, potência e conforto. Mas o ponto mais importante que deve ser considerado é a segurança. E só há uma maneira de verificar isso: os testes de colisão.

A principal organização que realiza esse tipo de avaliação com os automóveis vendidos na América Latina é a Latin NCAP, que executa batidas frontal, lateral e lateral em poste, assim como impactos traseiro e no pescoço dos ocupantes. Há também a preocupação com os pedestres e usuários vulneráveis às vias, ou seja, pedestres, motociclistas e ciclistas.

“Os testes de colisão são absolutamente relevantes, porque muitas vezes são a única forma de comprovar se o veículo tem alguma falha e se os sistemas de segurança instalados são efetivos para oferecer boa proteção”, afirma Alejandro Furas, secretário-geral da Latin NCAP.

As fabricantes também costumam fazer testes internos para homologar um carro, mas com métodos que divergem do que pensa a organização. Furas destaca as provas virtuais apresentadas por algumas marcas.

“Sabemos que as montadoras têm muita simulação digital, e isso é bom para desenvolver um carro, mas o teste de colisão não somente avalia o desenho do veículo, como também a produção. Muitas vezes o carro possui bom design e boa engenharia, mas no processo de produção ele passa por mudanças que não coincidem com o desenho original”, explica. 

Além das batidas, há os testes de dispositivos de segurança ativa: controle eletrônico de estabilidade, frenagem autônoma de emergência, limitador de velocidade, detecção de pontos cegos e assistência de faixas. 

O resultado final é avaliado pelos especialistas que realizaram os testes. A nota é dada em estrelas, que vão de zero a cinco. Recentemente, por exemplo, o Citroën C3 obteve nota zero, enquanto o Volkswagen T-Cross ficou com a classificação máxima de cinco estrelas.

O que o carro precisa ter para ser seguro?

Segundo a Latin NCAP, para receber cinco estrelas, o veículo deve ter cinto de segurança de três pontos e apoio de cabeça em todos os assentos e, no mínimo, dois airbags frontais, dois laterais ao corpo e dois laterais de cabeça e de proteção para o pedestre. 

“O carro também precisa ter controle eletrônico de estabilidade, ancoragens para cadeirinhas de crianças, limitador de velocidade, detecção de ponto cego e frenagem autônoma de emergência em todas as suas modalidades”, revela Furas.

Os testes na América Latina são feitos à custa da própria Latin NCAP. O dinheiro vem principalmente da Fundação Towards Zero Foundation, da Fundação FIA, da Global NCAP e da Filantropias Bloomberg. Segundo o secretário-geral da entidade, em algumas ocasiões as montadoras cedem o veículo para testes e se encarregam das despesas. Nesses casos, o critério utilizado é o mesmo.

“Na Europa as fabricantes cedem os carros sempre que lançam um veículo”, diz Furas. “Não existe nenhuma lei que as obrigue a isso, mas é como um compromisso, um entendimento do mercado. Gostaríamos de ter esse nível aqui na América Latina, mas infelizmente isso ainda não ocorre.”